Novo smartphone da Palm vem com o objetivo de ajudar usuários a diminuir o vício em smartphones (Divulgação / Palm/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 15 de outubro de 2018 às 19h27.
São Paulo — Famosa no começo dos anos 2000 com seus PDAs, a Palm praticamente desapareceu do mercado em 2009. Mas a marca está de volta — e com um pequeno celular que nasceu com o irônico objetivo de ajudar os usuários a ficar longe dos smartphones.
Chamado apenas de Palm, o aparelho, que roda Android, funciona como um segundo celular. A proposta é similar à de um relógio inteligente. Com o Palm pareado a outro aparelho Android ou a um iPhone, é possível checar mensagens e fazer ligações sem precisar tirar o smartphone principal do bolso, da bolsa ou da mochila.
Ele também roda aplicativos baixados na Play Store, de forma que é possível responder e-mails, ver fotos e assistir a vídeos. Afinal, apesar de ser secundário, o aparelho ainda é um celular completo, com processador Snapdragon 435, 3 GB memória RAM e até um conjunto de câmeras razoável. Na traseira, por exemplo, está um sensor de 12 megapixels.
Pode não parecer uma grande vantagem, mas, ao menos para a empresa, a ideia tem tudo para funcionar. E o motivo é justamente o tamanho: o dispositivo é consideravelmente menor do que os smartphones vendidos hoje, que estão cada vez maiores.
O Palm carrega uma tela HD de 3,3 polegadas e mede apenas 9,6 centímetros de altura e 5 centímetros de largura, o que equivale a mais ou menos um cartão de crédito. Para efeito de comparação, um Samsung Galaxy Note 9 tem um display de 6,4 polegadas — e muito mais espaço para distrações.
Fora as dimensões reduzidas, o novo aparelho vem com o chamado Life Mode. É uma solução de software bem parecida com os sistemas de "não-perturbe" dos smartphones atuais, mas um pouco mais drástica. Com ela ativada, o aparelho começar a bloquear notificações de todos os apps, só voltando a recebê-las quando a tela é ligada.
A proposta da Palm — que foi comprada pela chinesa TCL em 2015 — é mais uma das várias reveladas neste ano focadas no combate ao vício em smartphones. Google e Apple, empresas responsáveis pelos dois principais sistemas operacionais para celulares, lançaram elas mesmas soluções dedicadas a desgrudar os olhos dos usuários das telas dos aparelhos.
No Android, os recursos estão no app Digital Wellbeing, que chegou com o Android Pie e permite restringir o uso de certos aplicativos por um determinado número de horas. Já no iOS 12, a solução se chama Screen Time. Ela mede o tempo que o usuário passa em cada app e também conta com uma função para bloquear certos tipos de conteúdos com potencial para distrair.
Também há soluções de empresas menores, que focam também no hardware. O Light Phone talvez seja o melhor exemplo entre elas. Trata-se de um celular também do tamanho de um cartão de crédito, mas com tela e-ink, como a de um Kindle, e sem recursos de smartphone. O aparelho é capaz de fazer ligações e salvar alguns contatos. Essa simplicidade toda não é exatamente refletida no preço: o celular veio com preço sugerido de 150 dólares, cerca de 560 reais na cotação atual.
O Palm já é bem mais completo (o aparelho conta até com proteção contra água e poeira), mas também não tem um preço muito amigável. Com suas configurações básicas, ele chega em novembro nos Estados Unidos custando 350 dólares, mais de 1.300 reais.