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Países debatem sobre robôs assassinos e sua utilização

Primeiro debate internacional entre governos sobre o papel dos robôs assassinos e sua utilização cada vez maior começou hoje em Genebra

Drone: não existem números sobre quantos robôs assassinos há em funcionamento (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 10h19.

Genebra - O primeiro debate internacional entre governos sobre o papel dos "robôs assassinos" e sua utilização cada vez maior começou nesta terça-feira em Genebra, onde organizações civis denunciaram que as autoridades transferem a decisão de matar às máquinas.

Trata-se das denominadas - em linguagem formal - " armas completamente autônomas", - entre as quais as mais conhecidas são os aviões não pilotados ( drones ), mas que também podem ser terrestres e marinhas, sob formas muito diversas.

Os 117 países signatários da Conveção das Nações Unidas para a Proibição de Armas Desumanas iniciaram nesta terça-feira - até sexta-feira - a primeira discussão sobre o impacto deste novo tipo de armas, que existem há três décadas, mas cuja utilização se expandiu na última, tanto para operações militares como de manutenção da ordem.

Ao não existir uma regulação internacional na matéria, não existem números globais sobre quantas unidades de "robôs assassinos" há em funcionamento, mas sim existem dados confiáveis por países e que apresentam aos Estados Unidos e China como alguns de seus principais produtores e consumidores.

EUA são o líder na robótica militar e tem deslocados cerca de 11 mil veículos aéreos não pilotados e 12 mil robôs terrestres, enquanto outros países, como China, Israel, Taiwan, Coreia do Sul, Reino Unido e Rússia, também produzem este tipo de armamento.

As projeções indicam que se trata de um âmbito em plena expansão e no qual chegará a consumir US$ 7,5 bilhões em 2018, frente aos US$ 5,6 bilhões de 2012, segundo a firma de pesquisa Global Industry Analysts.


Os tipos de "robôs de combate" que serão desenvolvidos incluirão os que terão por missão desativar ou fazer explodir bombas, veículos submarinos para a vigilância, e outros que podem transportar equipes em terra, sempre de forma autônoma, sem a presença humana.

As possibilidades de aplicação da robótica no terreno da segurança são muito amplas, como também o mostra o caso de Israel, que produz um veículo terrestre autônomo que patrulha suas fronteiras e detém eventuais infiltrações.

Organizações defensoras de direitos humanos consideram que o uso não regulado em nível internacional dessa tecnologia é uma ameaça direta para os direitos fundamentais, independentemente de sua utilização em período de guerra ou como ferramenta em mãos de serviços da ordem.

"Os governos devem rejeitar as armas totalmente autônomas para qualquer propósito e proibí-las preventivamente agora, antes que seja demais tarde", declarou um responsável da ONG Human Rights Watch, uma das entidades civis que mais trabalha nesta temática.

As entidades civis e outras que se opõem aos robôs de combate defendem a adoção de uma legislação internacional que as proíba totalmente, o que muitos analistas consideram improvável dado os fortes investimentos que já foram realizados nesta área.

Além disso, teme-se que ao ser totalmente autônomas, estes robôs sejam propensos a matar gente de forma ilegal porque não podem ser programados para conduzir cada situação.

Ao inaugurar a reunião de especialistas de hoje na sede da ONU em Genebra, o diretor desta instituição, Michael Moller, pediu aos delegados que atuem de maneira responsável e com um enfoque preventivo.

"Muito frequentemente, o direito internacional só responde às atrocidades e ao sofrimento uma vez que estes ocorreram. Os senhores têm a oportunidade de tomar ações preventivas e assegurar que a última decisão para terminar com uma vida esteja sob controle humano", assinalou.

São Paulo - A Ucrânia despertou novamente a rivalidade entre Rússia e Estados Unidos , mas a verdade é que o mercado de defesa mundial nunca deixou de depender dos dois antigos rivais. Juntos, eles foram responsáveis por 56% do total de armas exportadas no mundo entre 2009 e 2013, de acordo com um novo relatório do Stockholm International Peace Research Institute. A maior surpresa é a escalada da China , que exportou 212% mais do que no período anterior e conquistou a quarta posição. Veja a seguir quais são os 10 países que mais exportaram armas - o que inclui equipamento militar como aviões e navios - entre 2009 e 2013:
  • 2. 1. Estados Unidos

    2 /12(James R. Evans / US Navy)

  • Veja também

    Os Estados Unidos foram responsáveis por 29% das armas exportadas e 61% deste volume foi de aeronaves Principais parceiros: 1) Austrália (10%) 2) Coreia do Sul (10%) 3) Emirados Árabes Unidos (9%)
  • 3. 2. Rússia

    3 /12(Fred Tanneau/AFP)

  • A Rússia foi responsável por 27% das armas exportadas e é a maior exportadora de navios, incluindo o único submarino nuclear exportado no período Principais parceiros: 1) Índia (38%) 2) China (12%) 3) Algéria (11%)
  • 4. 3. Alemanha

    4 /12(Hannelore Foerster/Bloomberg)

    A Alemanha foi responsável por 7% das armas exportadas e seu volume exportado diminuiu 24% em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Estados Unidos (10%) 2) Grécia (8%) 3) Israel (8%)
  • 5. 4. China

    5 /12(Nelson Ching/Bloomberg)

    A China é responsável por 6% das armas exportadas e o volume exportado subiu 212% em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Paquistão (47%) 2) Bangladesh (13%) 3) Mianmar (9%)
  • 6. 5. França

    6 /12(Alastair Miller/Bloomberg)

    A França foi responsável por 5% das armas exportadas e o volume exportado teve queda de 30% em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) China (13%) 2) Marrocos (11%) 3) Singapura (10%)
  • 7. 6. Reino Unido

    7 /12(Chris Ratcliffe/Bloomberg)

    O Reino Unido é responsável por 4% das armas exportadas, a mesma proporção do período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Arábia Saudita (42%) 2) Estados Unidos (18%) 3) Índia (11%)
  • 8. 7. Espanha

    8 /12(GettyImages)

    A Espanha foi responsável por 3% das armas exportadas e teve um aumento de cerca de 80% no volume exportado em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Noruega (21%) 2) Austrália (12%) 3) Venezuela (8%)
  • 9. 8. Ucrânia

    9 /12(Yuriy Dyachsyshyn/AFP)

    A Ucrânia foi responsável por 3% das armas exportadas e teve aumento de cerca de 75% no volume exportado em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) China (21%) 2) Paquistão (8%) 3) Rússia (7%)
  • 10. 9. Itália

    10 /12(Victor Sokolowicz/Bloomberg)

    A Itália foi responsável por 3% das armas exportadas, o que incluiu polêmicos envios para a Líbia ainda na época de Kadafi Principais parceiros: 1) Índia (10%) 2) Emirados Árabes Unidos (9%) 3) Estados Unidos (8%)
  • 11. 10. Israel

    11 /12(Baz Ratner/Reuters)

    Israel é responsável por 2% das armas exportadas e já foi acusado de não divulgar todos os seus acordos Principais parceiros: 1) Índia (33%) 2) Turquia (13%) 3) Emirados Árabes Unidos (9%)
  • 12 /12(Divulgação)

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