“Os chips vão monitorar seu corpo”, diz cientista da IBM
Gandour afirma que será possível uma transformação radical no treinamento de atletas e monitoramento da saúde de pacientes
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2012 às 10h48.
São Paulo - Médico e Ph.D. em Ciências da Computação, o cientista-chefe da divisão de pesquisa e desenvolvimento da IBM no Brasil, Fábio Gandour, diz que o uso intensivo de chips nas roupas, mobiliários e até no banheiro vai gerar informações suficientes para que cada pessoa possa monitorar em detalhes o funcionamento de sua saúde.
Após acompanhar as Olimpíadas de Londres, na Inglaterra, e ver as inovações das delegações esportivas, Gandour afirma que nos próximos quatro anos será possível ver uma transformação radical do método de treinamento de atletas de alta performance e monitoramento da saúde de pacientes por meio do uso de chips no corpo humano.
Como o uso de sensores poderá influenciar o esporte e a saúde das pessoas?
O uso de chips que medem deslocamento, velocidade, temperatura e até o volume de líquido perdido por um esportista poderão gerar dados, em tempo real, para análise das comissões técnicas. Na prática, o treinador poderá ver por meio de informações geradas por uma pulseira ou um tênis com sensores quais atletas estão mais desgastados, quem está se esforçando menos e usar isso para tomar decisões táticas, como uma substituição ou mudança de estratégia num jogo. Já para a pessoa comum, esses chips permitirão um cuidado mais detalhado de seus treinamentos e até uma troca mais intensa de informações com seu professor ou orientador. Um médico poderá, por exemplo, receber os dados de um paciente em seu celular e recomendar um ajuste na atividade física, por exemplo.
Será possível fazer exames de sangue e urina sem ir a um laboratório?
No caso de uma coleta de sangue, ainda estamos distantes de automatizar isso, mas para o exame de urina isso é totalmente possível. Nós podemos criar, por exemplo, um vaso sanitário com chips capazes de medir o volume de urina expelido por uma pessoa e até analisar a qualidade daquela urina, identificando se ela está rica em determinada substância e pobre em outra. O vaso inteligente poderia, por exemplo, reconhecer as pessoas em função de sua altura ou peso. Assim, numa casa, um vaso usado por 4 pessoas, por exemplo, conseguiria registrar exatamente qual resíduo é de cada usuário e enviar relatórios para serviços de computação em nuvem.
O que falta para isto se tornar possível?
Falta alguém que invista para criar esse produto, pois as tecnologias para viabilizar isso já existem todas. Há muitos aspectos técnicos e morais a serem debatidos, pois algumas pessoas podem se sentir ofendidas por serem monitoradas o tempo todo, até no banheiro. Mas, sem dúvidas, quando isso acontecer haverá um incremento muito grande na prevenção de doenças. Enfermidades que podem ser descobertas com exames simples serão detectadas precocemente, aumentando em muito as chances de cura.
Essas tecnologias devem aparecer primeiro nos esportes de alto rendimento?
Sim, o natural é que equipes esportivas tentem tirar vantagem destas inovações para treinar atletas com performance superior. Se você monitora o desgaste físico, o nível de força usado num movimento, a temperatura do corpo de um atleta, então você terá mais insumos para tomar decisões melhores sobre quando é hora do atleta descansar ou quando deve haver um reforço na musculação ou no treino aeróbico. Os esportes mais ricos, como basquete ou futebol, poderão puxar esta inovação. Com o tempo, isso deve chegar também ao usuário comum.
A tecnologia poderá prolongar a vida humana até qual limite?
Não temos essa resposta. É evidente que mais dia menos dia todos nós vamos morrer, mas podemos ampliar a longevidade humana e, mais do que isso, a qualidade de vida das pessoas, evitando que adoeçam ou comprometam sua saúde por não perceberem a evolução de enfermidades assintomáticas. O monitoramento digital do corpo humano certamente salvará muitas vidas.
São Paulo - Médico e Ph.D. em Ciências da Computação, o cientista-chefe da divisão de pesquisa e desenvolvimento da IBM no Brasil, Fábio Gandour, diz que o uso intensivo de chips nas roupas, mobiliários e até no banheiro vai gerar informações suficientes para que cada pessoa possa monitorar em detalhes o funcionamento de sua saúde.
Após acompanhar as Olimpíadas de Londres, na Inglaterra, e ver as inovações das delegações esportivas, Gandour afirma que nos próximos quatro anos será possível ver uma transformação radical do método de treinamento de atletas de alta performance e monitoramento da saúde de pacientes por meio do uso de chips no corpo humano.
Como o uso de sensores poderá influenciar o esporte e a saúde das pessoas?
O uso de chips que medem deslocamento, velocidade, temperatura e até o volume de líquido perdido por um esportista poderão gerar dados, em tempo real, para análise das comissões técnicas. Na prática, o treinador poderá ver por meio de informações geradas por uma pulseira ou um tênis com sensores quais atletas estão mais desgastados, quem está se esforçando menos e usar isso para tomar decisões táticas, como uma substituição ou mudança de estratégia num jogo. Já para a pessoa comum, esses chips permitirão um cuidado mais detalhado de seus treinamentos e até uma troca mais intensa de informações com seu professor ou orientador. Um médico poderá, por exemplo, receber os dados de um paciente em seu celular e recomendar um ajuste na atividade física, por exemplo.
Será possível fazer exames de sangue e urina sem ir a um laboratório?
No caso de uma coleta de sangue, ainda estamos distantes de automatizar isso, mas para o exame de urina isso é totalmente possível. Nós podemos criar, por exemplo, um vaso sanitário com chips capazes de medir o volume de urina expelido por uma pessoa e até analisar a qualidade daquela urina, identificando se ela está rica em determinada substância e pobre em outra. O vaso inteligente poderia, por exemplo, reconhecer as pessoas em função de sua altura ou peso. Assim, numa casa, um vaso usado por 4 pessoas, por exemplo, conseguiria registrar exatamente qual resíduo é de cada usuário e enviar relatórios para serviços de computação em nuvem.
O que falta para isto se tornar possível?
Falta alguém que invista para criar esse produto, pois as tecnologias para viabilizar isso já existem todas. Há muitos aspectos técnicos e morais a serem debatidos, pois algumas pessoas podem se sentir ofendidas por serem monitoradas o tempo todo, até no banheiro. Mas, sem dúvidas, quando isso acontecer haverá um incremento muito grande na prevenção de doenças. Enfermidades que podem ser descobertas com exames simples serão detectadas precocemente, aumentando em muito as chances de cura.
Essas tecnologias devem aparecer primeiro nos esportes de alto rendimento?
Sim, o natural é que equipes esportivas tentem tirar vantagem destas inovações para treinar atletas com performance superior. Se você monitora o desgaste físico, o nível de força usado num movimento, a temperatura do corpo de um atleta, então você terá mais insumos para tomar decisões melhores sobre quando é hora do atleta descansar ou quando deve haver um reforço na musculação ou no treino aeróbico. Os esportes mais ricos, como basquete ou futebol, poderão puxar esta inovação. Com o tempo, isso deve chegar também ao usuário comum.
A tecnologia poderá prolongar a vida humana até qual limite?
Não temos essa resposta. É evidente que mais dia menos dia todos nós vamos morrer, mas podemos ampliar a longevidade humana e, mais do que isso, a qualidade de vida das pessoas, evitando que adoeçam ou comprometam sua saúde por não perceberem a evolução de enfermidades assintomáticas. O monitoramento digital do corpo humano certamente salvará muitas vidas.