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OMS quer controlar doenças que laboratórios deixam de lado

São 1 bilhão de pessoas afetadas por essas doenças, que matam 534 mil por ano - na maioria, pobres

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan: organização acredita que a indústria não tem interesse em investir no tratamento de doenças que afetam os pobres (Fabrice Coffrini/AFP)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 09h37.

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que deseja controlar até 2015 as doenças deixadas de lado pelos grandes laboratórios farmacêuticos, que afetam 1 bilhão de pessoas e matam 534.000 indivíduos por ano.

"As necessidades em termos de prevenção e de tratamento são enormes, mas as pessoas afetadas são pobres e, em consequência, têm pouco acesso às intervenções e aos serviços necessários", afirmou a diretora geral da OMS, Margaret Chan.

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A diretora apresentou nesta quinta-feira o primeiro relatório da organização sobre 17 enfermidades que praticamente não existem nos países ricos.

"A indústria se interessa pouco por investir no desenvolvimento de produtos novos ou melhores contra as doenças vinculadas à pobreza, porque quem sofrem com elas têm pouco poder aquisitivo", completou.

O relatório da OMS destaca ainda que as enfermidades são deixadas de lado porque, com exceção da dengue, não provocam grandes epidemias capazes de chamar a atenção dos meios de comunicação.

No entanto, provocam infecções que às vezes matam no espaço de meses, semanas ou dias, como a dengue hemorrágica, a doença do sono e a úlcera de Buruli.


Na maioria dos casos, as pessoas são afetadas simultaneamente por cinco a sete doenças parasitárias, transmitidas por insetos, larvas ou moluscos, como a raiva, o tracoma, a lepra, a leishmaniose ou a elefantíase.

A OMS espera controlar as doenças até 2015 e até mesmo que algumas sejam eliminadas.

O verme da Guiné (dracunculíase) deve ser a primeira das enfermidades erradicadas, segundo a diretora da OMS. Para isto, sistemas de recompensa podem ser criados para estimular as pessoas infectadas a declarar a doença.

De maneira geral, a OMS insiste na necessidade de favorecer o diagnóstico e tratamento precoces, que considera vitais, em particular para a doença de Chagas, e defende a preparação de ferramentas e enfoques simples, seguros, eficazes e baratos, incluindo os produtos pesticidas, e que estes sejam acessíveis.

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