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Nova rede social profissional quer ser o LinkedIn com formato do TikTok

Peixe 30 está mais para o aplicativo chinês do que para o LinkedIn, apesar de ter como foco a vida profissional dos usuários

Peixe 30: nova rede social corporativa parece mais com o TikTok do que com o LinkedIn (Peixe30/Reprodução)

Peixe 30: nova rede social corporativa parece mais com o TikTok do que com o LinkedIn (Peixe30/Reprodução)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 31 de agosto de 2020 às 06h00.

Uma nova rede social corporativa, lançada nesta segunda-feira, 31, quer ser mais parecida com aplicativo chinês TikTok do com o americano LinkedIn. Se em tempos de coronavírus o consumo de vídeos na internet aumentou em até 60%, segundo a consultoria americana Nielsen, e os processos seletivos precisaram ser adaptados para a vida com distanciamento social, por que não unir o útil ao agradável?

Foi para responder essa pergunta que o Peixe 30 foi criado. O aplicativo (por enquanto disponível apenas para celulares com o sistema operacional Android e iPhones), tem como foco a criação de vídeos curtos sobre assuntos relacionados à vida profissional dos usuários.

Mas, ao contrário do TikTok, a ideia é aumentar a visibilidade dos profissionais --- quer eles estejam procurando emprego ou não --- e também ajudar as empresas a acelerarem o processo de contratação de novos talentos. "É muito difícil uma pessoa mostrar suas habilidades somente com o currículo normal e os processos seletivos são longos. Nós queríamos resolver essas duas situações", diz Willian Valadão, sócio fundador do Peixe 30.

A empresa também irá coletar dados sobre os usuários a fim de personalizar e tornar a contratação das pessoas ainda mais assertiva.

Por meio de algoritmos da Inteligência Artifical (IA), o aplicativo conseguirá transcrever tudo o que as pessoas falam em vídeo para colocar em um banco de dados, identificando as palavras-chave ditas por eles durante os 30 segundos.

O nome Peixe 30 vem justamente da ideia de que o profissional tem 30 segundos para "vender seu peixe".

Se, por exemplo, um usuário fizer um vídeo falando sobre sua carreira na área de Tecnologia da Informação, a inteligência do app entenderá que essa é uma das qualificações apresentadas por ele. Para os próximos anos, a ideia é conseguir implementar uma tecnologia capaz de monitorar as expressões das pessoas nos segundos de duração das imagens. Segundo Valadão tudo estará de acordo com a nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e os indivíduos terão conhecimento do que será utilizado.

Por ora, no entanto, o foco é entender melhor o comportamento do usuário dentro da plataforma. "Por enquanto queremos trabalhar em alguns efeitos de vídeo, pensar na experiência do usuário e desenvolver o módulo das empresas, no qual elas conseguir. A partir do ano que vem, queremos começar a construir esse algoritmo", explica.

Para a fase de testes do aplicativo, que começou há 30 dias, foram chamadas 200 pessoas, entre elas profissionais da área de recursos humanos e gestores de setores variados. Uma profissional, inclusive, já foi contratada com a ajuda da plataforma. "Rodei esse processo com uma empresa e pedi para eles testarem a ferramenta para a contratação de uma gestora de T.I. Então passei três currículos, três vídeos e três perfis comportamentais do nosso aplicativo para ele, a fim de entender se o processo seria mais rápido. Em resumo, a pessoa foi contratada e virou uma embaixadora do Peixe 30 --- e o processo foi mais rápido", garante Valadão.

(Peixe 30/Reprodução)

Com uma interface bem parecida com a de outras redes sociais, a navegação é simples e bastante intuitiva. A rolagem do feed é toda feita verticalmente, como no Facebook, no Instagram e no próprio TikTok.

Na parte do menu sobre "Conteúdo", são oferecidas dicas profissionais para os usuários do app. É claro que, como se trata da primeira versão pública, o Peixe 30 ainda precisa melhorar em alguns pontos --- a navegação por vezes é um pouco dura e faz os vídeos travarem. A EXAME testou o aplicativo antes de ele ser lançado, na sexta-feira.

Para se cadastrar o usuário precisa informar o e-mail, o celular, definir nome de usuário, senha e também qual é a profissão atual, além de colocar onde mora e quais são as suas áreas de interesse. É também possível colocar um link para seu perfil no LinkedIn, Instagram e site, além de colocar o currículo em anexo.

No futuro o Peixe 30 também terá funções específicas para um grupo de assinantes, mas o preço ou as ferramentas ainda não foram divulgados.

Se no LinkedIn é preciso pagar para saber quando uma pessoa visita seu perfil, no Peixe 30 a função será gratuita para todos os usuários --- e o cuidado na hora de xeretar a vida profissional de alguém deverá ser dobrado.

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