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Ministra aponta falta de planejamento integrado ambiental e elétrico

Izabella Teixeira criticou a falta de arranjos institucionais para promover um debate amplo, restringindo as discussões ao âmbito do licenciamento ambiental

Izabella Teixeira (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 12h18.

A falta de integração entre o planejamento ambiental e o de setores como o elétrico tende a criar problemas estratégicos ao País, disse nesta terça-feira, 29, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A crítica foi à falta de arranjos institucionais para promover um debate amplo, restringindo as discussões ao âmbito do licenciamento ambiental.

"É necessário que planejamentos setoriais dialoguem com o planejamento ambiental, que pensa nas relações de causa e efeito antes do projeto. O licenciamento olha apenas para o projeto", disse a ministra, após participar de um seminário sobre energias renováveis realizado pela Coppe/UFRJ, no Rio. "Ou a gente casa ou vai brigar para o resto da vida. Eu prefiro casamento litigioso, com algumas discussões para apimentar a relação", brincou.

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Hoje, disse ela, mais de 70% das questões envolvidas no licenciamento são sociais e não ecológicas. Izabella mencionou o caso de Parecis, no Mato Grosso, área estratégica para a recarga do aquífero que dá sustentação à Bacia dos Tapajós. As discussões se concentram hoje sobre o projeto da hidrelétrica de Tapajós, em fase de licenciamento. Segundo a ministra, a área de nascentes está sendo pressionada por autorizações para a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) "sem os devidos cuidados ambientais". A avaliação é que em algum momento vão aparecer problemas para a região, forte produtora de soja, ouro e de riquíssima biodiversidade.

"Não sou contra que se tenha PCHs mas tem que se observar seu impacto cumulativo na capacidade de recarga do Aquífero Parecis", disse a ministra. Izabella defendeu que o Brasil debata, sem preconceito, a importância da reservação (uso de reservatórios em hidrelétricas) em face das vulnerabilidades geradas por incertezas climáticas e inundações para os próximos anos. E defendeu que o Meio Ambiente não atue com base em "achismos", mas em dados técnicos.

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