São Paulo – Após o anúncio de que Jeff Bezos, criador da Amazon, comprou o jornal The Washington Post por 250 milhões de dólares, o mercado espera que o executivo apresente soluções para renovar a indústria das publicações impressas. As intenções do empreendedor, no entanto, ainda não são claras.

Consultores do mercado editorial de jornais entrevistados pelo jornal The Wall Street Journal estão otimistas com o projeto de Bezos, que realizou a negociação com capital próprio. De acordo com eles, a experiência adquirida na Amazon em construir audiência, personalizar o conteúdo e gerar receita podem ser aplicadas às publicações impressas, que vivem um momento de crise.

Apesar de ser um periódico tradicional no mercado americano, o The Washington Post passa por um de seus piores momentos. Assim como a maioria dos impressos, o jornal acumulou perdas de mais de 49 milhões de dólares durante o primeiro semestre de 2013.

No entanto, alguns analistas consideram que o dono da Amazon pode utilizar o periódico como um mero “troféu” dentro do mercado de comunicações. O The Wall Street Journal informou que, a princípio, Bezos não planeja se envolver no dia a dia das operações do jornal. Para aumentar a incerteza, o porta-voz do executivo se recusou a fornecer informações sobre quais são os planos para o negócio.

Em comunicado, Bezos afirmou que haverá mudanças naturais no Post. “A internet está transformando quase todos os elementos no mercado jornalístico: ciclos menores de notícias, a corrosão do ato de renovar as fontes confiáveis de longo tempo e a possibilidade de novos tipos de competição, alguns dos quais possuem pouco ou nenhum custo para coletar notícias. Não há um mapa, e traçar um caminho a seguir não será fácil. Nós precisaremos reinventar, o que significa que teremos de experimentar”, disse.