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Lojas de apps do Google e da Apple estão no radar da Justiça

Consumidores gastaram mais de US$ 100 bilhões nessas lojas no ano passado

App Store: loja de apps da Apple nos iPhones e iPads (Getty Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 5 de junho de 2019 às 14h28.

Última atualização em 5 de junho de 2019 às 14h32.

O início de uma ampla investigação antitruste conduzida pelo governo dos Estados Unidos sobre o setor de tecnologia do país volta a levantar questões sobre o domínio das lojas de aplicativos da Apple e do Google e as taxas cobradas dos desenvolvedores.

Agências dos EUA recentemente dividiram o trabalho de fiscalizar as maiores empresas de tecnologia do país. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) ficou encarregado da Apple e da Alphabet, que controla o Google, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

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O governo não disse por que está agrupando a Apple e o Google sob o Departamento de Justiça ou em que termos aplicaria a lei antitruste sobre essas empresas. Mas um processo aberto na terça-feira chamou a atenção para a crescente ira de desenvolvedores contra as lojas de aplicativos, amplos bazares digitais com milhões de jogos, ferramentas de produtividade e outros programas disponíveis para download em dispositivos portáteis.

A Apple e o Google atuam em setores diferentes, mas são donas das duas maiores lojas de aplicativos do mundo. Consumidores gastaram mais de US$ 100 bilhões nessas lojas no ano passado. A App Store, da Apple, abocanhou 45% do total, enquanto o Google ficou com 25%. Nos EUA, as duas empresas controlam mais de 95% de todos as compras de aplicativos para dispositivos móveis por consumidores, segundo dados da Sensor Tower Data.

Esse poder significa que a maioria dos desenvolvedores deve trabalhar com a Apple e com o Google se quiser atingir bilhões de usuários de smartphones como clientes. As empresas recebem até 30% das vendas de aplicativos, um negócio altamente lucrativo, mas que também atrai um crescente de número de críticos sobre o monopólio das duas gigantes.

“Desenvolvedores e usuários foram prejudicados por isso. Simplesmente reduzir sua participação poderia estimular todos os tipos de novos aplicativos e oportunidades de negócios", disse o criador de um aplicativo meteorológico durante a conferência anual de desenvolvedores da Apple, no Vale do Silício. "Eu pessoalmente tenho uma ideia de aplicativo que não é viável por causa desses 30% de imposto", disse a pessoa, que pediu para não ser identificada.

A Apple e o Google não responderam a pedidos de comentários na terça-feira. No entanto, as empresas têm se preparado para se defender contra qualquer nova investigação antitruste. A Apple recentemente criou uma seção no site da empresa para destacar os benefícios que a App Store oferece aos desenvolvedores.

"O fato de o DOJ agrupar o Google e a Apple pode indicar que o modelo de aplicativo é um risco", escreveu Ben Schachter, analista do Macquarie, em nota aos investidores. "Há muito tempo estamos dizendo que as taxas das lojas de aplicativos correm risco de sofrer medidas jurídicas ou regulamentares (bem como competitivas)".

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