Tecnologia

Lego entra na era digital com serpente-robô que morde

R3PTAR pode ser programado a partir de um aplicativo de smartphone para atacar felinos, caninos e irmãos

Cobra R3PTAR, da Lego: modelo está entre as novas criações com as quais a fabricante está contando para continuar tendo relevância na era da internet (Reprodução)

Cobra R3PTAR, da Lego: modelo está entre as novas criações com as quais a fabricante está contando para continuar tendo relevância na era da internet (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 23h10.

Estocolmo - Os fãs da Lego não precisam mais se preocupar se o gato ou o cachorro vai derrubar suas construções. Quando mascotes incômodos ou outras pragas chegarem muito perto, eles podem afastar o intruso com uma de suas criações de tijolos de plástico.

O R3PTAR, uma cobra robótica da Lego A/S, pode ser programado a partir de um aplicativo de smartphone para atacar felinos, caninos e irmãos -- ou simplesmente deslizar pelo chão e dar-lhes algo para perseguir. Equipada com dentes inoculadores e uma mandíbula mecânica, a serpente pode simplesmente afastar os mais corajosos cães, gatos e irmãos bagunceiros.

O R3PTAR está entre as novas criações com as quais a fabricante de brinquedos dinamarquesa está contando para continuar tendo relevância na era da internet. Ampliar sua gama de produtos para atrair os usuários mais velhos com brinquedos mais complexos -- e por vezes conflituosos -- está ajudando a Lego a crescer mais rapidamente que as concorrentes Mattel Inc. e Hasbro Inc.

O sucesso da Lego “encontra-se em abraçar o que o digital pode fazer”, disse o diretor de marketing, Mads Nipper, durante um café em seu escritório repleto de brinquedos na sede da empresa, em Billund, Dinamarca. Como prova, ele aponta os 20 milhões de visitantes mensais dos sites da Lego e as 100 milhões de cópias de jogos eletrônicos vendidas por seus parceiros licenciados.

A fabricante de brinquedos percorreu um longo caminho desde os dias em que produzia ioiôs, patos e caminhões de bombeiros feitos de madeira. A empresa ainda é controlada pela família do carpinteiro Ole Kirk Kristiansen, que fundou o negócio em 1932. A família é proprietária também de parte da Merlin Entertainments Group Ltd, dona dos parques temáticos Lego.

O R3PTAR faz parte de um conjunto de 601 peças lançado no mês passado, que inclui um tijolo programável, sensores, software e motores. Conhecido como EV3, o conjunto de US$ 350 é a terceira encarnação da série Mindstorms, lançada em 1998. Inclui planos para cinco robôs que andam, falam e pensam, incluindo a cobra, o escorpião SPIK3R e o robô EV3RSTORM com seu cabelo ao estilo moicano.

Mordida do R3PTAR

“Estes robôs têm personalidade”, disse o designer de produtos Lars Joe Hyldig, que demorou três anos para desenvolvê-los. “Eles podem te surpreender” assumindo uma mente própria.

Os robôs Mindstorms de aparência temível provavelmente não diminuam as críticas de alguns fãs de que a Lego está se distanciando muito dos brinquedos que as crianças usaram durante várias gerações.


Essas preocupações não se refletiram nas vendas da Lego, que estão superando as de seus principais concorrentes, ajudadas pelos dois novos produtos e pelo crescimento na Ásia. A receita no primeiro semestre de 2013 aumentou 13 por cento, para 10,4 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 1,89 bilhão), contra um ganho de 4 por cento da maior rival Mattel e um ligeiro declínio da Hasbro, que ela ultrapassou para tornar-se a segunda maior fabricante de brinquedos do mundo no início deste ano.

A Lego dobrou sua participação de mercado desde 2008, de acordo com Robert Porter, analista da Euromonitor International em Londres. Dentre suas principais rivais, “a Lego tem sido a de maior sucesso nos últimos anos”, disse Porter.

Brinquedo físico

A Lego controla cerca de 60 por cento do negócio de brinquedos de construção, que a Euromonitor estima que crescerá de cerca de US$ 7,7 bilhões em 2012 para mais de US$ 10 bilhões até 2017. O tradicional brinquedo e a indústria de jogos valiam cerca de US$ 83 bilhões no ano passado.

A empresa está construindo novas fábricas na China, onde planeja expandir as vendas em um momento em que as crescentes receitas impulsionam a demanda, disse o CEO Joergen Vig Knudstorp à Bloomberg Television neste mês.

A Lego está agora se preparando para o Natal. A empresa obtém 70 por cento de sua receita nos últimos dois meses do ano. Para se manter no topo das listas de presentes do Papai Noel, a empresa reconhece que deve continuar renovando sua linha de produtos, embora sem deixar de lado os fãs tradicionais.

Isso não significa que não haverá lugar para os tradicionais tijolos de construção coloridos que têm sido sinônimo de Lego, disse o diretor-financeiro John Goodwin.

“Ainda achamos que o brinquedo físico terá um papel fundamental mesmo em um mundo digital”, disse ele. “A criação física é algo que está dentro de todos nós e a alegria que se sente não pode ser totalmente replicada por uma experiência virtual”.

Acompanhe tudo sobre:BrinquedosLegoRobôs

Mais de Tecnologia

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site

Xerox compra fabricante de impressoras Lexmark por US$ 1,5 bilhão

Telegram agora é lucrativo, diz CEO Pavel Durov

O futuro dos jogos: Geração Z domina esportes eletrônicos com smartphones e prêmios milionários