Tecnologia

League of Legends é imune a proibições de Trump à China

Embora Trump queira banir a multinacional chinesa Tencent, oficiais da Casa Branca informaram que suas subsidiárias de jogos não serão afetadas

Estados Unidos: ordem contra a Tencent não irá afetar Riot Games (Riot Games/Divulgação)

Estados Unidos: ordem contra a Tencent não irá afetar Riot Games (Riot Games/Divulgação)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 7 de agosto de 2020 às 15h51.

Última atualização em 9 de agosto de 2020 às 14h52.

Na noite de quinta-feira, 6, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou na briga tecnológica com a China. Tentando proibir as redes sociais WeChat e TikTok do país, o presidente assinou uma ordem executiva que diz que as empresas chinesas Tencent e ByteDance (controladora do TikTok) terão apenas mais 45 dias para permanecerem ativas com seus respectivos produtos no país.

Além do aplicativo de mensagens WeChat, a Tencent também é dona de grandes empresas de jogos. Entre elas está a Riot Games, desenvolvedora dos títulos League of Legends, Valorant, Legends of Runeterra, entre outros, além de ter uma comunidade de jogadores bastante ativa no país.

A empresa não divulga o número de jogadores por país, mas o League of Legends, por exemplo, é jogado por 100 milhões de pessoas globalmente. Uma popularidade forte o suficiente para fazer Trump tomar cuidado no momento da proibição.

Além da Riot, a Tencent também é responsável por uma parcela considerável de empresas como Epic Games, Supercell, Ubisoft e Blizzard.

Dessa maneira, a empresa tem envolvimento em vários dos jogos favoritos dos estadunidenses — desde Clash of Clans até a febre Fortnite —, o que fez com que os gamers do país ficassem com receio de que a decisão do presidente pudesse afetar seu tempo de lazer — ou até a profissão, levando em conta o crescimento dos e-sports no mundo, um mercado que fatura mais de 1 bilhão de dólares, segundo a consultoria de dados alemã Statista.

E não foi uma suposição tirada do além: o texto da ordem executiva mencionava que seria proibida no país “qualquer transação relacionada ao WeChat por qualquer pessoa ou com relação a qualquer propriedade, sujeita à jurisdição dos Estados Unidos, com a Tencent Holdings Ltd. ou qualquer subsidiária dessa entidade.”

O que acendeu um temor entre os profissionais da área de esportes eletrônicos, os consumidores e os admiradores da área, que acreditavam que a ação fosse acabar banindo os principais games das empresas chinesas, afetando também o mercado — especialmente o de League of Legends —, além de retirar uma base consistente de jogadores dos servidores locais.

No entanto, o medo passou quando representantes oficiais da Casa Branca confirmaram para o jornal LA Times que a decisão não iria se aplicar sobre as empresas de jogos.

https://twitter.com/SamAugustDean/status/1291576813685108736

Ainda que a indústria americana de jogos não vá deixar de existir em breve, as respostas iniciais para a ordem executiva demonstraram que a saída completa da Tencent do país provavelmente acabaria com uma indústria milionária, o que certamente não favoreceria o mercado.

Apesar disso, após o anúncio de Trump, a Tencent perdeu 35 bilhões de dólares em valor de mercado — um golpe que talvez nem o LoL possa recuperar.

Os usuários de TikTok e WeChat, no entanto, ainda estão correndo o risco de terem seu lazer e/ou profissão banidos dos Estados Unidos. Embora as expectativas para que a Tencent e a ByteDance consigam recorrer judicialmente da decisão sejam altas, os produtores de conteúdo para o TikTok podem ter de migrar para o Instagram em um futuro próximo.

Sendo assim, a ameaça de Trump para a multinacional chinesa não irá envolver suas subsidiárias focadas em jogos. Pelo menos não por enquanto. Um alívio para os gamers que pode (ou não) ter prazo de validade.

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