Tecnologia

Lançamento do 4G é "propaganda enganosa", diz Proteste

Em comunicado, a associação reclama ainda que há aparelhos "sendo vendidos como 4G que não operam na frequência de 700 MHz"


	Entidade diz que "não é aconselhável o consumidor investir em uma tecnologia ainda cara, compatível com poucos celulares e disponível ainda em poucas regiões de algumas cidades"
 (WIKIMEDIA COMMONS)

Entidade diz que "não é aconselhável o consumidor investir em uma tecnologia ainda cara, compatível com poucos celulares e disponível ainda em poucas regiões de algumas cidades" (WIKIMEDIA COMMONS)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2013 às 17h56.

A associação de consumidores Proteste e a Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET) não estão satisfeitas com o lançamento comercial do 4G no Brasil.

As entidades enviaram um ofício à Anatel nesta segunda-feira, 29, questionando as ofertas, alegando que as teles estão oferecendo modelos 4G que "sequer operam na banda de 2,5 GHZ", afirmando ainda que as teles estariam fazendo "propaganda enganosa porque aparelhos e planos mais caros acabarão por ser operados em frequências destinadas ao 3G".

A associação diz que está criticando "o adiantamento da venda de planos e equipamentos, antes de a frequência de 700 MHz estar operando, pois sabemos que no 2,5 GHz o alcance é de pouca abrangência e além de tudo ainda temos poucas ERBs; ou seja, até que o 700 MHz esteja sendo operado pelas teles, é muito provável que quem pague por 4G tenha o serviço 3G".

Em comunicado, a associação reclama ainda que há aparelhos "sendo vendidos como 4G que não operam na frequência de 700 MHz", alegando que o usuário terá que, eventualmente, trocar de handset para usar o novo espectro.

A questão é que operadoras e fabricantes de celulares não têm obrigação de vender dispositivos capazes de funcionar em 700 MHz para o LTE, já que a licitação no Brasil ainda nem ocorreu. Ainda assim, a entidade diz que "não é aconselhável o consumidor investir em uma tecnologia ainda cara, compatível com poucos celulares e disponível ainda em poucas regiões de algumas cidades", referindo-se à faixa de 2,5 GHz.

A Proteste chega a dizer que "há dúvidas sobre em quais faixas de frequência funcionará o serviço", criticando o "baixo desempenho de cobertura (de 2,5 GHZ) especialmente em locais mais fechados, o que implicará na necessidade do respectivo terminal operar utilizando a infraestrutura relativa ao serviço 3G para estabelecer a comunicação desejada", supostamente sobrecarregando a rede de terceira geração. 


A Proteste cita comentários recorrentes do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que alega que o lançamento do 4G desafogaria a rede de terceira geração.

Primeira rodada de lançamento do 4G

Nesta terça-feira, 30, extingue-se o prazo para o lançamento comercial obrigatório do serviço de 4G nas cidades-sede da Copa das Confederações, conforme edital de licitação da Anatel. As operadoras Claro e Oi já ofertam os planos LTE, enquanto Vivo e TIM devem fazer o lançamento na data limite.

Ao contrário do que afirma a Proteste, pelo menos nas informações oficiais divulgadas pelas teles até esta segunda-feira, conforme apurou este noticiário, não há nenhum aparelho (smartphone ou modem USB) sendo vendido como LTE no Brasil que não opere na frequência de 2,5 GHz.

O que acontece é que o site oficial da Motorola Mobility no Brasil exibe na página de informações técnicas do smartphone Razr HD a informação errada de que o dispositivo opera em 700 MHz e 2.100 MHz em LTE. Na verdade o aparelho foi justamente o primeiro no país a ser ofertado com a compatibilidade com o 2,5 GHz, em setembro.

Acompanhe tudo sobre:CelularesIndústria eletroeletrônicaLegislaçãoProteste

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA