Tecnologia

Internet das coisas não é gênio que voltará à garrafa

Esta é uma tendência que se propaga rapidamente

Homem testa um Google Glass durante a CES 2014, em Las Vegas: Internet das Coisas se refere a tecnologias como veículos robóticos, óculos e relógios informatizados (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Homem testa um Google Glass durante a CES 2014, em Las Vegas: Internet das Coisas se refere a tecnologias como veículos robóticos, óculos e relógios informatizados (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 15h35.

Washington - O mundo futurista de carros sem motoristas, óculos que enviam e-mails e lixeiras que chamam o lixeiro para serem recolhidas está se deparando com o tradicional ritmo para fazer negócios em Washington.

Companhias como a Google Inc. e a Bayerische Motoren Werke AG estão avançando aceleradamente para a chamada “Internet das Coisas”. O Departamento de Transporte e a Comissão Federal de Comércio estão atuando mais deliberadamente, preocupados com que os dispositivos sejam vulneráveis a hackers, que levem ao mau uso de dados pessoais ou ainda que causem danos físicos aos donos.

“Se estamos pensando que esse gênio pode ser colocado na garrafa de volta, estamos nos iludindo”, disse Robert Enderle, analista principal de tecnologia que trabalha para o Enderle Group, em San Jose, Califórnia, em entrevista por telefone.

A Internet das Coisas se refere a tecnologias como veículos robóticos, óculos e relógios informatizados, e eletrodomésticos e lixeiras com conexão à Internet. Produtos do conceito estão sendo apresentados nesta semana no North American International Auto Show, em Detroit, após gerar comentários na exibição International Consumer Electronics, na semana passada, em Las Vegas.

O mercado de dispositivos sem fio com conexão à Internet poderia criar entre US$ 2,7 trilhões e US$ 6,2 trilhões em valor econômico anualmente até 2025, segundo o McKinsey Global Institute, braço de pesquisa da consultoria McKinsey Company Inc., sediada em Nova York.

A Cisco Systems Inc. prevê que cerca de 25 bilhões de dispositivos estejam conectados até 2015, frente a 12,5 bilhões em 2010. “Não tem nada a ver com a tecnologia”, disse o presidente John Chambers em um discurso de abertura na CES. “Trata-se da forma com que este fenômeno muda a vida das pessoas para sempre”.

O ‘lado escuro’

O “lado escuro” de ter dispositivos conectados à Internet poderia ser que hackers tomassem controle de aplicativos dentro de casas para causar incêndios ou de veículos para matar pessoas, segundo a Internet Identity, uma companhia de segurança informática sediada em Tacoma, Washington.


Não é ciência ficção. O ex-vice-presidente americano Dick Cheney disse na edição de 20 de outubro do programa “60 Minutes” da CBS que a função de rede do desfibrilador colocado nele em 2007 foi desativada porque ele temia que terroristas pudessem usá-la para matá-lo.

Os reguladores e os legisladores precisam escrever regras que expliquem claramente o que as companhias podem fazer e descrever em detalhe as penalidades para as violações, tarefa obstaculizada pelas revelações sobre a dimensão dos programas de espionagem dos EUA, disse Enderle.

Carros robóticos

A tecnologia de carros sem motorista da BMW e da Audi, apresentada na semana passada em Las Vegas, chega imediatamente depois que a Google fez cerca de 805.000 quilômetros com o Lexus RX 450h para testar a tecnologia de piloto automático. A porta-voz Katelin Jabbari disse que a companhia sediada em Mountain View, Califórnia, não quis fazer comentários.

Embora a Califórnia, a Florida e Nevada tenham autorizado suas agências estaduais a fixarem padrões para os carros autônomos, a Administração Nacional de Segurança no Tráfego de Estradas não fez o mesmo. O órgão disse que neste ano decidirá se proporá novas regras, realizará pesquisas adicionais ou tomará ambas as medidas.

Muitas companhias apresentaram veículos aéreos não tripulados operados por smartphones ou relógios inteligentes na CES, algumas versões das quais podem ser usadas nos EUA com permissão do governo. A Amazon.com Inc. quer entregar pacotes usando drones e está esperando que a Administração Federal de Aviação escreva regulamentações que lhe permitam fazê-lo, disse por e-mail Mary Osako, porta-voz da companhia sediada em Seattle, Washington.

Em 2014, a Comissão Federal de Comércio converterá em prioridade processar as companhias que realizarem práticas comerciais enganosas no que tange à Internet das Coisas, disse Maneesha Mithal, diretora associada de privacidade e proteção da identidade na agência.

“Trata-se de uma área ainda na infância”, disse Mithal. “Queremos que as companhias pensem nas questões de privacidade e segurança desde o começo, não como uma reflexão tardia”.

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