Tecnologia

Internet banda larga pode ficar mais cara no Brasil com ação da PGR

Procuradoria-Geral da República questiona a isenção de taxas cobradas para as operadoras no "direito de passagem"

Internet: banda larga pode ficar mais cara com fim de isenção fiscal para operadoras (Thomas Trutschel / Colaborador/Getty Images)

Internet: banda larga pode ficar mais cara com fim de isenção fiscal para operadoras (Thomas Trutschel / Colaborador/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 16h10.

Última atualização em 27 de janeiro de 2021 às 16h16.

Associações que defendem empresas que atuam com o setor de telecomunicações lançaram na sexta-feira, 22, um manifesto em defesa da Lei Geral das Antenas, regulamentada em setembro do ano passado e alvo de uma ação da Procuradoria-Geral da República. O órgão questiona a isenção de taxas para as operadoras. As associações, por outro lado, entendem que o fim da gratuidade pode tornar a internet banda larga mais cara.

Criada em 2015, a Lei Geral das Antenas é considerada uma importante ferramenta fiscal para as companhias de telecomunicações, já que diminui os custos das operações e permite um maior controle do preço ofertado pelos serviços de internet banda larga. Em termos mais específicos, o direito de passagem prevê a gratuidade para que as companhias operem com infraestrutura em vias públicas e faixas de domínio dos municípios.

Em setembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que regulamentava a lei. Em dezembro, porém, a PGR passou a questionar a ação. No documento mais recente, as associações criticam o questionamento da PGR em torno da Lei Geral das Antenas, que prevê o direito de passagem gratuito alegando ser “essencial para atender aos anseios da sociedade e do interesse público”.

Assinado por associações como Conexis Brasil Digital, Abrint, Abrintel, Associação Neo, ConTIC, Febratel, Fenainfo, Feninfra e Telcomp, o manifesto traz ainda um estudo econômico elaborado por uma consultoria especializada que detalha como o fim da isenção fiscal poderia encarecer o serviço de internet banda larga no Brasil e “frear o ritmo de expansão das redes de telecomunicações, principalmente em regiões e áreas distantes”.

A polêmica chegou ao Supremo Tribunal Federal e uma audiência pedindo a revogação da lei deve ser julgada no dia 10 de fevereiro por motivos de inconstitucionalidade. A expectativa, porém, é que o pedido da PGR seja negado. Mas até lá muita coisa ainda pode acontecer.

Internet cara?

A internet banda larga no Brasil pode ser considerada razoavelmente barata. Uma pesquisa da plataforma de descontos Cuponation e com dados privados e públicos aponta que o Brasil ficou na 74ª posição em um ranking de 100 países que avaliou o preço cobrado pelo combo de internet banda larga fixa de 60 Mbps e sem limite de dados. O estudo apontou que o brasileiro precisava desembolsar, em média, 113,70 reais pela oferta.

Para efeito de comparação, nos Emirados Árabes Unidos o preço cobrado pelo acesso à internet em uma oferta semelhante é de 510,59 reais. Já na Romênia, que ficou na outra ponta da lista, é preciso desembolsar 48,45 reais pela assinatura de um pacote semelhante.

Acompanhe tudo sobre:Banda largaEmpresas de internetInternetPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaTelecomunicações

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA