Tecnologia

Intel nega que WiMAX cause apagão em parabólicas

Para a Intel, diferentemente do que dizem as emissoras, a implantação do acesso à internet via WiMAX não vai interferir nas transmissões de TV

A Intel diz que o problema não é o WiMAX. São as parabólicas (Auro Queiroz / SXC)

A Intel diz que o problema não é o WiMAX. São as parabólicas (Auro Queiroz / SXC)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 15h59.

São Paulo – A informação de que a frequência de 3,5GHz, que poderá ser usada, no Brasil, para acesso à internet por meio da tecnologia WiMAX, poderia atrapalhar o sinal de antenas parabólicas foi contestada pela Intel. A empresa é uma das responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia WiMAX e de chips que implementam esse tipo de conexão sem fio. Elas deverão possibilitar acesso à internet sem fio em banda larga e ligações telefônicas.

Segundo emissoras de TV, a frequência para WiMAX, nas faixas de 3,4 a 3,6 GHz propostas pela Anatel, causa interferências no sinal de antenas parabólicas que operam em frequência de 3,62 a 3,8 GHz. Em entrevista à INFO, Emilio Loures, diretor de assuntos corporativos da Intel Brasil, afirmou que, embora essa seja uma preocupação legítima, o WiMAX pode ser facilmente ajustado para não interferir nos sinais de outras tecnologias, bem como também poderia ser utilizado em outra frequência como a 2,5GHz.

Morte às parabólicas!

De acordo com a Intel, este não é um tema novo e vem sendo discutido desde 2005 com a Anatel, sem nenhuma definição até o momento e sem uma previsão também de quando haverá um leilão para essa frequência.

“O problema mesmo são as parabólicas, que não possuem nenhum tipo de regulamentação de sinal. O correto [por lei] é o cidadão receber em casa, gratuitamente, o sinal de TV em 700 MHz, emitido por uma antena terrestre. Mas a existência de parabólicas contradiz isso e expõe que, em nosso país, muitos ainda necessitam pagar para obter um sinal de rede aberta”, aponta Loures.


Segundo o executivo, as antenas parabólicas não deveriam existir. Pois, por lei, o estado exige que haja a distribuição de um sinal terrestre aberto analógico em 700 MHz para todo o país. Mas não é o que ocorre. O sinal de satélite, que, antes, era codificado, foi liberado há algum tempo pela Anatel. Houve, então, proliferação sem controle desse tipo de antena.

Além disso, a potência das antenas de WiMAX (estipulada em 30 watts) também passaria por um tempo de ajustes de cinco anos até que se possa usar a rede com máximo alcance, sem criar interferências no sinal analógico da TV. A empresa também contestou a quantidade de antenas parabólicas existentes, que a Anatel estima em 22 milhões. Para a Intel, este número está muito exagerado e não retrata a realidade.

“Hoje 4.600 cidades tem a faixa de 700 MHz livre, sem sinal analógico. Como teremos uma TV digital em 2016 se não há nem rede analógica completa? Além disso as conexõs de dados que temos estão muito distantes das metas traçadas para 2016. Poderemos ter um apagão de dados e usar a rede com a sensação de uma conexão discada”, completa Loures.

Cautela na Anatel

Procurada pela INFO para comentar o assunto, a Anatel afirmou que essa frequência ainda está em fase de testes e que as correções serão feitas antes de se definir o edital para o leilão. “A questão está sendo devidamente tratada pela Agência. Há várias soluções já identificadas em estudos que estão em andamento. Mas são soluções individualizadas. Serão feitos testes adicionais para complementar nossa análise, mas ainda não foram concluídos”, afirmou a Anatel em comunicado.

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