Huawei: companhia chinesa planeja lançar celulares topo de linha (Jason Lee/Reuters)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 29 de agosto de 2019 às 09h38.
Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 09h38.
São Paulo — A fabricante chinesa de smartphones Huawei deve seguir com o seu plano de lançar um celular topo de linha este ano, ainda que ele não venha com os aplicativos do Google e o sistema Android, por causa das restrições impostas pelos Estados Unidos à empresa. A nova linha de celulares é chamada de Mate 30 e deve ser lançada já no mês de setembro em um evento em Munique, na Alemanha, segundo informações da agência de notícias Reuters.
A linha de smartphones Mate 30 deverá ser a primeira a ser lançada depois de o governo do presidente americano Donald Trump ter imposto restrições à companhia chinesa. Em maio, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos incluiu a Huawei na lista de empresas impedidas de fazer negócios com companhias americanas, por suspeita de envolvimento em ações de espionagem.
A proibição, no entanto, ainda não está em vigor. Por duas vezes, os Estados Unidos emitiram uma licença temporária permitindo que a Huawei continue comprando produtos e serviços de empresas americanas. No entanto, de acordo com a Reuters, a licença não se aplica a novos produtos, como o Mate 30.
No início de agosto, a fabricante chinesa informou que estaria desenvolvendo seu próprio sistema operacional, chamado de Harmony. Executivos da Huawei e analistas de mercado não acreditam que o sistema possa se tornar uma alternativa para o Android. Vincent Pang, vice-presidente e diretor do conselho da Huawei, disse recentemente em um evento para a imprensa que os telefones celulares da companhia ainda terão como base o sistema Android. "Nossos novos celulares ainda serão baseados no Android. Nós queremos manter um padrão, um ecossistema, uma tecnologia", afirmou.
Fundada na cidade de Shenzhen, na China, a Huawei é hoje a terceira maior fabricante de smartphones do mundo. Graças a sua crescente popularidade entre os consumidores da China e da Ásia, a empresa vendeu 206 milhões de unidades no mundo em 2018, um resultado 33% maior do que no ano anterior.
A Huawei ficou atrás apenas da Samsung, que tem 21% do mercado de smartphones com 296 milhões de unidades vendidas, e da Apple que, por sua vez, é a segunda maior fabricante, tendo vendido 212 milhões de celulares em 2018. Os dados são da consultoria IDC, especializada em coletar informações sobre a indústria de tecnologia.