Foodtechs já levantaram US$ 1,7 bi e empregam quase 30 mil, aponta estudo
Dados são relativos à América Latina em pesquisa feita pela Pepsico e Endeavor, que avaliou as principais companhias foodtech do continente
Thiago Lavado
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 17h53.
Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 10h57.
Se os alimentos a base de plantas e sem produtos de origem animal são o que geralmente chamam atenção quando fala-se do mercado de tecnologia e alimentação, um novo estudo mostra que ele é bem mais complexo que isso.
Um estudo realizado pela Endeavor em parceria com a Pepsico mapeou as principais empresas do setor na América Latina, identificando o quanto já foi levantado, quantas pessoas empregam e onde estão as foodtech .
De acordo com o levantamento, foram identificadas 323 empresas que atuam no setor em 5 países: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México, alguns dos principais mercados consumidores do continente.
Dessas, a pesquisa coletou informações de 102 startups e scaleups e concluiu que o total arrecadado já passa de 1,7 bilhão de dólares desde 2011, em uma indústria que emprega 29.000 pessoas. As principais categorias de atividade identificadas foram logística e gerenciamento de dados, seguida por vendas e produtos saudáveis, naturais ou orgânicos.
Ainda segundo a pesquisa, os principais trabalhos do setor estão vinculados a um grupo de 24% das companhias analisadas, que foram capaz de crescer e empregar mais de 50 pessoas. Essas empresas representam atualmente 83% da geração de emprego no mercado de foodtech.
Das startups da região, é mais comum que a expansão internacional aconteça em países como Chile e Argentina, em que 52% e 49%, respectivamente, das empresas ampliaram seus negócios a outros países. O Brasil é o que tem o menor índice nesse sentido: apenas 15% das foodtechs locais buscaram outros mercados. A barreira linguística e a dominância de um mercado consumidor grande podem ajudar a explicar o movimento.
Um dado importante que atesta o crescimento da área diz respeito ao período em que os principais aportes no setor aconteceram: foram 206 rodadas de capital, com 64% tendo sido realizada entre este ano e o ano passado, mostrando que as startups latinas vêm chamando atenção global.
Do total captado, quase metade, cerca de 828 milhões de dólares, foram para empresas localizadas no Brasil.