Facebook pode anunciar sua criptomoeda na semana que vem
Diferentemente do Bitcoin, moeda virtual da empresa de Mark Zuckerberg pode ser lastreada ao dólar
Rodrigo Loureiro
Publicado em 14 de junho de 2019 às 14h25.
Última atualização em 14 de junho de 2019 às 16h03.
São Paulo – Os rumores de que o Facebook está pronto para lançar a sua própria criptomoeda estão cada vez mais fortes. De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal , a empresa de Mark Zuckerberg pretende anunciar a Libra, como está sendo chamada a sua moeda virtual, já na próxima semana. Mais precisamente na próxima terça-feira (18). O lançamento, porém, pode ficar somente para 2020.
Em desenvolvimento há mais de um ano e com foco nas transações digitais, a Libra nasce a partir de um consórcio liderado pelo Facebook para impulsionar o comércio eletrônico não apenas dentro das plataformas administradas pela gigante de Menlo Park, na Califórnia, mas diversos setores da indústria digital.
Foi essa a promessa que atraiu gigantes do mercado a apostarem na ideia e investirem 10 milhões de dólares cada um em um consórcio que ficará responsável pela criação e pela administração da Libra. Entre os apoiadores, que já somam mais de uma dúzia, segundo a imprensa internacional, destaque para as emissoras de cartão de crédito Visa e Mastercard , e para empresas como Uber , PayPal e Booking.
Para convencer esses parceiros a apostarem no projeto, um dos desafios seria permitir que a Libra não sofresse dos mesmos efeitos especulativos de outras criptomoedas, como a Bitcoin, por exemplo. Em dezembro de 2017, a moeda virtual criada por Satoshi Nakamoto – pseudônimo para um programador que nunca foi identificado – chegou a ser avaliada em mais de 19 mil dólares por unidade. Doze meses depois, cada Bitcoin era negociada por cerca de 3 mil dólares. Nesta sexta-feira (14), o valor do ativo virtual beira os 8,3 mil dólares.
A solução seria lastrear a Libra às moedas físicas, com o dólar americano, o euro e a própria libra esterlina, por exemplo. Ainda não se sobre qual ou quais moedas o ativo virtual teria seu valor atrelado, mas é certo de que ele não vai ser totalmente sem lastros. De acordo a imprensa internacional, representantes do Facebook se reuniram com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, com o Banco da Inglaterra e com a empresa Western Union para tratar do assunto.
Nessas conversas também estariam sendo debatidas as possibilidades de a Libra ser transacionada em terminais físicos, como caixas eletrônicos. No equipamento eletrônico, os usuários poderiam fazer a conversão dos valores digitais para as moedas físicas e, então, realizarem o saque em moeda local.