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Elon Musk diz que há 70% de chance de se mudar para Marte

Segundo o executivo, a eventual mudança se dará mais por necessidade do que por vontade

Vida em Marte: Elon Musk acredita que conseguirá viajar para Marte, mas não que voltará de lá (Joe Skipper/File Photo/Reuters)

Vida em Marte: Elon Musk acredita que conseguirá viajar para Marte, mas não que voltará de lá (Joe Skipper/File Photo/Reuters)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 14h47.

São Paulo — Se depender de Elon Musk, Marte terá um morador ilustre dentro de alguns anos: o próprio bilionário. Em entrevista à série de mini-documentários AXIOS, do canal HBO, o fundador da Tesla e da SpaceX acredita que há 70% de chance de que ele ainda viaje para o planeta vermelho — e acabe se mudando em definitivo para lá.

Segundo o executivo, a mudança se dará mais por necessidade do que por vontade. Musk já falou algumas vezes de viajar até Marte, mas, dessa vez, assumiu que não tem certeza se será possível voltar do planeta vermelho caso consiga de fato aterrissar por lá.

Para ele, pelo menos, a mudança não deverá ser tão cara, custando apenas algumas centenas de milhares de dólares. Mas nada de colônia de férias para ricos: Musk reforçou que os pioneiros, como ele, terão que "trabalhar feito loucos, sem parar, para erguer uma base". Além disso, o risco de morte em uma eventual missão tripulada é enorme, mais ou menos como as primeiras incursões ao Pólo Sul. Por que arriscar tanto, então? "Será como escalar montanhas: as pessoas gostam de fazer isso pelo desafio", resumiu.

Quando o homem chegará em Marte?

Ainda assim, o executivo se mostrou otimista quanto ao sucesso de uma viagem à Marte graças a "bons resultados recentes". No curto trecho divulgado pela HBO, Musk não chegou a detalhar quais foram essas evoluções, mas já disse, em outra ocasião, que tinha o objetivo "pouco realista" de mandar foguetes até Marte em 2022.

A SpaceX, sua empresa de espaçonaves, já está trabalhando para levar pessoas à Estação Espacial Internacional (ISS) e, depois, à Lua. No primeiro caso, a expectativa é de que uma missão tripulada à ISS aconteça no segundo trimestre de 2019.

No entanto, ainda não há uma data certa para os foguetes da empresa irem mais longe: a viagem para a Lua, que deve ter na tripulação o bilionário japonês Yusaku Maezawa, não deve acontecer antes de 2021, já que os projetos de espaçonave e veículo propulsor reutilizáveis (o BFS e o BFR, respectivamente) ainda não estão muito perto de ficar prontos.

Os planos ao menos não deverão ser adiados por falta de orçamento. A perspectiva econômica é boa para a SpaceX e também para suas rivais, como a Virgin e a Blue Origin: uma análise da consultoria Market Forecast estima que a demanda por satélites e veículos de lançamento reutilizáveis vai aumentar muito. O mercado, que hoje é avaliado em 360 bilhões de dólares, deve crescer a uma taxa de 5,6% ao ano até 2016, passando dos 558 bilhões de dólares.

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