'É hora da customização do conteúdo', diz CEO do Netflix
Executivo fala sobre expectativas do serviço no país, que incluem novelas
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2011 às 19h28.
Reed Hastings já foi considerado uma das pessoas mais influentes do planeta pela revista Time. A razão: a criação do Netflix, serviço que distribui, pela internet, cópias digitais de filmes, séries e documentários a partir da demanda de assinantes. O negócio tem valor de mercado estimado de quase 11 bilhões de dólares e acaba de chegar ao Brasil, o que trouxe Hastings a São Paulo na semana passada. "É hora da customização do conteúdo", disse o CEO do Netflix em sua passagem pelo país. Na entrevista a seguir, ele fala sobre as expectativas do serviço no Brasil, que incluem a oferta de novelas, e também as limitações que ele deverá encontrar.
A penetração da banda larga no Brasil é muito inferior à registrada nos Estados Unidos. Como lidar com essa realidade?
YouTube, Skype e Facebook têm tido muito sucesso por aqui. Os brasileiros amam esses serviços. Não esperamos grandes dificuldades, tendo em vista esse cenário. Minhas expectativas são positivas, porque a banda larga está crescendo muito por aqui. O governo está investindo na universalização da internet. A longo prazo, as pessoas vão querer assistir a vídeos através da rede em diferentes dispositivos, como celular, tablet e computador. A operação no Brasil é, para o Netflix, o começo de sua operação global. Durante muitos anos, só enxergávamos o mercado americano, mas agora já podemos licenciar conteúdos para diferentes regiões. Nosso grande desafio, no entanto, é ganhar popularidade. Sabemos que não somos conhecidos por aqui e por isso acreditamos muito no período gratuito de testes. O usuário pode acessar o serviço, assistir a filmes e cancelar a assinatura na hora que achar conveniente.Vamos licenciar mais e mais conteúdos e vamos garantir uma boa experiência àqueles que utilizarem nossos serviços para assistir a filmes e seriados.
Por que o senhor não trouxe o serviço de locação de DVDs, existente no Estados Unidos, para o Brasil?
O serviço de locação de DVDs tem de estar muito bem integrado ao serviço de correio. A respeito disso, temos muito a aprender no Brasil. Mesmo no Canadá, não oferecemos esse recurso. Nosso objetivo é trabalhar somente com streaming de vídeo (transmissão via rede).
O senhor acredita na morte do DVD e do Blue Ray no futuro?
Claro. Talvez em 20 ou 30 anos. Talvez eles tenham um mercado de nicho, mas de modo geral não serão mais mídias de massa. Amamos o DVD, mas esse não é o nosso futuro. Nosso futuro é o streaming.
Alguns acreditam que o Netflix pode comprometer o desempenho dos canais pagos no Brasil. O senhor concorda?
Nos Estados Unidos, onde atuamos há mais tempo, temos 25 milhões de assinantes. Mesmo depois do início de nossas operações, os canais a cabo continuaram crescendo. Definitivamente, não somos competidores dessas emissoras. Somos uma plataforma de distribuição. Temos ótimos conteúdos, como série e filmes, mas não temos esportes e notícias. É como nos videogames: enquanto as pessoas estão jogando, não estão assistindo à TV, mas isso não pode ser caracterizado como uma concorrência.
O Netflix pretende personalizar seus conteúdos para o público brasileiro, incluindo no cardápio campeonatos de futebol e reality shows?
O Netflix é um serviço de filmes e programas de TV. Há outras empresas on-line que oferecem esse tipo de conteúdo, como a ESPN, especializada em esportes. No nosso caso, somos especializados em filmes e programas de TV. Aqui, seguiremos o mesmo modelo dos Estados Unidos.
Além de futebol, os brasileiros gostam muito de novelas. O Netflix chegou a entrar em contato com canais locais para negociar esse tipo de conteúdo?
As novelas são de grande importância para o Netflix. Já futebol, não muito. Atualmente, licenciamos algumas novelas e cada vez teremos mais e mais opções. Estamos focados em programas exibidos no ano passado, de forma a não competir com a TV. Temos algumas novelas produzidas na América Latina e até algumas brasileiras. É hora da customização do conteúdo.
Quando o Netflix terá aplicativos para iPhone e iPad no Brasil?
Até o fim deste ano.
Reed Hastings já foi considerado uma das pessoas mais influentes do planeta pela revista Time. A razão: a criação do Netflix, serviço que distribui, pela internet, cópias digitais de filmes, séries e documentários a partir da demanda de assinantes. O negócio tem valor de mercado estimado de quase 11 bilhões de dólares e acaba de chegar ao Brasil, o que trouxe Hastings a São Paulo na semana passada. "É hora da customização do conteúdo", disse o CEO do Netflix em sua passagem pelo país. Na entrevista a seguir, ele fala sobre as expectativas do serviço no Brasil, que incluem a oferta de novelas, e também as limitações que ele deverá encontrar.
A penetração da banda larga no Brasil é muito inferior à registrada nos Estados Unidos. Como lidar com essa realidade?
YouTube, Skype e Facebook têm tido muito sucesso por aqui. Os brasileiros amam esses serviços. Não esperamos grandes dificuldades, tendo em vista esse cenário. Minhas expectativas são positivas, porque a banda larga está crescendo muito por aqui. O governo está investindo na universalização da internet. A longo prazo, as pessoas vão querer assistir a vídeos através da rede em diferentes dispositivos, como celular, tablet e computador. A operação no Brasil é, para o Netflix, o começo de sua operação global. Durante muitos anos, só enxergávamos o mercado americano, mas agora já podemos licenciar conteúdos para diferentes regiões. Nosso grande desafio, no entanto, é ganhar popularidade. Sabemos que não somos conhecidos por aqui e por isso acreditamos muito no período gratuito de testes. O usuário pode acessar o serviço, assistir a filmes e cancelar a assinatura na hora que achar conveniente.Vamos licenciar mais e mais conteúdos e vamos garantir uma boa experiência àqueles que utilizarem nossos serviços para assistir a filmes e seriados.
Por que o senhor não trouxe o serviço de locação de DVDs, existente no Estados Unidos, para o Brasil?
O serviço de locação de DVDs tem de estar muito bem integrado ao serviço de correio. A respeito disso, temos muito a aprender no Brasil. Mesmo no Canadá, não oferecemos esse recurso. Nosso objetivo é trabalhar somente com streaming de vídeo (transmissão via rede).
O senhor acredita na morte do DVD e do Blue Ray no futuro?
Claro. Talvez em 20 ou 30 anos. Talvez eles tenham um mercado de nicho, mas de modo geral não serão mais mídias de massa. Amamos o DVD, mas esse não é o nosso futuro. Nosso futuro é o streaming.
Alguns acreditam que o Netflix pode comprometer o desempenho dos canais pagos no Brasil. O senhor concorda?
Nos Estados Unidos, onde atuamos há mais tempo, temos 25 milhões de assinantes. Mesmo depois do início de nossas operações, os canais a cabo continuaram crescendo. Definitivamente, não somos competidores dessas emissoras. Somos uma plataforma de distribuição. Temos ótimos conteúdos, como série e filmes, mas não temos esportes e notícias. É como nos videogames: enquanto as pessoas estão jogando, não estão assistindo à TV, mas isso não pode ser caracterizado como uma concorrência.
O Netflix pretende personalizar seus conteúdos para o público brasileiro, incluindo no cardápio campeonatos de futebol e reality shows?
O Netflix é um serviço de filmes e programas de TV. Há outras empresas on-line que oferecem esse tipo de conteúdo, como a ESPN, especializada em esportes. No nosso caso, somos especializados em filmes e programas de TV. Aqui, seguiremos o mesmo modelo dos Estados Unidos.
Além de futebol, os brasileiros gostam muito de novelas. O Netflix chegou a entrar em contato com canais locais para negociar esse tipo de conteúdo?
As novelas são de grande importância para o Netflix. Já futebol, não muito. Atualmente, licenciamos algumas novelas e cada vez teremos mais e mais opções. Estamos focados em programas exibidos no ano passado, de forma a não competir com a TV. Temos algumas novelas produzidas na América Latina e até algumas brasileiras. É hora da customização do conteúdo.
Quando o Netflix terá aplicativos para iPhone e iPad no Brasil?
Até o fim deste ano.