praia (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2013 às 07h55.
Para os turistas que se preparam para curtir o sol e o mar do litoral de São Paulo neste verão, a notícia não é muito animadora. O índice de praias paulistas que permaneceram próprias para banho em todas as semanas do ano caiu pela metade entre o ano passado e este ano, de acordo com dados da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
Em 2012, 35% das praias monitoradas pelo órgão conseguiram manter a bandeira verde durante todo o ano. Em 2013, esse índice caiu para 15%, segundo informações da companhia.
Entre os municípios que registraram as maiores quedas estão alguns dos destinos preferidos dos turistas do Estado, como São Sebastião, Bertioga e Ilhabela.
No primeiro, o índice de praias consideradas boas ou ótimas pela Cetesb, ou seja, que passaram 100% do tempo próprias, passou de 56%, em 2012, para 10%, em 2013. As badaladas Baleia e Juqueí foram duas das praias do município a saírem da lista de "cinco-estrelas".
Em Bertioga, o mesmo índice caiu de 44% para 11% no período. Já Ilhabela não teve nenhuma praia considerada ótima ou boa neste ano - no ano passado, a cidade teve 27% de praias nessa condição.
A maioria das praias é avaliada pela Cetesb semanalmente. A praia é considerada imprópria quando a água tem índices de bactérias fecais acima do aceitável. O contato do banhista com os micro-organismos pode causar problemas como gastroenterites (inflamação do sistema gastrointestinal) e doenças dermatológicas.
Cetesb e prefeituras apontam três razões para a piora nos resultados: aumento do volume de chuvas neste ano, crescimento populacional no litoral, sobretudo em ocupações irregulares, e rede de coleta e tratamento de esgoto insuficiente.
"Tivemos chuvas muito fortes em algumas épocas deste ano. Quando isso acontece, a água vai lavando toda a superfície, levando a sujeira e o esgoto despejado de forma clandestina para o mar", explica Claudia Lamparelli, gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb.
Ela afirma que o órgão já vem advertindo, em seus relatórios anuais, para as consequências do crescimento populacional desordenado no litoral. "Para o saneamento acompanhar esse crescimento é difícil. Em áreas irregulares, por exemplo, a Sabesp não pode instalar rede de coleta e tratamento de esgoto."