Tecnologia

Dia dos Pais pode ter acelerado liberação de operadoras

“Basta observar a conversa que estamos tendo agora: em diversos momentos o sinal está falhando”, disse a coordenadora Institucional da Proteste, Maria Inês Dolci

Loja da Oi em shopping: segundo ela, a Anatel “demorou demais” para punir as operadoras (Marcelo Correa/EXAME)

Loja da Oi em shopping: segundo ela, a Anatel “demorou demais” para punir as operadoras (Marcelo Correa/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 18h43.

Brasília – A proximidade do Dia dos Pais, quando costuma aumentar a venda de celulares, pode ter influenciado a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a liberar a comercialização de chips e modems pelas empresas de telefonia. O fato de a liberação ter ocorrido sem que nenhuma medida prática tenha sido tomada em favor do consumidor reforça essa possibilidade, diz a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

“Basta observar a conversa que estamos tendo agora: em diversos momentos o sinal está falhando”, disse, em meio à entrevista concedida por celular à Agência Brasil, a coordenadora Institucional da Proteste, Maria Inês Dolci. “Para o consumidor, nada mudou porque o problema é sistêmico. As empresas não têm como melhorar sinal e qualidade do serviço em prazo tão curto, nem como fazer investimentos para solucionar os problemas denunciados, em especial os relativos a falhas do sinal.”

Segundo ela, a Anatel “demorou demais” para punir as operadoras. “E depois, em apenas 11 dias, voltou a liberar as vendas, mesmo com um quadro com tantas reclamações não atendidas e problemas não solucionados”, afirmou.

“Um ponto que nos chama muito a atenção é a liberação das vendas em data próxima ao Dia dos Pais, data que representa uma grande oportunidade de vendas para as operadoras. A Anatel perdeu a oportunidade de aproveitar a data. Mantendo a proibição, puniria de forma mais efetiva as empresas e mostraria que, de fato, atua em prol do consumidor”, disse Maria Inês.

Ela critica o fato de ter bastado às empresas apresentar um plano de investimentos futuros para ter suas vendas liberadas. “Este era o momento ideal de obrigá-las a melhorar de imediato a qualidade dos serviços e do atendimento. É com ações desse tipo [que resultam na diminuição, ainda que momentânea, dos lucros das empresas] que se pode aumentar, nas operadoras, o interesse pela melhora dos serviços”, afirmou. “Com isso, os problemas verificados e não solucionados não deixaram de ocorrer. Ou seja, os consumidores continuarão a ter problemas.”

De acordo com o superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, serão necessários seis meses para que os usuários de telefone celular percebam melhoria nos serviços de transmissão de voz e dados.

Com 11 anos de existência, a organização não governamental Proteste tem, segundo Maria Inês, 250 mil pessoas físicas associadas. A entidade integra o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, grupo que é formado por Procons, Defensoria Pública, Ministério Público e entidades civis de defesa do consumidor.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasServiços3GTelecomunicaçõesOperadoras de celularEmpresas italianasTIMEmpresas mexicanasBrasil TelecomOiTelemarEmpresas portuguesasClaroAnatel

Mais de Tecnologia

Samsung quer reinventar o celular — mas cobra caro por isso

Pesquisadores de Pequim desenvolvem chip de alta precisão para aplicações em IA

Meta fecha uma das maiores aquisições de sua história ao comprar startup chinesa de IA

Brasileiro lança startup que promete pagar usuários por dados usados por IAs