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Coreia do Sul teme burocracia para investir no Brasil

Comitiva de empresários sul-coreanos virá ao país para avaliar possíveis parcerias com empresas distribuidoras regionais e pequenos provedores


	Fibra óptica: a CT Networks estaria em conversa atualmente com a Oi no país
 (REUTERS/Jose Miguel Gomez)

Fibra óptica: a CT Networks estaria em conversa atualmente com a Oi no país (REUTERS/Jose Miguel Gomez)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 20h44.

São Paulo - Fornecedores de infraestrutura ótica da Coreia do Sul querem fazer negócios no Brasil, mas esbarram nas dificuldades de entrar no mercado local.

Ainda assim, em novembro próximo, uma comitiva de empresários sul-coreanos virá ao país, passando ainda no Peru e na Venezuela, para avaliar possíveis parcerias com empresas distribuidoras regionais e pequenos provedores.

"Se vem um empresário coreano sozinho, não conseguirá fazer muitos negócios, vai precisar de gente local. Faremos parceria com empresas locais como fizemos no Oriente Médio e na Rússia, e lá deu certo, então achamos que dará aqui no Brasil também", declarou o gerente regional da Associação Coreana para Desenvolvimento da Indústria Fotônica, Hyun-Ho Kim.

O executivo, que representa cerca de 300 empresas coreanas, conversou com jornalistas durante seminário promovido pela agência nacional de comércio exterior e investimento da Coreia do Sul (Kotra), em São Paulo, nesta segunda-feira, 20.

A Associação quer estabelecer parcerias como a que já tem com a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) e com a distribuidora CT Networks.

Só que montar uma fábrica no país para a produção de equipamentos, como faz a japonesa Furukawa, não está nos planos. Um dos motivos citados por Kim é a burocracia.

"A diferença é que no Brasil tudo precisa de homologação da Anatel: só para um cabo, o processo durou três anos, é inviável".

Por esse mesmo motivo, ele não acredita que companhias sul-coreanas como Samsung e LG, que naquele país são também fornecedoras de infraestrutura de telecomunicações, abram esse tipo de negócio no Brasil.

Mesmo assim, o Brasil é atrativo na visão do gerente de vendas no exterior da CT Networks, Sang-woo Lee.

"As dificuldades que a Anatel impõe acabam criando proteção contra empresas baratas e sem qualidade, como as chinesas", provoca.

"Com (o processo de) homologação, cria oportunidade, serve de proteção."

Hyun-Ho Kim concorda: "Os que sobrevivem aqui ficam protegidos do lado de dentro, e isso comprova a atratividade, até porque o Brasil tem muito a crescer".

Entre os produtos que a CT Networks deverá começar a vender no país em 2015 estão um programa de provisionamento de reparos baseado na geolocalização de rede, o NetVigio; além de cabos híbridos (com pares de fibra e fios de energia no mesmo cabo), splitters, componentes pré-moldados para FTTH e o sistema de conexão para antenas FTTA (que a operadora australiana Telsra utiliza, com distribuição da Samsung).

Sang-woo Lee espera que, com isso, supere uma resistência do mercado brasileiro.

"Aqui se usa produtos muito caros vindos dos Estados Unidos ou Japão, e são produtos que os EUA não usam há 15 anos, e na Coreia não é usado desde a década de 80". A CT estaria em conversa atualmente com a Oi no país.

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