Tecnologia

"Copa e Olimpíadas vão transformar infraestrutura", diz VP

Carlos Pratas, CEO da portuguesa VP Consulting falou sobre ferramentas de BPM e expectativas da companhia em relação à Copa do Mundo e Olimpíada

Business Process Management pode ajudar ao Brasil a gerenciar negócios durante a Copa do Mundo (Reprodução INFO)

Business Process Management pode ajudar ao Brasil a gerenciar negócios durante a Copa do Mundo (Reprodução INFO)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2014 às 11h44.

São Paulo - A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil prometem aquecer o mercado, e o de TI não deverá ficar de fora. Mas o crescimento exige também controle, bom gerenciamento de recursos, otimização e automação de processos. É justamente isso que empresas responsáveis por ferramentas de Business Process Management (ou BPM) planejam oferecer a companhias envolvidas nesses dois grandes eventos. Só que o termo ainda não é tão comum no país, com poucos nomes nacionais oferecendo soluções do tipo.

Empresas internacionais, no entanto, veem nisso uma oportunidade de entrar no mercado brasileiro. É o caso da portuguesa VP Consulting, recém-chegada ao Brasil e com Carlos Pratas como CEO. O lusitano falou a INFO sobre ferramentas de BPM e expectativas da companhia em relação à Copa do Mundo e Olimpíadas. Além disso, deu sua visão – bem otimista, por sinal – em relação ao futuro do país após o fim dos dois eventos mundiais. Confira.

Primeiramente, de que forma ferramentas de Business Process Management (BPM), como as que a VP Consulting está implantando no Brasil, podem ajudar as empresas brasileiras durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas?

As companhias ligadas às principais áreas desses dois eventos têm necessidades específicas, e precisam cobrir coisas completamente novas em um curtíssimo espaço de tempo. Ou seja, precisam reagir rapidamente para ficar preparadas para basicamente duas coisas: a primeira envolve a demanda e os requisitos, que são muito maiores que os normais; a segunda já engloba a garantia de qualidade e rapidez na adequação de processos, regidos por regras específicas propostas pelos comitês de organização. Para ajudá-las, temos ferramentas que permitem adequar ou modificar, através de software, as necessidades que as companhias precisam suprir. Um caso concreto: uma empresa de telecomunicações vai querer, durante a Copa, melhorar a capacidade e manter níveis de satisfação maiores. Nós ajudamos a adequar, então, os processos relativos a tudo isso durante o evento, já que certamente o nível de exigência vai variar [subir, no caso].

Depois dos eventos, as ferramentas de BPM também serão úteis de alguma forma?

Sim. O BPM também é útil quando a redução de custos é necessária. Digamos que durante a Copa, nosso cliente queira faturar mais. Depois dela, chega a calmaria, a demanda diminui, e então é preciso melhorar a produtividade. Uma coisa é o lucro que vem devido à demanda, e outra é o lucro que é gerado pela eficiência. No momento da Copa e das Olimpíadas, vamos responder a muita demanda. Depois, a muita eficiência.


Em que estágio está o mercado brasileiro em relação a ferramentas de BPM?

O que temos visto é que o mercado brasileiro está se abrindo, mas ainda está cru em relação à BPM. Mas por quê? Porque o BPM depende muito da capacidade da web, de responder a tudo em tempo real. Então, o Brasil, em termos de infraestrutura, precisa modernizar muito. Velocidades de internet que eram muito comuns na Europa e nos EUA apareceram há pouco tempo por aqui, e só agora estão se convertendo em 10 Mbps, 20 Mbps... É uma questão de ajuste de infraestrutura, e esse ajuste vai trazer também a necessidade ou a possibilidade de adoção de ferramentas de BPM.

Há ainda a questão do tamanho continental do Brasil. Quando falamos de problemas no mercado brasileiro, não podemos esquecer que há locais muitíssimo desenvolvidos por aqui. Vê-se uma fase de organização para espalhar esse desenvolvimento, e o BPM ajuda nessa parte, já que permite ter um timing de mercado melhor. Depois, ajuda muito na estruturação das atividades, na sistematização, na capacidade de resposta organizada... Estamos recebendo agora uma procura muito grande, na ordem de dez, quinze contatos semanais de empresas só no Brasil, querendo saber o que é, querendo ver e conhecer exemplos e tentando implantar projetos pilotos, pequenos, que depois se tornam algo maior.

Sua empresa é portuguesa e está chegando por agora ao Brasil. Mais companhias estrangeiras relacionadas à BPM devem aparecer por aqui? Quanto você espera de concorrência?

Logicamente eu espero concorrência, e especialmente vinda de grandes players da área de software que estão interessados no mercado brasileiro, e estamos nos reforçando nesse aspecto. O que nós temos de vantagem nesse momento é que trazemos tudo que a experiência europeia nos deu em relação a desenvolvimento depois de uma crise. Quer dizer, já sabemos o que acontece depois de um desenvolvimento muito acentuado: é preciso uma grande valorização, porque há também um gasto exagerado que depois pode vir a se tornar uma crise. Estamos, então, conseguindo juntar essa nossa capacidade, tentando até por um freio no mercado em certos pontos, que na prática não trariam resultados. E a experiência brasileira que estamos incorporando, com profissionais brasileiros cheios de conhecimento desse mercado, nos parece fundamental. Os grandes players vão querer entrar, mas já estamos nos posicionando mais do lado do negócio do que do lado da tecnologia, e esperamos ter grande vantagem competitiva nesse ponto.


Qual dos dois eventos você vê como o mais importante para o crescimento da estrutura de TI no Brasil?

Desses dois, me parece que as Olimpíadas terão uma repercussão maior, do ponto de vista de sua extensão mundial. Existem muitos fãs de futebol, e sabemos disso, mas há muito mais visibilidade em uma Olimpíada devido a sua “transversalidade”. A organização das Olimpíadas me parece mais transversal, apesar de ser mais situada em uma zona geográfica só. Mas claro, tanto um quanto o outro tem um bom aspecto. Na Copa, você tem o fato de ela acontecer em diferentes estados, de infraestruturas distintas, o que vai implicar que uma mesma empresa tenha que agir de forma diferenciada geograficamente. O outro vai ser importante por uma duração e uma visibilidade maiores. Eu não diria, na verdade, que um será mais importante que o outro, mas sim que as Olimpíadas talvez sejam o maior desafio, inclusive porque haverá mais tempo e mais empresas estarão envolvidas daqui até 2016.

Depois desses dois eventos, que tipo de futuro você imagina para o BPM no Brasil?

Estamos imaginando que o BPM ainda vai se desenvolver durante um tempo, porque atingiremos primeiro um conjunto de empresas, Depois, o que chamamos de segunda leva, vai reconhecer os resultados da primeira, que envolveu companhias que trabalharam mais sobre pressão. Essa segunda leva deverá trazer empresas menores, mais espalhadas, em centros não tão fortes quanto os principais. Mas que estamos vendo é que o BPM vai crescer e vai se democratizar muito mais. Mais gente vai começar a vender e a implantar soluções de BPM – nós mesmos já estamos nos estendendo a representações no Brasil, porque não conseguimos dar vazão aos pedidos que recebemos e esperamos que muita coisa ainda vá acontecer. Então, o que vai acontecer serão mais implantações locais, com suporte local, e o BPM vai virar um negócio interessante, tanto do ponto de vista empresarial quanto do de TI no Brasil. Esses dois grandes eventos vão transformar a infraestrutura do Brasil, e ao fazer isso, vão transformar o país em uma potência no ponto de vista de infra. Tudo isso vai provocar melhorias na eficiência e na eficácia dos processos implantados durante os dois eventos. Teremos um Brasil de grande capacidade.

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