Conectividade é essencial em carros, mas requer segurança
Em debate promovido no fórum Direções, da Quatro Rodas, representantes do setor automotivo falaram sobre adoção de tecnologias em automóveis
Victor Caputo
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 17h31.
São Paulo – Cada vez mais a conectividade e tecnologia fazem parte de carros . A ambição a longo prazo das principais montadoras hoje é construir carros autônomos. O assunto foi tema de debate em uma mesa durante o fórum Direções, organizado pela Quatro Rodas nesta terça-feira, 29 de setembro.
Uma das chaves nessa discussão é fazer com que as montadoras caminhem na velocidade das inovações. “A ideia é colocar o consumidor no centro da vida conectada. Muitas vezes ele avança mais rápido do que a indústria. É preciso deixar a experiência mais segura”, disse Marcelo Mattar, do media solution center da Samsung América Latina.
David Borges, supervisor de veículos conectados da Ford Brasil, concorda. “Usamos a própria tecnologia para deixar o motorista mais atento. Empresas que estão trabalhando em sistemas para carros, como Google e Apple , estão muito preocupadas. Não podemos deixar que algo que deve ser positivo vire motivo de acidentes”, disse.
A chave para isso é planejamento entre as montadoras e as empresas de tecnologia para Dirlei Dias, gerente sênior de vendas da Mercedes-Benz . “Em um carro tudo precisa ser estável. Você não pode ter problemas quando anda a 120 quilômetros por hora. Não podemos nos dar a esse luxo”, afirmou.
Entender o ambiente é crucial para desenvolver as soluções apropriadas. “Na Ford, pensamos em soluções de transporte para vários lugares. É claro que o que funciona para uma cidade como São Paulo não necessariamente funcione bem para outra metrópole como Mumbai”, disse Borges.
Futuro
Na discussão, ficou claro que uma das principais pretensões das montadoras é desenvolver um carro autônomo, que guie sem auxílio do motorista. “Não está longe o dia que será possível deixar o carro trafegar por vias grandes, como as marginais de São Paulo”, disse Mattar.
“O Grupo Daimler [dona de marcas como a Mercedes-Benz] tem como objetivo um carro autônomo. Os clientes têm que poder estar fazendo outra coisa enquanto se deslocam do ponto A ao ponto B”, afirmou Dias.
Para a Ford, no entanto, não existe pressa nessa ambição. “Nós não estamos em uma corrida pelo primeiro carro autônomo. Nossa corrida é por um sistema que possa ser entregue a todos. Temos a oportunidade de revolucionar o mercado da mesma maneira que Henry Ford revolucionou”, disse Borges.
Necessidade de estrutura
Não basta, no entanto, que as montadoras trabalhem em tecnologias. É preciso um ambiente com a infraestrutura necessária para o bom funcionamento.
Nesse quesito, estamos longe do ideal. Marcelo Mattar é categórico nessa leitura: “o Brasil não está preparado”.
A leitura dos três participantes do debate é que é preciso um esforço público no Brasil para que os espaços urbanos estejam preparados para receber esse tipo de tecnologia.
São Paulo – Cada vez mais a conectividade e tecnologia fazem parte de carros . A ambição a longo prazo das principais montadoras hoje é construir carros autônomos. O assunto foi tema de debate em uma mesa durante o fórum Direções, organizado pela Quatro Rodas nesta terça-feira, 29 de setembro.
Uma das chaves nessa discussão é fazer com que as montadoras caminhem na velocidade das inovações. “A ideia é colocar o consumidor no centro da vida conectada. Muitas vezes ele avança mais rápido do que a indústria. É preciso deixar a experiência mais segura”, disse Marcelo Mattar, do media solution center da Samsung América Latina.
David Borges, supervisor de veículos conectados da Ford Brasil, concorda. “Usamos a própria tecnologia para deixar o motorista mais atento. Empresas que estão trabalhando em sistemas para carros, como Google e Apple , estão muito preocupadas. Não podemos deixar que algo que deve ser positivo vire motivo de acidentes”, disse.
A chave para isso é planejamento entre as montadoras e as empresas de tecnologia para Dirlei Dias, gerente sênior de vendas da Mercedes-Benz . “Em um carro tudo precisa ser estável. Você não pode ter problemas quando anda a 120 quilômetros por hora. Não podemos nos dar a esse luxo”, afirmou.
Entender o ambiente é crucial para desenvolver as soluções apropriadas. “Na Ford, pensamos em soluções de transporte para vários lugares. É claro que o que funciona para uma cidade como São Paulo não necessariamente funcione bem para outra metrópole como Mumbai”, disse Borges.
Futuro
Na discussão, ficou claro que uma das principais pretensões das montadoras é desenvolver um carro autônomo, que guie sem auxílio do motorista. “Não está longe o dia que será possível deixar o carro trafegar por vias grandes, como as marginais de São Paulo”, disse Mattar.
“O Grupo Daimler [dona de marcas como a Mercedes-Benz] tem como objetivo um carro autônomo. Os clientes têm que poder estar fazendo outra coisa enquanto se deslocam do ponto A ao ponto B”, afirmou Dias.
Para a Ford, no entanto, não existe pressa nessa ambição. “Nós não estamos em uma corrida pelo primeiro carro autônomo. Nossa corrida é por um sistema que possa ser entregue a todos. Temos a oportunidade de revolucionar o mercado da mesma maneira que Henry Ford revolucionou”, disse Borges.
Necessidade de estrutura
Não basta, no entanto, que as montadoras trabalhem em tecnologias. É preciso um ambiente com a infraestrutura necessária para o bom funcionamento.
Nesse quesito, estamos longe do ideal. Marcelo Mattar é categórico nessa leitura: “o Brasil não está preparado”.
A leitura dos três participantes do debate é que é preciso um esforço público no Brasil para que os espaços urbanos estejam preparados para receber esse tipo de tecnologia.