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Com vendas em alta, Intel divulga hoje resultado do 2º trimestre

A fabricante de microprocessadores deve indicar se foi beneficiada pelo aumento nas vendas de PCs e notebooks durante a quarentena

Intel: expectativa é que necessidade de computadores durante a pandemia pode ter puxado para cima os resultados da companhia (Amir Cohen/Reuters)
FS

Filipe Serrano

Publicado em 23 de julho de 2020 às 06h23.

As atenções dos analistas que acompanham a indústria de tecnologia estarão voltadas nesta quinta-feira (23) para os resultados financeiros da americana Intel . A gigante do mercado de microprocessadores divulga hoje os números do segundo trimestre , depois de um período marcado pela paralisação de diversos setores da economia por causa da pandemia do novo coronavírus .

Para a Intel, a divulgação do balanço será um momento da verdade. Ao contrário do que se imaginava no início da crise, as vendas de computadores subiram durante a pandemia, justamente porque muitas empresas e consumidores tiveram de comprar às pressas novos aparelhos para poder continuar trabalhando de casa. De acordo com a consultoria americana IDC, as vendas de desktops e notebooks tiveram um crescimento anual de 11% entre os meses de abril e junho.

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O bom resultado nas vendas tende a favorecer a Intel. Em seu último balanço, a empresa indicou que esperava um faturamento de 18,5 bilhões de dólares no segundo trimestre, 12% mais do que no mesmo período do ano passado. Os analistas do mercado estimam um faturamento de 18,55 bilhões de dólares, em média. Nos 11 dos últimos 12 trimestres, a empresa conseguiu superar as expectativas do mercado.

Outro fator que pode ajudar nos resultados é a maior demanda por infraestrutura de computação em nuvem durante a pandemia. Os produtos da Intel voltados para servidores e data centers representam uma fatia cada vez maior dos negócios da companhia. No primeiro trimestre, as receitas da empresa nesse segmento cresceram 43%, para 7 bilhões de dólares.

A Intel também trabalha para ampliar a atuação em outros mercados, como o de chips para celulares, equipamentos voltados para a internet das coisas e no segmento de mobilidade. Em maio, a empresa anunciou a compra da startup israelense Moovit, dona de um aplicativo que traça rotas de transporte público, por 900 milhões de dólares.

Foi a segunda aquisição da Intel no setor, depois da compra em 2017 da também israelense Mobileye por 15 bilhões de dólares, que fornece equipamentos para carros autônomos. Nesta semana, a Mobileye e a Ford anunciaram uma parceria para desenvolver um sistema anticolisão para os veículos da montadora.

A diversificação dos negócios pode ajudar a companhia a depender menos das vendas de desktops e notebooks para o consumidor final, que ainda representam metade do faturamento. A estratégia pode ajudar a evitar as perdas causadas com a decisão recente da Apple de deixar de usar chips Intel em seus computadores e passar a fabricar os próprios dispositivos.

Agora, se a primeira metade de 2020 foi positiva para a Intel, o resultado é mais incerto para o restante do ano. Como boa parte dos consumidores e das empresas adiantaram as suas compras de computadores, os analistas esperam uma desaceleração das vendas de desktops e notebooks no segundo semestre. Se a expectativa se confirmar, a companhia terá mais dificuldade em repetir os bons resultados daqui para frente.

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