Com robôs, 120 milhões de funcionários precisarão de treinamento
Agora, as habilidades comportamentais são consideradas fundamentais tanto quanto as digitais e técnicas
Lucas Agrela
Publicado em 8 de setembro de 2019 às 05h55.
Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 12h56.
Mais de 120 milhões de trabalhadores de todo o mundo terão que participar de programas de reciclagem nos próximos três anos como consequência do impacto da inteligência artificial sobre os empregos, segundo uma pesquisa da IBM .
Estimativas apontam que 50,3 milhões de trabalhadores chineses podem precisar de reciclagem como resultado da automação inteligente nos próximos três anos, de acordo com o estudo.
A China é seguida por 11,5 milhões de funcionários nos Estados Unidos e 7,2 milhões no Brasil. Japão e Alemanha completam os cinco principais países, com 4,9 milhões e 2,9 milhões de trabalhadores, respectivamente.
Essa é uma das principais preocupações de muitos empregadores, que afirmam que a falta de talentos é uma das maiores ameaças às suas organizações atualmente. E o treinamento necessário atualmente é mais longo do que costumava ser - os funcionários precisam de 36 dias de treinamento para dominar uma habilidade em comparação a três dias em 2014, observa a pesquisa da IBM.
Habilidades interpessoais
Algumas habilidades levam mais tempo para serem desenvolvidas porque são de natureza mais comportamental, como trabalho em equipe e comunicação, ou altamente técnicas, como recursos de ciência de dados.
"O treinamento de habilidades técnicas geralmente é conduzido por uma educação estruturada com um objetivo definido e um início e fim claros", escreveu em e-mail Amy Wright, diretora-gerente de talentos da IBM. "A construção de habilidades comportamentais leva mais tempo e é mais complexa."
Habilidades comportamentais, como a capacidade de trabalhar bem em equipe, comunicação, criatividade e empatia, são melhor desenvolvidas através da experiência, em vez de programas estruturados de aprendizado, como um webinar.
Concorrência com robôs
Quando as empresas dizem que estão enfrentando escassez de habilidades, a primeira coisa que vem à mente é a experiência em codificação ou outro conjunto de habilidades técnicas avançadas. No entanto, atualmente empregadores exigem mais ênfase em habilidades sociais, como comunicação, ética e criatividade, em vez de técnicas, uma mudança em relação aos últimos anos, destaca a pesquisa. Agora, as habilidades comportamentais são consideradas fundamentais tanto quanto as digitais e técnicas.
Espera-se que avanços na inteligência artificial não só substituam empregos, mas também criem outros. O desafio será capacitar funcionários para desempenhar as novas funções. Maneiras de solucionar a falta de habilidades incluem a contratação de profissionais de outros países, de fora da organização e a mudança de funcionários entre divisões, diz a IBM.