Tecnologia

Com PIX, pegada digital do consumidor será analisada por empresas

A startup Inloco aposta em tecnologia de biometria comportamental para elevar segurança nas transações em nova plataforma de meio de pagamentos

André Ferraz, CEO da In Loco: com a pandemia, empresa avançou em segurança da informação (Leo Caldas/Exame)

André Ferraz, CEO da In Loco: com a pandemia, empresa avançou em segurança da informação (Leo Caldas/Exame)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 27 de julho de 2020 às 18h09.

Última atualização em 27 de julho de 2020 às 18h38.

A Inloco, startup de Recife que opera com tecnologia de geolocalização, se prepara para a entrada do PIX, sistema do Banco Central que permitirá transações em tempo real como transferências e pagamentos.

O BC anunciou a antecipação da primeira etapa de lançamento do PIX para o dia 5 de outubro, prevista anteriormente para novembro.

“Com o PIX, será necessário utilizar soluções que validem a operação quase que instantaneamente” diz André Ferraz, presidente da Inloco. “Para a nossa empresa, é uma enorme oportunidade de expandir nossa atuação em segurança da informação.”

A empresa aposta na biometria comportamental, tecnologia que através de dados de localização de aparelhos do celular é capaz de traçar padrões comportamentais dos usuários. Na prática, são analisadas as pegadas digitais de cada consumidor como, por exemplo, se os últimos locais visitados pelo usuário fazem parte de sua rotina.

A camada de verificação de segurança pode ser embarcada na plataforma de varejistas (nas operações online e lojas físicas), bancos digitais e fintechs. Logo, não é percebida pelo usuário pessoa física. Hoje, a empresa tem acesso a 60 milhões de smartphones em seu banco de dados.

De acordo com a Inloco, os principais riscos mapeados do PIX estão relacionados à criação de contas a partir das chamadas identidades sintéticas – ou seja, uma identidade criada do zero a partir da combinação de dados reais ou falsos - e ao roubo de contas legítimas através de golpes de engenharia social.

“Nossa ferramenta poderá identificar desvio no padrão de comportamento do usuário e avisar a ocorrência de uma potencial fraude”, diz Ferraz. Desta forma, um varejista ou um banco poderia pedir uma ação adicional para comprovar a identidade de quem está tentando fazer a transação.

Com a pandemia do novo coronavírus, a startup tem avançado com velocidade na área de segurança de informação e prevenção de fraudes em compras virtuais. Antes, boa parte do negócio da empresa estava centrado em produtos de geolocalização mirando o marketing das empresas, como ofertas via celular quando o usuário se aproxima de uma determinada loja física.

“Em quatro meses, com o aumento das compras online na pandemia, o faturamento da área de segurança da informação foi duas vezes superior ao de todo o ano de 2019”, explica Ferraz.

No ano passado, a empresa recebeu um aporte de 20 milhões de dólares em uma rodada de série B, liderada pelos fundos Valor Capital e Unbox Capital. Boa parte do dinheiro irá para a expansão das operações da empresa nos Estado Unidos, que abriu um escritório do Vale Silício no final de 2019.

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