Tecnologia

Com braço de investimento, Tivit compra startup focada em adequação à LGPD

Aquisição é a primeira a acontecer via braço de investimentos da Tivit, que conta com 400 milhões de reais e quer trazer 10 startups no ano que vem

Tivit: compra da Privally também reflete interesse da multinacional em atuar na área de segurança de dados (Getty Images/Getty Images)

Tivit: compra da Privally também reflete interesse da multinacional em atuar na área de segurança de dados (Getty Images/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 18h31.

Última atualização em 3 de dezembro de 2020 às 18h31.

A multinacional de tecnologia Tivit anunciou a primeira aquisição de seu braço de capital de risco (VC). A empresa comprou a startup Privally, especializada em softwares para adequação a normas regulatórias e leis.

A Privally, fundada em 2018, cresceu nos últimos anos com a busca das empresas por soluções para estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados, aprovada no Congresso em 2018 e que entrou em vigor este ano. A legislação tem punição rigorosa — com multas que podem chegar a 50 milhões de reais — para empresas que seja relapsas com o armazenamento de informações e dados de clientes e usuários.

A aquisição é a primeira a acontecer por meio do braço de investimentos da Tivit, chamado de Tivit Ventures, que conta com 400 milhões de reais em caixa para investir em startups que estejam alinhadas com o anseio da empresa em se consolidar como uma das grandes fornecedoras de software e serviços digitais na América Latina. De acordo com Eduardo Sodero, diretor de estratégia da empresa, a ideia é realizar 10 aquisições em 2021 e manter o ritmo nos anos sequentes.

"O objetivo é trazer bons empreendedores que vao continuar tocando suas empresas potencializadas pelas fortalezas da Tivit. Cada startup pode ter uma necessidade específica: precisam de ajuda para fazer backoffice, financeiro, recursos humanos, idealizar o roadmap do produto em termos de tecnologia", disse Sodero à EXAME.

A aquisição não incorpora efetivamente à Tivit a Privally, mas permite que a startup continue atuando de forma independente, mantendo relação com clientes, ao mesmo tempo que recebe apoio da Tivit. Os valores do negócio não foram divulgados.

Com o investimento, a Privally espera expandir sua atuação de software para necessidades regulatórias a outros países da América Latina que estão reestabelecendo ou instaurando leis de proteção de dados atualmente. Investimentos em inteligência artificial, que ajudem a identificar possíveis brechas na estratégia de segurança de dados traçadas pelas empresas, também estão no escopo de desenvolvimento do produto.

Segundo Vinicius Cezar, presidente da Privally, o produto da empresa é complementar a estratégias traçadas junto a consultorias jurídicas e administrativas e prevê alinhar os diferentes setores da empresa, desde o desenvolvimento até marketing e financeiro, aos padrões necessários — seja a adequação à LGPD, seja a algum outro tipo de norma que uma empresa em específico precisa estar de acordo.

"A plataforma da Privally entra numa camada de governança, interage com outras soluções, como antivírus, firewall", disse Cezar, que acredita no potencial de um mercado de avaliação de parceiros comerciais em potencial, especialmente diante de leis mais rigorosas e com multas pesadas em diferentes países da América Latina.

Com a chega da Privally, a Tivit também incorpora mais soluções de segurança digital ao portfólio da empresa, uma iniciativa que já havia sido anunciada como parte da estratégia da companhia este ano.

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