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Ciberataque pode provocar apagão no Brasil

Um estudo da empresa de segurança digital McAfee aponta um crescimento dos ataques a empresas de energia e cita o Brasil como um dos países mais vulneráveis

A McAfee diz que o Brasil está atrasado na proteção do setor elétrico contra ataques digitais  (Divulgação)

A McAfee diz que o Brasil está atrasado na proteção do setor elétrico contra ataques digitais (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 22 de abril de 2011 às 06h12.

São Paulo — A McAfee, empresa de segurança digital pertencente à Intel, e o instituto Center for Strategic and International Studies (CSIS) divulgaram, nesta semana, um estudo mundial sobre a segurança em empresas de energia, petróleo, gás e água. O relatório aponta um crescimento dos ataques digitais às empresas de energia. Além disso, diz que o Brasil está atrasado na adoção de medidas de proteção.

Relatórios de empresas de segurança, como esse, tendem a dar destaque aos riscos e vulnerabilidades. É uma maneira de tentar convencer os potenciais clientes de que eles precisam de serviços especializados nessa área. Por isso, devem ser lidos com atitude crítica. Mesmo assim, convém não desprezar os alertas que eles trazem.

A pesquisa da McAfee, realizada em 14 países, contou com a participação de 200 executivos, a maioria de empresas de energia elétrica. 40% dos entrevistados afirmam que houve aumento na vulnerabilidade do setor. Cerca de 30% acreditam que sua empresa está desprotegida diante de um possível ataque. E mais de 40% esperam ameaças sérias no próximo ano, diz o relatório.

Stuxnet

Há outros números que chamam atenção no texto. Ele relata que 85% das empresas consultadas sofreram infiltrações em suas redes de computadores; 80% enfrentaram ataques de negação de serviço; 25% foram vítimas de extorsão; e 40% encontraram o vírus Stuxnet em seus computadores.


O Stuxnet é um programa destrutivo, criado para afetar sistemas de controle industrial da Siemens. Supõe-se que tenha sido desenvolvido por americanos e israelenses para sabotar o programa nuclear do Irã. Aparentemente, o Stuxnet conseguiu avariar centenas de centrífugas usadas pelos iranianos para enriquecer urânio.

A presença do Stuxnet nas empresas de energia mostra que um programa malicioso similar poderia penetrar nelas e causar estragos em seus sistemas de controle. Numa situação extrema, isso poderia até provocar um apagão. "Esses sistemas não foram projetados com a segurança cibernética em mente, e as empresas precisam implementar controles de rede mais fortes para reduzir a vulnerabilidade aos ataques”, diz Phyllis Schneck, vice-presidente de informações de ameaças da McAfee.

Brasil vulnerável

Entre os países abordados no relatório da McAffe, Brasil, França e México são citados como os mais atrasados na adoção de medidas de segurança. Já China, Japão e Itália estariam à frente nesse aspecto. O texto diz que China e Japão também são os países com os maiores índices de confiança na capacidade de as leis em vigor prevenirem ou desestimularem ataques.

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