Realme: chinesa quer ganhar espaço no país vendendo smartphones de ponta a preços em conta (realme/Divulgação)
Thiago Lavado
Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2021 às 17h59.
O Brasil ganha mais uma competidora no mercado de smartphones nesta quinta-feira, 7. A chinesa Realme chega ao país com a meta de ganhar espaço com produtos de qualidade e preço baixo, competindo de frente com as líderes no país, como Samsung, Motorola, LG, Positivo, entre outras.
Até o momento a empresa anunciou a chegada com quatro produtos: o smartphones Realme 7 e 7 Pro, além do relógio inteligente Realme Watch S, e os fones de ouvido Realme Buds Q.
A aposta da empresa é trazer a expertise que tem em mercados asiáticos para o Brasil e começar a crescer também na América Latina. De acordo com dados da consultoria Counterpoint Research, a marca é a que mais cresceu no mundo no terceiro trimestre de 2020 e já tem fatia maior que a da Lenovo (dona dos celulares Motorola) e da LG no mercado global.
A Realme aumentou seus envios de aparelho em 132% no terceiro trimestre de 2020, com mais de 50 milhões de vendas — se tornando a marca que mais rápido alcançou esse patamar.
Em entrevista à EXAME no ano passado, Sherry Dong, diretora de marketing da Realme, afirmou que a escolha é estratégica: a região tem espaço já que os principais concorrentes são diferentes de outros lugares, onde a competição é ainda mais acirrada, como Índia e Sudeste Asiático, em que marcas como Oppo, Vivo, Xiaomi e Huawei têm amplas margens.
“A presença de mercado na América Latina é muito diferente dos dados que temos dessas regiões. Na América Latina é uma presença muito grande de Lenovo e LG, é onde vemos que nosso produto pode ter espaço para ser popular”, disse ela, na ocasião.. “Nesse mercado, se você quiser ter um dispositivo de alta performance você vai precisar gastar muito dinheiro.”
Apesar disso, o mercado brasileiro é complexo, com configurações tributárias e comerciais bastante singulares. As concorrentes da Realme estão estabelecidas no país e já tem linhas de produção e sistemas de distribuição. A atual crise econômica pela qual passa a nação não ajuda,
Exemplo disso são as também chinesas Huawei e Xiaomi. Depois de tentativas iniciais e frustradas de competir no mercado brasileiro, apelando para vendas online, as duas retornaram em 2019, buscando também brigar pelo pódio no Brasil. Em parceria com a HMD, a Nokia também retornou em 2020.
Esse é um mercado que tem tudo para ser quente em 2021.