Caso antitruste é viagem aos tempos de glória do iPod
Em 2005, Steve Jobs e o iPod eram sucessos absolutos, mas ação judicial que alegava tentativa de monopólio pela Apple estragava a boa perspectiva da empresa
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 21h06.
Oakland -Em 2005, Maria Carey estava em primeiro lugar nas paradas de sucesso, “Grey’s Anatomy” era um dos seriados mais quentes da TV e Steve Jobs , junto com o iPod , da Apple Inc., era rei.
Para estragar a brilhante perspectiva para a Apple e para Jobs, naquele mesmo ano uma ação judicial coletiva alegava que a empresa tentava manter um monopólio sobre as músicas on-line porque obrigava os usuários do iPod a comprar músicas exclusivamente da loja iTunes.
Depois de uma briga de quase uma década na justiça federal dos EUA, os advogados dos consumidores vão pedir hoje a um júri em Oakland, Califórnia, que considerem que a Apple é culpada de violação das leis antitruste por atar os consumidores ao iTunes e que deve pagar mais de US$ 1 bilhão em danos.
O papel de Jobs na estratégia da empresa será colocado à prova quando exibirem e-mails dele e o depoimento filmado seis meses antes de sua morte em 2011.
O julgamento promete uma viagem ao passado, quando o iPod ainda era uma novidade e dominava a música digital. “Hollaback Girl”, de Gwen Stefani, e “Boulevard of Broken Dreams”, do Green Day, eram sucessos, e a Apple vendeu mais de 22 milhões de unidades do iPod em 2005.
Um ano antes, a Apple tinha acusado a RealNetworks Inc. de usar “a tática e a ética de um hacker” com um programa que possibilitava que os usuários comprassem músicas, contornando o software de direitos autorais da Apple, e escutassem no iPod.
Software iTunes
Os advogados que representam 8 milhões de consumidores que compraram iPod entre 2006 e 2009 e 500 varejistas alegam que a Apple modificou o software iTunes para que as músicas baixadas com o software da RealNetworks não pudessem ser reproduzidas. Atar os proprietários do iPod ao iTunes asfixiou a concorrência entre os serviços de download e possibilitou que a Apple cobrasse mais pelos aparelhos, alegam.
Como resultado, foi cobrado em excesso 7,5 por cento pelo iPod vendido aos clientes das lojas e 2,3 por cento pelo iPod vendido aos revendedores, com danos totais de quase US$ 352 milhões, disse a advogada querelante Bonny Sweeney nos expedientes jurídicos. Conforme as leis federais antitruste, os danos podem ser triplicados caso a Apple perca.
A Apple disse que essa teoria é “implausível” e afirmou em um expediente jurídico que a RealNetworks, que não é uma das partes envolvidas no caso, não tinha muita relevância e que não há provas de que os consumidores tenham sido encurralados na compra do iPod.
As modificações de software ofereceram segurança e reparos anti-hacking e, embora talvez tenham desabilitado programas como o software Harmony, fabricado pela RealNetworks, elas eram justificadas e legais porque aprimoravam o iPod, disse a Apple nos expedientes.
Entre as testemunhas que podem ser solicitadas pelos advogados da Apple e dos consumidores estão Eddy Cue, diretor de serviços de internet da empresa, que administra a loja iTunes; Jeff Robbin, que ajudou a criar o iPod; e Philip Schiller, vice-presidente sênior de marketing internacional da Apple, de acordo com um expediente.
Caráter de Jobs
E-mails trocados entre esses executivos e Jobs poderão ser apresentados durante o julgamento, de acordo com uma lista de provas.
A conduta de Jobs tem sido reiteradamente questionada em casos antitruste contra a companhia desde que ele morreu. Os oponentes tentam mostrar que ele se comportava como se estivesse acima da lei e que se envolvia em atividades que prejudicavam a concorrência.
No caso do iPod, a Apple tentou conseguir uma decisão que impedisse o uso de provas relativas ao caráter de Jobs durante o julgamento, alegando que o objetivo dos querelantes era “inflamar e confundir o júri”. Os advogados dos consumidores queriam que os membros do júri conhecessem as provas concludentes contra Jobs que surgiram em casos anteriores, em Nova York e San Jose e disseram que a Apple estava tentando interferir na apresentação do caso.
A juíza distrital dos EUA, Yvonne Gonzalez Rogers, propôs um meio-termo. Ela proibiu que os consumidores apresentassem provas de outros casos – a menos que a Apple tentasse representar Jobs como um “visionário” –. Ela advertiu os advogados da Apple de que a trégua estava nas mãos deles.
"Se você colocar o caráter em questão, então não há limite", disse Rogers em uma audiência em outubro. "Os visionários podem ser bons e maus. Existem visionários de todos os tipos".
Enquanto as brigas se concentraram no mobile, a LG moveu-se para outra área do consumo eletrônico, crescendo com a venda de tecnologia doméstica, como as TVs de plasma e ultrabooks. A marca continua na briga, e anunciou, ano passado, investimento de 18,8 bilhões de dólares para desenvolvimento de novos produtos.
Você ainda usa algum equipamento da Dell? Apesar de aparentemente ter ficado em segundo plano, a empresa ainda tem seu espaço, mostra o resultado da pesquisa. Em 2013, a fabricante anunciou que fecharia capital para investir em PCs e tablets, segmento onde mantém a relevância.