Tecnologia

O desaparecimento do cartão SIM – e por que isso talvez não seja tão bom assim

Estão chegando os nanoSIMs, com poucos centímetros e suportam até oito números de celulares

Cartão nanoSIM: hoje, as pequena placas armazenam poucos dados, que podem ser acessados com pouca internet (Reprodução)

Cartão nanoSIM: hoje, as pequena placas armazenam poucos dados, que podem ser acessados com pouca internet (Reprodução)

Publicado em 25 de março de 2024 às 05h38.

Última atualização em 25 de março de 2024 às 05h40.

"Me dá meu chip, Pedro! Mê devolve meu chipeeeeeee". Se você era um brasileiro online na década passada, provavelmente se lembra do vídeo viral em que uma mulher gritava na frente da casa de seu ex-namorado que queria seu "chip", ou cartão SIM, de volta. Bom, é improvável que uma cena parecida se repita no futuro.

Este empresário acha que consegue comprar o TikTok com até 90% de desconto

Não só porque é uma briga de casal peculiar – mas porque as pequenas placas que contém os números de celulares estão com os dias contados. Fabricantes de telefones, liderados pela Apple, e operadoras de telefonia móvel estão migrando para os chamados SIMs embutidos, ou eSIMs: cartões digitais que permitem que você ative um novo número de telefone por meio de uma operadora local ou internacionalmente. 

Se você comprar um iPhone mais recente nos EUA, verá que eles não suportam mais os chips. E não é apenas a Apple: o Google está incentivando os proprietários de aparelhos Pixel a transferirem seus números de telefone para eSIMs, e os últimos modelos de smartphones top de linha da Samsung frequentemente vêm com padrão para eSIM quando você compra seu aparelho de sua operadora. 

Do tijolão ao digital

Na década de 1990, quando os celulares ainda eram "tijolões" grandes, os cartões SIM também eram maiores: eram do tamanho de cartões de crédito. Os SIMs mais tarde passaram a armazenar contatos, o que permitia transferi-los em caso de troca de aparelho. 

Leia também: 5 celulares com carregamento por indução (sem fio)

Hoje, os nano SIMs geralmente usados em smartphones têm poucos centímetros, e a agenda de contatos pode ficar na nuvem. O lado dourado dos nano SIMs permitem que seu telefone converse com o chip embutido, que contém seu ID de assinante. O eSIM faz a mesma coisa, mas você não pode removê-lo do seu telefone.

Atualmente, os cartões SIM servem apenas para armazenar as informações da sua conta, e isso é uma quantidade minúscula de dados, pequena o suficiente para ser baixada para um eSIM mesmo com a conexão mais fraca de internet. 

Isso pode ser especialmente útil durante viagens internacionais. No passado, apenas os telefones com espaço para dois cartões SIM, também conhecidos como telefones dual-SIM, poderiam ter vários números de telefone. 

Agora os eSIMs  mudaram as coisas porque são totalmente programáveis. Por exemplo, iPhones atuais suportam oito números de telefone eSIM armazenados e dois ativos. Assim, se você estiver viajando, pode simplesmente baixar um novo SIM do país em que está para o seu telefone. 

A mesma facilidade se aplica a trocas de operadoras. Você pode fazer isso quantas vezes quiser – embora um processo mais ou menos burocrático dependa da sua empresa de telefonia móvel e do fabricante do seu smartphone. 

A segurança também pode sair ganhando com um eSIM pode dificultar para os atacantes roubar seu número de telefone. Se seu telefone for perdido ou roubado, uma pessoa pode remover seu cartão SIM físico e transferi-lo para outro aparelho. E quanto ao seu telefone, sem um cartão SIM, rastreá-lo se torna uma tarefa mais difícil. 

Com um eSIM, por outro lado, não há cartão, então seu número de telefone está sujeito a menos riscos. E se seu telefone estiver bloqueado com uma senha, ninguém terá como transferir esse SIM para outro dispositivo.

Desvantagens do eSIM

Mas nem tudo são flores. Se você quebrar seu telefone, o eSIM também é perdido. Isso significa que você não pode transferi-lo para um novo dispositivo. Com os cartões SIM tradicionais, você pode simplesmente remover o cartão do seu telefone quebrado.

Você pode então inserir o cartão em outro telefone, com funcionamento em minutos, e você nunca precisa esperar para obter assistência enquanto o faz. Com um eSIM, você provavelmente terá que falar com sua operadora sobre seu telefone danificado.

As operadoras têm mais controle sobre os eSIMs. Enquanto usar um nanoSIM é um processo universal, o processo para baixar não. Por exemplo, comprar um novo telefone da sua operadora deve tornar a transferência do eSIM perfeita e instantânea, mas se você comprar um telefone desbloqueado ou apenas quiser usar um dispositivo diferente que já possui, pode ter que lidar com inconveniências durante essa mudança. Além disso, se o menu de download embutido falhar, você está à mercê da sua operadora. 

A Apple está mais próxima de padronizar o uso de eSIMs: quando você compra um novo telefone, se o seu número de telefone não for transferido automaticamente durante a configuração, você pode ir para as configurações de celular para baixá-lo manualmente. 

Alguns telefones Android, como os modelos Google Pixel, incluem uma ferramenta de transferência, mas muitas vezes apresentam mensagens de erro pedindo para entrar em contato com sua operadora. Se você não tiver outro telefone ou PC à mão, pode não conseguir mover o número de telefone do seu eSIM.

Acompanhe tudo sobre:SmartphonesChips

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA