Tecnologia

Carros do futuro são destaque na CES 2017

Um dos anúncios em destaque foi o do FF 91: carro parcialmente autônomo que é capaz de viajar a uma velocidade superior a de uma Ferrari

FF 91: carro tem autonomia de 700 km com uma única recarga e é capaz de viajar a uma velocidade superior a de uma Ferrari (Ethan Miller)

FF 91: carro tem autonomia de 700 km com uma única recarga e é capaz de viajar a uma velocidade superior a de uma Ferrari (Ethan Miller)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 10h01.

São Paulo - A evolução dos automóveis está, pelo segundo ano consecutivo, no centro das discussões da Consumer Electronics Show (CES), maior feira de tecnologia do mundo realizada entre 5 e 8 de janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Carros com sistemas de direção autônoma, que começam a se tornar realidade, além dos elétricos, chamaram a atenção da imprensa internacional nos eventos realizados antes da abertura da feira.

Um dos anúncios que gerou maior ansiedade foi o da startup chinesa Faraday Future. A empresa, que não tem nenhum carro em produção até o momento, apresentou o FF 91, um carro com design ousado, autonomia de 700 quilômetros com uma única recarga na bateria e capaz de viajar a uma velocidade superior a de uma Ferrari.

O maior destaque do evento, porém, foi a revelação de seu sistema de condução sem motorista que procura, sozinho, a vaga de estacionamento. Ele é capaz de fazer a manobra e se desligar sozinho, sem intervenção do motorista.

"O carro conta com sensores na lataria que identificam espaços vagos no estacionamento. Quando a pessoa fala para ele estacionar, o FF 91 sai em busca destes lugares que ele identificou", afirmou o vice-presidente de engenharia da companhia, Nick Sampson.

"Queremos criar uma nova categoria de carros para que as pessoas consigam fazer outras coisas no veículo além de dirigir. Este deve ser o futuro do automobilismo. Conforto com carros totalmente autônomos."

Apesar de apostar que os carros autônomos são o futuro, a tecnologia ainda não é uma realidade para a Faraday Future.

O FF 91 é apenas parcialmente autônomo: ele consegue dirigir sozinho em rodovias, como os modelos da fabricante norte-americana Tesla. Em ruas menos movimentadas e mais estreitas, ainda é necessária a intervenção humana.

A empresa tentou demonstrar o sistema autônomo ao vivo ao longo da apresentação, que foi transmitida pela internet, mas não deu certo. O fundador e presidente executivo, Yt Jia, disse alguns comandos de voz para o carro, como pedir que ele estacionasse sozinho, mas o carro não respondeu.

Um pouco envergonhado, ele encerrou a apresentação sem anunciar o preço do veículo. Segundo a empresa, apenas para reservar uma unidade por meio do site da empresa, é preciso pagar US$ 5 mil.

Aposta

As grandes montadoras de automóveis também anunciaram investimentos na tecnologia durante o evento. A montadora alemã BMW, por exemplo, anunciou nesta quarta-feira, 4, que vai iniciar testes com uma frota de 40 carros autônomos.

Eles foram desenvolvidos em parceria com a fabricante de chips Intel e a startup israelense Mobileye, que desenvolve sistemas de direção sem motorista.

Os carros começam a circular em estradas nos Estados Unidos e Europa no segundo semestre de 2017. A BMW pretende vender carros sem motorista a partir de 2021.

Um objetivo parecido tem a Fiat, que mostrou um protótipo do carro parcialmente autônomo e também elétrico chamado de Portal. A montadora, porém, não informou se o projeto vai sair do papel e quando poderia entrar em produção. Assim como o carro da Faraday Future, ele consegue dirigir sozinho em estradas e rodovias.

"Queremos que as pessoas consigam criar uma relação harmoniosa dentro do carro em estradas, enquanto o carro dirige por elas", afirmou o diretor de marca da montadora, Matt Dunford, durante a CES. "A ideia é criar novos e modernos ambientes para famílias, além da casa e do trabalho."

A única empresa na contramão das outras montadoras, até o momento, foi a Toyota. A fabricante japonesa apresentou um carro conceito sem direção automática e que depende completamente do volante. A explicação? O amor pela direção.

"Nós pensamos em um carro para 2030", afirmou o presidente da Calty Design, que desenhou o carro, Ian Cartabiano. "Queremos um carro com alma. Não uma máquina fria."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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