Tecnologia

Carro inteligente da Jaguar lembrará de aniversário do dono

Objetivo é capturar um grupo crescente de cidadãos urbanos mais obcecados por smartphones do que por carros


	Jaguar C-X75: a Jaguar e a Land Rover começarão a desenvolver o Smart Assistant gradualmente nos próximos 24 meses
 (Divulgação)

Jaguar C-X75: a Jaguar e a Land Rover começarão a desenvolver o Smart Assistant gradualmente nos próximos 24 meses (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 16h33.

Munique - Dentro de dois anos, o seu Jaguar poderá te reconhecer, prever a temperatura que você deseja para o seu assento em um dia chuvoso de outono e te levar à floricultura em um aniversário.

Assim como o impulso para desenvolver a tecnologia sem motorista, o chamado projeto Smart Assistant, da Jaguar Land Rover, tem o objetivo de tornar os veículos mais inteligentes para capturar um grupo crescente de cidadãos urbanos mais obcecados por smartphones do que por carros.

Isso contribuiu para a queda das taxas de propriedade nas maiores cidades da Europa, onde o transporte público e o compartilhamento de carros são alternativas viáveis à de ter um veículo.

“As prioridades mudaram” em relação à época em que comprar um carro era um rito de passagem ansiado, disse Paola Franco, 44, que vê seu trajeto diário de 45 quilômetros em Londres meio que como uma perda de tempo. “Estar conectado é muito mais importante”.

Desde 2005, o número de veículos por cada 1.000 pessoas em Paris caiu 9 por cento, juntamente com uma queda de 8 por cento em Londres, segundo dados da empresa de pesquisas Euromonitor International Plc. Em Munique, lugar de origem da Bayerische Motoren Werke AG, o número caiu 16 por cento.

A Jaguar e a Land Rover começarão a desenvolver o Smart Assistant gradualmente nos próximos 24 meses, disse Anthony Harper, diretor de pesquisa da fabricante com sede em Whitley, Reino Unido. Nem todas as funções estarão disponíveis imediatamente.

Coisa viva

“Em termos do que o cliente vai sentir, é uma sensação de que o carro se torna muito mais inteligente, uma coisa viva com a qual se pode interagir”, disse Harper em entrevista por telefone.

O sistema usará câmeras para reconhecer o rosto do motorista juntamente com tecnologias que utilizam sinais de smartphones para adaptação ao clima e até configurações de condução para essa pessoa. Ele é desenvolvido para ajudar a manter o foco na estrada e competirá com tecnologias da Mercedes-Benz e da Ford Motor Co.

Aumentar o uso de câmeras, assim como de sensores de radar, infravermelho e ultrassônico, já está tornando os carros mais inteligentes, ajudando a impedir que os veículos desviem da pista e sinalizando quando há algo no ponto cego do motorista.

A Mercedes introduziu um sistema em seu sedã de luxo Classe S, no ano passado, que permite ao veículo conduzir a si próprio quando o trânsito está lento.

Neste mês, a Audi anunciou um projeto semelhante, dizendo que em breve ele oferecerá carros que podem trafegar, frear e acelerar por conta própria em baixas velocidades.

“Há agora um entendimento de que uma maior tecnologia não apenas torna o carro mais autônomo, mas também mais seguro”, disse Christian Rauch, diretor-geral da consultoria de tendências Zukunftsinstitut GmbH, com sede em Frankfurt. Os sistemas inteligentes “podem assumir muitas tarefas incômodas”.

Queixas por voz

Outras fabricantes estão se unindo diretamente a fabricantes de smartphones. O CarPlay, da Apple Inc., apresentará uma versão dos aplicativos para iPhone que podem ser operados por voz ou toque; a Honda Motor Co., a Mercedes e a Ferrari, da Fiat SpA, disseram que planejam colocá-lo em seus carros.

O Android Auto, da Google Inc., uma parceria com grandes fabricantes de veículos como General Motors Co. e Nissan Motor Co., também será utilizado por meio da tela de um painel.

Alguns problemas persistem. O fato de as pessoas se deslocarem dentro de cidades com boas redes de transporte público, vagas limitadas para estacionamento e congestionamentos “é negativo para a demanda por carros”, disse Neil King, analista automotivo da Euromonitor. “A necessidade de um carro é reduzida”.

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