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Cacau Show agora tem assistente de voz na linha de produção

Empresa de produtos alimentícios começa a utilizar Voice Picking para otimizar a produção e aumentar lucro

Voice Picking: Cacau Show começa a utilizar serviço para otimizar produção (Mallika Wiriyathitipirn / EyeEm/Getty Images)
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Maria Eduarda Cury

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 09h00.

Última atualização em 23 de novembro de 2019 às 15h25.

São Paulo - Em um mundo onde a tecnologia está se tornando uma parte importante de diversas áreas, o ambiente corporativo não fica por fora. Empresas brasileiras estão começando a adotar o serviço de Armazenamento Direcionado por Voz, ou Voice Picking, que consiste em utilizar tecnologia de assistente de voz para aprimorar os processos de armazenamento e distribuição. A Cacau Show, marca nacional de chocolates, começou a utilizar recentemente o serviço, a fim de inovar os métodos processuais e aumentar a quantidade de vendas.

O sistema usado é fornecido pela Seal Sistemas, companhia que desenvolve diversas tecnologias para inovar a estrutura e a produção de empresas do segmento de vendas. Essa nova logística irá permitir um crescimento na quantidade de caixas de chocolate vendidos por dia para todos os estados do Brasil . Atualmente, segundo a companhia, 45 mil caixas de produtos são enviados diariamente - número que, com a distribuição e separação por reconhecimento de voz, deve aumentar em 5% no próximo ano, de acordo com uma estimativa realizada pelas instituições Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

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A partir de agora, os funcionários passarão a trabalhar com as mãos livres e utilizando um fone de ouvido conectado com um coletor de dados por ondas de rádio, ou radiofrequência, que transmite as informações para o trabalhador. Por exemplo, a partir de uma única central, o funcionário consegue registrar por voz em que parte do processo está e quantas caixas ele armazenou até o momento, de modo que o sistema registra todas as suas atividades e o indica qual é o próximo passo.

Em entrevista a EXAME, Stefenson Soalheiro, diretor de logística da Cacau Show, afirma que as únicas informações que permanecem registradas no sistema da companhia são as que possuem relação com o trabalho. Portanto, nenhum registro de voz além do necessário deve ficar guardado no software.

Soalheiro ainda informou que, antes da empresa decidir implementar o novo software, vários testes foram realizados. O sistema de separação por voz, de acordo com ele, estava sendo estudado há quase dois anos pela empresa, até serem contatados pela Seal, cerca de um ano e meio atrás, e começarem a testar o serviço.

"Quanto mais produtivo o ecossistema, mais rentável ele se torna no final", disse Soalheiro sobre a decisão de seguir em frente com a utilização do uso do Voice Picking, que está começando a se instalar no país especialmente no mercado de varejo, ou seja, em companhias que comercializam seus produtos diretamente ao consumidor.

O funcionário, além de conseguir realizar suas ações com maior rapidez, pode começar a ter uma visão mais ampla do processo e do armazém. Para Norberto Tomasini, sócio da consultoria de mercado PwC Brasil, essa é uma maneira de auxiliar o funcionário a se sentir parte da companhia. "Os operadores da tecnologia se sentem muito mais inseridos no processo, de maneira geral, e acabam tendo uma visão mais integrada do processo que faz parte", disse Tomasini.

Uma das razões para o mercado de varejo estar começando a investir em serviços mais tecnológicos, segundo Wagner Bernardes, presidente da Seal, é a concorrência. Segundo Bernardes, a alta demanda do mercado pede que as empresas se atualizem, por conta de o varejo ser uma área bastante dinâmica e frenética. O mercado que mais procura utilizar os serviços da Seal, de acordo com o presidente, são em sua maioria negócios varejistas.

Outra companhia que investe em serviços de voz para melhorar a experiência do cliente é o Bradesco. Em 2016, o banco se aliou ao Watson, plataforma de serviços de inteligência artificial da americana IBM. Com isso, foi criada a assistente virtual Bia. A iniciativa consiste em utilizar a tecnologia para treinar os funcionários do banco. A Bia os auxilia durante todo o dia, os dando informações sobre suas atividades e acaba se tornando mais inteligente depois de cada interação, graças ao recurso de aprendizagem de máquina. Não importa o segmento, a história mostra que a tecnologia se desenvolve de modo a tornar as empresas mais eficientes e lucrativas. E, no fim, quem sai ganhando é o consumidor, que tem experiências cada vez melhores com marcas e serviços que investem em inovação.

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