AT&T rebate Netflix e diz que não existe almoço grátis
"A proposta arrogante do Sr. Hastings [CEO da Netflix] é que todo mundo deveria pagar, menos a Netflix", declarou vice-presidente executivo sênior da AT&T
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2014 às 20h35.
São Paulo - Após as declarações do CEO da Netflix , Reed Hastings, contra a cobrança de taxas adicionais para entrega de conteúdo pelas redes das principais operadoras norte-americanas, era esperado que houvesse alguma resposta do setor de telecomunicações.
Ela veio ainda na sexta-feira, 21, através de um post no blog da AT&T de autoria do vice-presidente executivo sênior da companhia, Jim Cicconi.
E o executivo não poupou adjetivos à defesa pela neutralidade "forte" de rede. "A proposta arrogante do Sr. Hastings é que todo mundo deveria pagar, menos a Netflix", declarou. "Como todos sabemos, não existe almoço grátis, e também não há entrega de streaming de filmes sem custos. Alguém tem de pagar a conta."
Cicconi reconhece o aumento da demanda por capacidade de rede, mas cita investimentos em ampliação de capacidade com companhias de rede de entrega de conteúdo (CDNs) como Cogent e Level 3, além de serviços de ultra banda larga como o Gigapower, no Texas.
Mas o executivo afirma que, se há um aumento no tráfego da empresa de serviços over-the-top (OTT), ela é que precisa construir a capacidade para lidar com o volume.
"O post do blog do Sr. Hastings é na verdade sobre se os consumidores deveriam pagar por banda adicional para ser entregue aos clientes da Netflix", diz Cicconi.
"Na visão dela (da OTT), os custos adicionais, causados pelo aumento da base da Netflix e uso do serviço, deveriam ser bancados por todos os assinantes de banda larga – não apenas por aqueles que assinaram e usam o serviço da Netflix", declara.
O executivo da AT&T diz que, da mesma forma como o serviço de entrega de DVDs pelo correio da companhia inclui custo de entrega ao consumidor, o mesmo conceito deveria ser usado para a plataforma digital. E conclui: "Simplesmente não é justo que o Sr. Hastings demande que os ISPs deem o serviço para ele com custo zero de entrega – e com a alta qualidade que ele demanda".
Ações em queda
A Netflix acabou enfrentando outros problemas relacionados à neutralidade de rede nesta segunda-feira, 24. As ações da empresa caíram 6,67% após a publicação de uma reportagem do Wall Street Journal que alega que a Apple e Comcast estariam conversando para o lançamento de uma estratégia de set-top box da empresa californiana.
A ideia, segundo o jornal, seria dedicar conexão exclusiva na operadora para o conteúdo trafegado para o equipamento. Os papéis da Netflix teriam caído porque os investidores enxergariam a aliança da tele com a Apple como uma potencial ameaça ao serviço OTT de filmes e séries.
São Paulo - Após as declarações do CEO da Netflix , Reed Hastings, contra a cobrança de taxas adicionais para entrega de conteúdo pelas redes das principais operadoras norte-americanas, era esperado que houvesse alguma resposta do setor de telecomunicações.
Ela veio ainda na sexta-feira, 21, através de um post no blog da AT&T de autoria do vice-presidente executivo sênior da companhia, Jim Cicconi.
E o executivo não poupou adjetivos à defesa pela neutralidade "forte" de rede. "A proposta arrogante do Sr. Hastings é que todo mundo deveria pagar, menos a Netflix", declarou. "Como todos sabemos, não existe almoço grátis, e também não há entrega de streaming de filmes sem custos. Alguém tem de pagar a conta."
Cicconi reconhece o aumento da demanda por capacidade de rede, mas cita investimentos em ampliação de capacidade com companhias de rede de entrega de conteúdo (CDNs) como Cogent e Level 3, além de serviços de ultra banda larga como o Gigapower, no Texas.
Mas o executivo afirma que, se há um aumento no tráfego da empresa de serviços over-the-top (OTT), ela é que precisa construir a capacidade para lidar com o volume.
"O post do blog do Sr. Hastings é na verdade sobre se os consumidores deveriam pagar por banda adicional para ser entregue aos clientes da Netflix", diz Cicconi.
"Na visão dela (da OTT), os custos adicionais, causados pelo aumento da base da Netflix e uso do serviço, deveriam ser bancados por todos os assinantes de banda larga – não apenas por aqueles que assinaram e usam o serviço da Netflix", declara.
O executivo da AT&T diz que, da mesma forma como o serviço de entrega de DVDs pelo correio da companhia inclui custo de entrega ao consumidor, o mesmo conceito deveria ser usado para a plataforma digital. E conclui: "Simplesmente não é justo que o Sr. Hastings demande que os ISPs deem o serviço para ele com custo zero de entrega – e com a alta qualidade que ele demanda".
Ações em queda
A Netflix acabou enfrentando outros problemas relacionados à neutralidade de rede nesta segunda-feira, 24. As ações da empresa caíram 6,67% após a publicação de uma reportagem do Wall Street Journal que alega que a Apple e Comcast estariam conversando para o lançamento de uma estratégia de set-top box da empresa californiana.
A ideia, segundo o jornal, seria dedicar conexão exclusiva na operadora para o conteúdo trafegado para o equipamento. Os papéis da Netflix teriam caído porque os investidores enxergariam a aliança da tele com a Apple como uma potencial ameaça ao serviço OTT de filmes e séries.