Apresentação da Apple demonstra aumento da ameaça da Google
Companhia está intensificando os esforços para que os programadores não troquem a empresa pela Google ou outra
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 17h41.
San Francisco - A apresentação da Apple para os desenvolvedores ontem durante sua conferência anual mostra o quanto o CEO Tim Cook está intensificando os esforços para que os programadores não troquem a empresa pela Google ou outra.
Como a Google está tentando atrair os codificadores e designers para que eles criem mais para o software móvel Android, a Apple utilizou seu evento para apresentar novos recursos para retê-los.
A fabricante do iPhone mostrou métodos aprimorados para que os clientes encontrem aplicativos para baixar, uma nova linguagem de programação para criar aplicativos mais rapidamente e ferramentas para que os programas possam funcionar perfeitamente juntos.
As notícias representam o conjunto mais amplo de melhorias para os desenvolvedores apresentado pela Apple desde que a empresa estreou sua AppStore, há quase seis anos.
Durante grande parte desse período, a empresa mais valiosa do mundo tinha os programadores praticamente garantidos enquanto os iPhones e iPads proliferavam, o que proporcionava aos desenvolvedores um vasto público que podia baixar seus jogos e outros widgets.
No entanto, o Android da Google começou a ganhar participação no mercado e outros, como a Facebook Inc., lançaram ferramentas para atender os desenvolvedores.
“A Apple está se empenhando” para manter a lealdade dos desenvolvedores, disse Carolina Milanesi, que estuda o setor de tecnologia móvel como chefe de pesquisa na Kantar Worldwide. Ela disse que a mensagem que a Apple está transmitindo é que “não estaria aqui se não fosse por vocês”.
Ecossistema fundamental
Um ecossistema saudável de aplicativos é crucial para a Apple, pois programas móveis que incluem ferramentas de produtividade e jogos como Candy Crush ajudam a canalizar o interesse dos consumidores para seus aparelhos.
Estimuladas por esse tipo de oferta na AppStore, as pessoas continuam voltando para comprar os mais recentes iPhones e iPads, que geram mais de 72 por cento da receita anual da Apple, de US$ 171 bilhões.
A Apple se esforçou ontem para deixar claro que não considera que os desenvolvedores já estão garantidos.
A empresa iniciou o evento em São Francisco com um vídeo em que elogiava a multidão de 6.000 desenvolvedores, que vibrava entusiasmada ante quase todos os novos recursos apresentados pelos executivos da Apple.
“De todos nós da Apple, muito obrigado”, disse Cook durante a apresentação de abertura. Os anúncios são para possibilitar o desenvolvimento de aplicativos em “um nível completamente novo”, disse.
Rivais fortes
A concorrência pelos desenvolvedores na indústria de aplicativos de US$ 23 bilhões se intensificou nos últimos anos à medida que mais empresas se empenham para conquistar uma porção do mercado móvel.
A Google, que realizará sua própria conferência de desenvolvedores em São Francisco ainda neste mês, reformou sua loja de aplicativos Google Play para que os consumidores possam usá-la com mais facilidade e adicionou ferramentas para simplificar a produção de aplicativos para os aparelhos Android.
A Facebook também apresentou seu próprio conjunto de ferramentas de software, no mês passado, para que os desenvolvedores de aplicativos móveis possam utilizar os servidores da empresa como base para produzir seus programas.
A ameaça é evidente para a Apple. No fim do ano passado a participação da Android no mercado global era de 78 por cento, acima dos 66 por cento de 2012, de acordo com a empresa de pesquisa Gartner.
O software móvel da Apple, iOS, teve uma participação de 16 por cento no ano passado, abaixo dos 19 por cento de 2012.
A Apple ainda possui uma vantagem fundamental sobre suas rivais: o dinheiro. Os aplicativos arrecadam uma receita aproximadamente 85 por cento maior nos aparelhos Apple do que nos aparelhos Android, de acordo com a App Annie, que acompanha o mercado.
Direcionamento da Apple
As atualizações revelam um pouco do direcionamento da Apple desde a morte de Steve Jobs, um dos seus fundadores, em 2011.
Como as vendas do iPhone e do iPad já não são a fonte de crescimento que costumavam ser, Cook foi pressionado a lançar outro produto de sucesso.
Na semana passada, Eddy Cue, diretor de serviços de internet da Apple, disse que a atual carteira de produtos em preparação da empresa é a melhor dos últimos 25 anos.
O software de monitoramento de saúde que a Apple revelou ontem é visto como o primeiro passo da empresa rumo à introdução, no fim deste ano, de um aparelho de vestir.
“Foi uma apresentação para abrir caminho para as novas estruturas que serão desenvolvidas”, disse Horace Dediu, analista da indústria móvel que dirige a Asymco, durante a conferência.
- 1. iOS 8
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São Paulo -- Mensagens com áudio e vídeo, um app para cuidar da saúde e notificações interativas estão entre as muitas novidades do iOS 8 . A nova edição do sistema do iPhone e do iPad foi anunciada nesta semana, na abertura da conferência WWDC, e deve ser liberada para os usuários em setembro. Veja o que ela traz de bom.
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A câmera do iOS 8 tem um modo que captura fotos a intervalos fixos e depois monta um vídeo com a sequência. É a técnica conhecida como lapso de tempo (ou “time lapse”). Além disso, a câmera permite ajustar o ponto de foco e aquele onde é feita a fotometragem separadamente, algo que deve agradar aos fotógrafos mais cuidadosos.
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O app Fotos ganhou filtros, mecanismo de busca, sincronização de 100% das fotos pelo iCloud (desde que o usuário tenha espaço suficiente em sua conta), novos ajustes e uma função que recorta e endireita a imagem automaticamente.
4 /22(Divulgação)
Uma das novidades mais esperadas do iOS 8 é o novo app Health (que poderá se chamar Saúde em português). Ele monitora a saúde, o sono e as atividades físicas do usuário. É provável que funcione em conjunto com o iWatch, o futuro relógio inteligente da Apple. Além disso, a Apple lançou uma ferramenta para desenvolvedores, o Healthkit, que vai permitir o envio de informações ao médico que cuida da pessoa.
5 /22(Divulgação)
A Apple resolveu reagir ao avanço do WhatsApp e de outros apps de mensagens copiando alguns recursos deles. O app Mensagens do iOS 8 permite o envio de vídeos e gravações de áudio. Ele também mostra os rostos dos contatos, como faz o Facebook Messenger. Pode, ainda, apagar as mensagens depois de lidas, no estilo do Snapchat.
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A central de notificações do iOS 8 é interativa. Se uma mensagem de texto aparece nela, você pode responder lá mesmo. Se chegou um e-mail indesejado, você pode apagá-lo sem ter de abrir o app de e-mail.
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Ao pressionar duas vezes o botão Home, aparece uma lista de contatos com quem o usuário se comunicou recentemente. Ela é exibida acima das imagens de apps recém abertos.
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O mecanismo de busca Spotlight passará a buscar itens também na internet. Ele vai pesquisar apps na App Store, artigos na Wikipedia, notícias e outros conteúdos online. E vai funcionar tanto na tela de busca do iOS como no browser Safari.
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Apps, músicas e filmes comprados na loja iTunes poderão ser compartilhados com outras pessoas da família em até seis dispositivos. Se um dos filhos quiser comprar um joguinho com a conta do pai, terá de pedir autorização a ele.
10 /22(Divulgação)
O iOS 8 permite compartilhar calendário e álbum de fotos entre os membros da família. Eles também podem compartilhar sua localização, que será vista com o app Buscar meu iPhone.
11 /22(Divulgação)
A nova versão do app de e-mail do iOS aceita mais gestos para organização das mensagens. Na lista de mensagens, deslizando um item para o lado é possível marcá-lo como lido, destacá-lo como importante ou apagá-lo, entre outras ações.
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No iPad, o browser Safari ganhou um modo em que as abas abertas são exibidas como miniaturas numa única página. Além disso, os favoritos podem ser vistos numa coluna à esquerda da página.
13 /22(Divulgação)
O iOS já tem um recurso que permite usar um iPhone para conectar um iPad ou outro dispositivo à internet via rede celular. No iOS 8, o acionamento desse hotspot pessoal ficou mais fácil. O iPhone aparece na lista de redes disponíveis para o iPad. E o iOS 8 desliga a conexão para poupar bateria quando ela não está sendo usada.
14 /22(Divulgação)
A Apple está expandindo as funções do iCloud. O serviço de armazenamento na nuvem terá um gerenciador de arquivos e vai ficar mais parecido com Dropbox e outros rivais. O acesso será possível via iPhone, iPad, Mac e PCs com Windows, com sincronização de arquivos entre todos eles.
15 /22(Divulgação)
Outra novidade do iCloud é o Handoff, uma sincronização rápida de aplicativos. É mais fácil descrevê-lo com um exemplo: você começa a escrever um e-mail no iPhone e pode continuar digitando o mesmo e-mail no iPad ou no Mac, prosseguindo do ponto onde havia parado. Isso também vale para outros apps.
16 /22(Apple)
A Apple vai permitir que apps criados por outras empresas usem o sensor de impressões digitais Touch ID (presente, por enquanto, apenas no iPhone 5s). Assim, o usuário vai poder se identificar nesses apps sem digitar senha e sem usar a autenticação via Facebook.
17 /22(Divulgação)
O Mac pode, agora, funcionar como uma espécie de dispositivo viva voz para o iPhone. Com os dois aparelhos conectados, o usuário pode receber e iniciar chamadas telefônicas na tela do Mac.
18 /22(Divulgação)
A Apple também vai permitir que outras empresas criem teclados para o iOS, como acontece com o Android. Além disso, o teclado nativo do iOS 8 traz um sistema que prevê o que o usuário vai digitar e faz sugestões melhores para completar as palavras. Esse recurso vai funcionar em português.
19 /22(Divulgação)
A Apple reforçou as funções de gerenciamento e segurança do iOS. O objetivo é tornar o iPhone e o iPad mais palatáveis às empresas. Ficou mais fácil, por exemplo, uma empresa distribuir documentos a dispositivos móveis a partir do servidor corporativo.
20 /22(Divulgação)
Junto com o iOS 8, a Apple anunciou uma longa lista de ferramentas para desenvolvedores. Entre elas, está um novo mecanismo de gráficos 3D, o Metal. Ele deve tornar os jogos para iOS ainda mais elaborados. Além disso, os aplicativos terão acesso a mais funções nativas do sistema, o que deve resultar em uma nova safra de apps inovadores.
21 /22(Divulgação)
A Apple criou uma nova linguagem de programação, a Swift. Ela é mais simples que a linguagem Objective-C, usada atualmente na criação de apps para o iOS, e deve substituí-la com o tempo. Com a simplificação, mais gente pode se animar a desenvolver apps para o iPhone e o iPad.
22 /22(Facebook/Sony)