Apple iPhone 6 e 6 Plus em análise
iPhone cresce e promete popularizar pagamento móvel por NFC
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 14h28.
A ideia de que Apple perdeu inspiração com a morte do Steve Jobs não teve espaço na apresentação de hoje. A Apple lançou dois novos smartphones e variações de um relógio inteligente.
A primeira argumentação é de que os rumores estavam quase todos certos. O iPhone ganhou duas variações de tela. O menor, com nome de iPhone 6, terá tela de 4,7 polegadas com resolução de 1334 por 750 pixels, somando 326 ppi. O smartphone maior, o iPhone 6 Plus, terá tela de 5,5 polegadas com resolução de 1920 por 1080 pixels, somando 421 ppi. Só para lembrar, o iPhone 5S tinha resolução de 1136 por 640 pixels, somando 326 ppi. A resolução, obviamente, melhorou. No caso da tela maior, além de melhorar a definição, o sistema ganhou a habilidade de expandir o contexto de uso na horizontal. Semelhante ao que ocorre com o Android há tempos.
As telas de Safira ficaram longe da apresentação do smartphone. Havia um rumor de que as telas não passaram em um teste de resistência. Pode ser verdade. Além disso, a Apple prometeu melhores ângulos de visão e contraste nos displays. Falando sobre design, a ergonomia voltou a apelar para laterais curvas. Algo similar ao que vimos no topo de linha Sony Xperia Z3.
O processador A8 dos novos aparelhos não é um marco como foi o A7, mas sem dúvidas é uma evolução considerável. A Apple fala em 25 % de melhora na performance de CPU e 50% na performance de vídeo. Parte desta melhora significativa é resultado processo de fabricação de 20 nanômetros. O fato de não ter adotado mais núcleos, não significa menor performance. Neste caso a arquitetura é de 64 bits e no estágio atual, o sistema iOS 8 deve conseguir tirar mais proveito do que antes. Na prática dobrar o tamanho das instruções é fazer mais com menos. A redução do tamanho do die também pode levar a um consumo menor de bateria.
Quanto ao sistema que se aproveitará deste processador, o iOS 8, foram anunciadas várias novidades. A Apple está dando início a um processo de descentralização dos recursos do software por meio das extensões. Uma estrutura modular permitirá que aplicativos de terceiros assumam funções básicas do sistema, como teclado e widgets. Outro recurso importante é a API Metal, um framework de desenvolvimento de jogos baseados em OpenGL que permite um grau maior de otimização para a GPU usada pela Apple. Durante a apresentação, VainGlory, um jogo de qualidade gráfica semelhante a League of Legends, rodou no iPhone 6.
Desde o iPhone 5, o aparelho da Apple utiliza um processador dedicado à computação de movimentos, o M7. Com o iPhone 6, a empresa introduz o M8. Este novo coprocessador adiciona suporte à estimativas de distância, elevação e é capaz de diferenciar tipos diferentes de movimentos, como ciclismo e corrida. O nível de elevação é medido por um barômetro. Um tipo de sensor que já existia na indústria desde o Galaxy S4, da rival Samsung.
No campo da conectividade, a Apple finalmente se igualou as melhores fabricantes de Android. Agora, os novos smartphones suportarão LTE Cat4, que alcança uma velocidade de até 150 Mbps. Mas o fato mais importante é que ele suporta mais de 20 frequências disponíveis mundo afora.
O Wi-Fi também finalmente chegou ao padrão 802.11ac, que já estava presente em quase todos os outros produtos da marca, inclusive o roteador Airport Extreme. Outro diferencial do Wi-Fi é a possibilidade de fazer ligações pela rede local. A solução é quase um Skype doméstico (VoIP). Vale ainda dizer que dependendo da operadora, as chamadas de voz pela rede LTE também serão suportadas (VoLTE).
Ainda na conectividade, a grande novidade do iPhone 6 é o suporte à tecnologia NFC (Near Field Communication). Com este componente de comunicação, a Apple implementou um sistema de pagamentos chamado Apple Pay. Ao aproximar o iPhone 6 de um leitor compatível e confirmar sua identidade com a biometria Touch ID, é possível realizar um pagamento.
Para garantir a segurança, a Apple fez um mecanismo que salva os dados dos cartões em um chip com criptografia algo parecido com o chip TPM, encontrado nos notebooks corporativos. O telefone não divulga nem o número do cartão, nem qualquer informação do usuário. Cada operação depende de códigos temporários. A Apple costurou o que faltava para este tipo de serviço decolar: uma grande aliança entre bandeiras de pagamentos, varejistas e prestadores de serviços.
American Express, MasterCard e Visa (que representam 83% do mercado de crédito norte americano) farão parte do acordo. Também estão presentes, nomes como McDonalds, Über, Subway e Disney, entre outros. Para guardar um cartão de crédito no telefone, basta fotografá-lo. As informações serão armazenadas no aplicativo Passbook (ocultando o número do cartão). O sistema começa a funcionar em Outubro de 2014.
Passando para o hardware de câmera, as novidades são menores do que poderiam ter sido. Embora o sensor seja completamente novo, a resolução continua sendo de apenas 8 megapixels. Assim como a Samsung, a Apple adotou pontos de auto foco por detecção de fase no próprio sensor. Basicamente, isto quer dizer que o foco do novo iPhone é mais rápido e preciso em cenas movimentadas.
Outra novidade é a estabilização óptica, algo presente nos smartphones desde o Lumia 920, da Nokia. O ISP (Image Signal Processor) também ganhou novos recursos, como detecção de face mais rápida e mapeamento de cores (tons) mais preciso e redução de ruído mais eficiente.
Do outro lado do smartphone, a câmera frontal ganhou um novo sensor com abertura mais ampla (f/2.2). A Apple garante que a câmera é capaz de capturar 81% mais luz que na versão anterior. As selfies terão mais qualidade.
Embora a Apple não tenha destacado esta novidade com tanto entusiasmo, o iPhone 6 e 6 Plus ganharam uma nova configuração de armazenamento. O modelo mais avançado dos dois terá 128 GB. Algo que a Canonical tentou emplacar com o Ubuntu Edge.
* Colaboração de Leonardo Veras