Super Mário, da Nintendo: portfólio cheio de sucessos criativos (Drew Angerer)
Repórter
Publicado em 16 de outubro de 2023 às 11h09.
Última atualização em 16 de outubro de 2023 às 13h35.
Há alguns meses, quando grande parte do mundo buscava formas de entretenimento devido à pandemia, a Microsoft, em plena expansão, cogitava comprar a fabricante de jogos, Nintendo.
Documentos relativos à luta legal da gigante de software americana contra a Federal Trade Commission, em relação à proposta de compra da Activision Blizzard por US$ 75 bilhões, vieram à tona.
Estes documentos, que foram removidos posteriormente, continham e-mails internos de 2020 entre executivos seniores da Microsoft e Phil Spencer, diretor executivo da divisão de jogos da empresa.
Nas comunicações, Spencer destaca o valor inestimável da Nintendo para a Microsoft e menciona conversas anteriores com a liderança da Nintendo sobre uma colaboração mais estreita.
Ele reconhece a ausência de um catalisador para um processo de venda e a importância de não adotar uma postura agressiva como comprador. Para Spencer, um acordo com a Nintendo seria um marco em sua carreira e, se alguma empresa americana tivesse chances com a Nintendo, essa seria a Microsoft.
A Nintendo detém propriedades intelectuais de entretenimento de alto valor, como Pokemon e Mario, superadas apenas por ativos da Disney. Com a crescente busca por imersão no mercado de entretenimento, a habilidade da Nintendo em criar mundos criativos se destaca.
Além disso, o sucesso recente do filme Super Mario Bros, que arrecadou US$ 1,36 bilhões mundialmente, e do jogo Zelda: Tears of the Kingdom, com 18,5 milhões de cópias vendidas em dois meses, ressalta sua relevância.
No entanto, a Nintendo, cujo valor de mercado é de US$ 55 bilhões, enfrenta um mercado acionário japonês que tem se mostrado reticente ao entusiasmo nas últimas três décadas. Empresas japonesas, em geral, não costumam ser avaliadas como potenciais alvos de aquisição.
Uma eventual venda da Nintendo poderia ser transformadora, sobretudo ao mostrar como muitos ativos valiosos do Japão estão subvalorizados. Microsoft, Disney, Apple, Google e Sony seriam apenas alguns dos potenciais interessados. O impacto de tal venda poderia inspirar outras empresas japonesas a buscar fusões para ganhar escala e proteção.
A possibilidade de uma venda da Nintendo traz à mente o momento em que a Sony adquiriu a Columbia Pictures em 1989, marcando um marco disruptivo tanto para Hollywood quanto para o Japão.
Em meio a um cenário onde apenas grandes transformações pode trazer renovação, o mercado acionário japonês poderia se beneficiar com uma venda inesperada da Nintendo.