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Amazon mostra estratégia com categorias de novos produtos

Empresa compete contra empresas como Google, Apple e Microsoft para posicionar sua tecnologia no centro de nossa casa do futuro

Echo: aparelho tem assistente virtual Alexa (Luke MacGregor/Bloomberg)

Lucas Agrela

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 18h06.

Última atualização em 24 de setembro de 2018 às 18h12.

Na semana passada, no espaço de cerca de uma hora, a Amazon .com lançou 70 novos aparelhos e serviços em uma entrevista coletiva para a imprensa especializada em tecnologia, que estava lotada e foi realizada na sede da companhia, em Seattle. Havia novas versões do Echo, um subwoofer equipado com Alexa, um DVR, Alexa para o carro - e até mesmo um forno de micro-ondas. Parecia que a gigante do comércio eletrônico estava jogando espaguete na parede para ver o que iria colar. E "agora você pode esquentar esse espaguete em um micro-ondas com Alexa", brincou meu colega Alistair no Twitter.

Mas estamos falando da Amazon, e geralmente existe um método por trás da loucura. Então, vamos analisar um pouco mais de perto.

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A Amazon está competindo com empresas como Google, Apple e Microsoft para posicionar sua tecnologia no centro de nossa casa do futuro, onde tudo, desde a máquina de lavar até o termostato, poderá ser controlado por comandos de voz. A Amazon ajudou a criar esse conceito com o lançamento do Echo em 2014. Os novos produtos divulgados na semana passada, projetados para ampliar sua margem de vantagem, se enquadram em três grandes categorias.

A primeira e mais evidente engloba os novos tipos de aparelhos equipados com Alexa e destinados aos consumidores, como os alto-falantes Echo que soam melhor, uma câmera de segurança doméstica e um relógio de parede que capta comandos verbais. Quanto mais coisas com Alexa surgirem no mercado e em nossas vidas, mais forte será o argumento de que Alexa - e não Siri ou Google Assistant - se tornou uma nova plataforma de computação onipresente.

Na segunda categoria, a Amazon quer que os consumidores adicionem recursos de voz às coisas que eles já têm. Assim, temos o Amazon Smart Plug, que se conecta a uma tomada e ativa o recurso de comandos de voz em qualquer dispositivo, e o Echo Auto, para sua velha e antiquada perua, que você talvez não pretenda trocar em breve.

Por último, a Amazon está fornecendo às fabricantes novas ferramentas, como o Alexa Connect Kit, um chipset projetado para fazer com que elas integrem o Alexa em seus dispositivos. E está trabalhando diretamente com fabricantes de carros, como a Audi, para incorporar recursos de voz em sua frota de veículos.

Essa estratégia, voltada tanto para as empresas quanto para os consumidores, evocou algumas lembranças terríveis das idas à Feira de Eletrônicos de Consumo (CES, na sigla em inglês), em Las Vegas, em janeiro, e das visitas aos stands do lado de fora do salão de convenções principal. Lá, empresas como a Cisco Systems, a IBM, a Sony e a Microsoft invariavelmente exibem a própria concepção de uma casa inteligente. Essas ideias, em que tudo, das fechaduras ao lava-louça, supostamente estaria conectado à internet, nunca decolaram de verdade.

Um dos motivos é que essas empresas queriam principalmente licenciar suas especificações de rede doméstica para as fabricantes de aparelhos e ganhar dinheiro com o compartilhamento das vendas dos produtos. As fabricantes de aparelhos não estavam interessadas, porque elas não queriam perder lucros e porque seus clientes não estavam exigindo que as cafeteiras se conectassem à internet.

A Amazon, em contraste, está licenciando o Alexa para desenvolvedores e fabricantes basicamente de graça. Seu negócio não gira em torno do licenciamento de tecnologias patenteadas para empresas, nem mesmo da venda de aparelhos a clientes, e sim de colocar na casa das pessoas dispositivos que servirão como uma porta para sua enorme loja virtual e para seus serviços, como o catálogo de músicas e vídeos para streaming.

A companhia também demonstrou que os comandos de voz são um recurso atraente para os consumidores. Aquelas antigas vitrines da CES geralmente mostravam as pessoas controlando tudo em suas casas pelo computador, o que é pouco prático. Até mesmo pegar o smartphone para desligar uma luz ou ligar o ar-condicionado - um conceito introduzido em 2010 pela Nest, que agora é uma subsidiária do Google - não é exatamente elegante.

E, na eventualidade de que as fabricantes de eletrodomésticos não se deixem convencer por tudo isso, a Amazon também tem uma espécie de incentivo para que elas acabem aderindo. É aí que entra o forno de micro-ondas da AmazonBasics, de US$ 60.

Com ele, a Amazon parece estar insinuando que, se as fabricantes não embarcarem no trem do Alexa, a companhia poderia começar a fabricar e vender seus próprios produtos.

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