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Adobe abandona Flash em smartphones e tablets

Menos de dois anos depois de Steve Jobs banir o Flash do iPad e do iPhone, a Adobe interrompe o desenvolvimento do plug-in para dispositivos móveis

Em maio de 2010, a Adobe contestou as afirmações de Steve Jobs sobre o Flash. Um ano e meio depois, Jobs vence a briga (Justin Sullivan / Getty Images)

Maurício Grego

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 10h34.

São Paulo — A Adobe está abandonando seu plug-in Flash para smartphones e tablets. A notícia, divulgada pelo site ZDNet, é especialmente ruim para os fabricantes de dispositivos com Android, já que a compatibilidade com a tecnologia Flash é uma das vantagens desses gadgets em comparação com o iPhone e o iPad.

Segundo a ZDNet, a Adobe enviou uma mensagem a alguns parceiros avisando que está interrompendo o desenvolvimento do plug-in Flash para plataformas móveis. O comunicado diz que a empresa não vai mais adaptar o Flash Player para novos browsers, versões de sistema operacional ou dispositivos. Haverá apenas correções de bugs para as versões atuais, que rodam no sistema Android, do Google, e no tablet BlackBerry PlayBook, da RIM.

A tecnologia Flash deve continuar sendo usada na criação de aplicativos para plataformas móveis por meio da ferramenta Adobe Air. Mas serão programas independentes do browser. Além disso, a empresa diz que vai continuar desenvolvendo as versões para computadores do plug-in. Paralelamente, a Adobe deve se concentrar mais na tecnologia HTML5, que vem ganhando força no desenvolvimento de aplicativos online.

Steve Jobs

Amplamente usado na web – tanto em jogos e aplicativos online como em anúncios animados – o Flash está presente em praticamente todos os computadores pessoais. Mas seu uso em dispositivos móveis é muito menos comum. E isso acontece, em boa parte, por causa da Apple . Em 2010, a Apple iniciou uma queda de braço com a Adobe quando baniu oficialmente o Flash do iPad e do iPhone.


Na época, Steve Jobs declarou que a tecnologia da Adobe tornaria os gadgets mais lentos e criaria brechas na segurança. A Adobe contestou as afirmações de Jobs. Mas ao menos a primeira delas parece fazer algum sentido. Aplicativos em Flash que funcionam no browser exigem, de fato, mais trabalho do processador do que os programas nativos que rodam diretamente sobre o sistema operacional.

Segundo dados da Net Applications, 62% dos acessos móveis à web são feitos pelo browser Safari, da Apple, que faz parte do iPhone e do iPad. A parcela do Android é de apenas 18,6%. Esses números, é claro, desestimulam a criação de aplicativos móveis em Flash na web. Também devem ter contribuído para a Adobe tomar a decisão de descontinuar o plug-in.

Demissões

A notícia sobre o fim da versão móvel do Flash chega um dia depois de a Adobe divulgar que está iniciando uma restruturação que envolve a demissão de 750 funcionários. A empresa deve se concentrar em atividades mais rentáveis e abandonar produtos menos promissores, como está fazendo agora com o Flash para dispositivos móveis. Pode-se dizer que Steve Jobs ganhou a briga.

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São Paulo — A Adobe está abandonando seu plug-in Flash para smartphones e tablets. A notícia, divulgada pelo site ZDNet, é especialmente ruim para os fabricantes de dispositivos com Android, já que a compatibilidade com a tecnologia Flash é uma das vantagens desses gadgets em comparação com o iPhone e o iPad.

Segundo a ZDNet, a Adobe enviou uma mensagem a alguns parceiros avisando que está interrompendo o desenvolvimento do plug-in Flash para plataformas móveis. O comunicado diz que a empresa não vai mais adaptar o Flash Player para novos browsers, versões de sistema operacional ou dispositivos. Haverá apenas correções de bugs para as versões atuais, que rodam no sistema Android, do Google, e no tablet BlackBerry PlayBook, da RIM.

A tecnologia Flash deve continuar sendo usada na criação de aplicativos para plataformas móveis por meio da ferramenta Adobe Air. Mas serão programas independentes do browser. Além disso, a empresa diz que vai continuar desenvolvendo as versões para computadores do plug-in. Paralelamente, a Adobe deve se concentrar mais na tecnologia HTML5, que vem ganhando força no desenvolvimento de aplicativos online.

Steve Jobs

Amplamente usado na web – tanto em jogos e aplicativos online como em anúncios animados – o Flash está presente em praticamente todos os computadores pessoais. Mas seu uso em dispositivos móveis é muito menos comum. E isso acontece, em boa parte, por causa da Apple . Em 2010, a Apple iniciou uma queda de braço com a Adobe quando baniu oficialmente o Flash do iPad e do iPhone.


Na época, Steve Jobs declarou que a tecnologia da Adobe tornaria os gadgets mais lentos e criaria brechas na segurança. A Adobe contestou as afirmações de Jobs. Mas ao menos a primeira delas parece fazer algum sentido. Aplicativos em Flash que funcionam no browser exigem, de fato, mais trabalho do processador do que os programas nativos que rodam diretamente sobre o sistema operacional.

Segundo dados da Net Applications, 62% dos acessos móveis à web são feitos pelo browser Safari, da Apple, que faz parte do iPhone e do iPad. A parcela do Android é de apenas 18,6%. Esses números, é claro, desestimulam a criação de aplicativos móveis em Flash na web. Também devem ter contribuído para a Adobe tomar a decisão de descontinuar o plug-in.

Demissões

A notícia sobre o fim da versão móvel do Flash chega um dia depois de a Adobe divulgar que está iniciando uma restruturação que envolve a demissão de 750 funcionários. A empresa deve se concentrar em atividades mais rentáveis e abandonar produtos menos promissores, como está fazendo agora com o Flash para dispositivos móveis. Pode-se dizer que Steve Jobs ganhou a briga.

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