Dispositivos móveis ainda são campeões de uso: apenas 1 em cada 5 pessoas usa redes sociais pelo PC (FG Trade/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 19 de novembro de 2020 às 16h30.
A ideia de que as redes sociais seriam “apenas uma fase” ou “coisa de jovem” nunca esteve tão errada. De acordo com um relatório da WeAreSocial em parceria com a Hootsuite, 4,14 bilhões de pessoas atualmente estão conectadas às redes sociais – ou seja, mais da metade da população mundial (53%) está presente nessas plataformas digitais. O número merece destaque, dado que, há apenas três meses, a quantidade de pessoas presentes nessas plataformas era de 50% da população global.
Uma análise produzida pela Kepios, consultoria de marketing global, mostra que mais de 450 milhões de pessoas começaram a usar redes sociais no último ano. Comparado com os doze meses anteriores, isso significa um crescimento de mais de 12%. Em termos ainda mais práticos: a cada segundo, mais de 14 pessoas se tornaram usuárias de redes sociais no último ano.
A pandemia, é claro, tem seu papel nisso. Mais de 180 milhões de pessoas usaram alguma rede social entre julho e setembro, aumento de 2 milhões de usuários por dia em relação ao trimestre anterior. O número representa, ainda, o dobro do registrado em janeiro de 2020 – e é o maior crescimento apontado pelo relatório desde que começou a ser produzido, em 2011.
Mesmo com mais tempo em casa, as pessoas não desgrudam do celular: 99% dos usuários têm acesso a essas plataformas por meio de smartphones e tablets, enquanto 1 em cada 5 usa o computador ou laptop para checar as redes.
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Como cada rede se beneficiou disso?
De acordo com os dados apurados, o Instagram é o campeão em crescimento. A plataforma adicionou 76 milhões de usuários à sua base nos últimos três meses, atingindo o total de 1,16 bilhão de contas no início de outubro.
Uma análise mais longa mostra que a rede está em crescimento contínuo: na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, há um crescimento de mais de 7% na base de usuários e, em relação ao segundo trimestre deste ano, o incremento é de 11%.
Em ritmo menor, o Facebook também cresceu: 45 milhões de novos usuários ingressaram no entre julho e setembro. O crescimento é bem mais discreto do que a sua "irmã mais nova", mas, ainda assim, a base de audiência da plataforma ainda é um ativo bastante importante: 2,14 bilhões de usuários.
O Snapchat também cresceu no período. A plataforma recebeu 36 milhões de novos usuários no trimestre encerrado em setembro, totalizando uma base de 433 milhões de usuários.
Novamente, os números têm de ser olhados com cuidado: apesar do crescimento discreto em relação às companhias de Zuckerberg, o número é 20% maior do que o registrado pela companhia no mesmo período do ano passado - justificado, em parte, pela adesão do público indiano, que teve o TikTok barrado em território nacional.
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Por outro lado, o Twitter enfrenta um cenário mais delicado. A companhia registrou 27 milhões de novos usuários no período, mas sua trajetória é de queda: isso não é nem a metade da quantidade de usuários que a plataforma perdeu no trimestre anterior – 61 milhões de contas.
O TikTok, visto por muitos como uma aposta para o público jovem, enfrentou barreiras significativas durante o período, mas ainda assim, conseguiu bons resultados. Mesmo com a incerteza nos Estados Unidos e a proibição na Índia, a plataforma trouxe 80 milhões de novos usuários entre julho e setembro. Estimativas indicam que a companhia pode ter, atualmente, 700 milhões de usuários.
Ainda falando das redes chinesas, a Tencent registrou um crescimento trimestral de apenas 0,3% em WeChat e Weixin em seu último anúncio – com o ritmo menor de crescimento, comparado às companhias norte-americanas, é possível afirmar que o Instagram cresce cerca de 20 vezes mais rápido do que a principal plataforma local.