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5 coisas importantes do depoimento de Zuckerberg ao Senado

Em depoimento ao Senado, Mark Zuckerberg pede que governo crie, sem interferência do Facebook, regras sobre a Libra

Libra: Zuckerberg diz que Facebook sairá do projeto Libra caso reguladores não autorizem a moeda digital (Leah Millis/Reuters)

Libra: Zuckerberg diz que Facebook sairá do projeto Libra caso reguladores não autorizem a moeda digital (Leah Millis/Reuters)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 25 de outubro de 2019 às 15h45.

São Paulo - Na última quarta-feira, 23, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, compareceu ao Comitê Bancário da Câmara dos Estados Unidos para esclarecer alguns aspectos relacionados com a Libra, uma espécie de bitcoin que a rede social planeja usar em sua plataforma digital. Zuckerberg, que perdeu a parceria de empresas como Visa e Mastercard recentemente, está se empenhando convencer o governo local de que a moeda está dentro das normalidades requisitadas para poder atuar sem impedimentos. Confira, abaixo, cinco pontos relevantes discutidos na sessão:

Regulação da Libra 

Durante o testemunho, Zuckerberg disse estar aberto para realizar acordos com reguladores que desejam que a moeda esteja, principalmente, apoiada pelo dólar norte-americano. O empresário, que comentou diversas vezes sobre a intenção de não passar por cima da Associação Libra nas decisões, focou em deixar claro que as informações digitais da moeda estariam separadas da rede social, mas não respondeu a perguntas em relação a possíveis lavagens de dinheiro e financiamento de organizações terroristas. Sobre a perda de apoio de marcas como Visa e Mastercard, Zuckerberg se contentou em dizer que é um projeto perigoso e, portanto, é compreensível a saída destes.

Facebook não é a Libra

"Nós não controlamos a Libra" foi o argumento que Zuckerberg utilizou, tanto ao tratar sobre a questão regulatória quanto sobre as críticas, para se desviar de perguntas. Tentando se desassociar da Associação Libra e seu processo de decisões, ele comentou que não se sente confortável em seguir com um processo sem autorização, e que pode ser realizado independentemente da rede social. A estratégia, porém, não foi bem vista por alguns congressistas, que acreditam que o plano de Zuckerberg é falso e que o Facebook não está desassociado da Associação Libra.

Versão chinesa da Libra

Como forma de tentar pressionar os reguladores dos Estados Unidos a chegar a uma conclusão sobre permitir ou não a Libra, Zuckerberg utilizou o argumento de que a China ultrapassará o país nesse quesito, já que já garantiu uma parceria público-privada que garante a circulação de uma moeda digital nacional. Tentando instaurar o sentimento nacionalista nos políticos presentes - ainda que sem sucesso -, o programador tentava se desviar das críticas e destacar o avanço tecnológico e comercial que poderia ser alcançado com a liberação da Libra no país.

Política de desinformação e falta de confiança

Outra preocupação, já apontada anteriormente pelo governo e também pela população mundial, é a falta de confiança que os indivíduos passaram a ter na rede social. Apesar de desviar das perguntas sobre a política de anúncios que libera notícias falsas na plataforma, especialmente no âmbito político, Zuckerberg disse que a empresa está desenvolvendo uma tecnologia para proibir deepfake - que é, resumidamente, manipulação de vídeos com a intenção de combinar falas com imagens já existentes -, além de estar planejando reformular a guia de Notícias da plataforma semana que vem.

Diversidade e discriminação

Ainda sobre os problemas de anúncios e notícias do Facebook, o Senado levantou novamente a questão de que a rede social estava permitindo propaganda discriminatória em seu ambiente. Zuckerberg, defendendo que a presença de tais anúncios tenha sido acidental, foi bastante criticado especialmente pelas mulheres presentes, que ressaltaram a importância de lidar melhor com questões que possam afetar a saúde mental de seus usuários. A advogada e política Katherine Porter perguntou a Zuckerberg se ele estaria disposto a passar uma hora por dia, pelo período de um ano, trabalhando como um monitor de conteúdo, da mesma forma que existem milhares que fazem isso várias horas por dia, e o criador do Facebook disse não achar que a comunidade se beneficiaria de seu tempo dessa maneira.

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