Computador (AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2014 às 12h42.
Cento e cinquenta empresas do setor tecnológico assinaram um documento pedindo a preservação de "uma internet livre e aberta", no qual manifestam sua preocupação diante de planos do regulador americano que poderiam criar uma rede com duas velocidades.
A Comissão Federal das Comunicações (FCC) se prepara para aprovar propostas que concederiam, mediante pagamento, linhas de internet mais rápidas para alguns sites que exigem mais largura de banda, algo proibido até agora.
As empresas que fornecem conexões à internet deverão, neste contexto, manter uma largura de banda razoável para o resto de seus usuários, mas outros seriam beneficiados.
"Isto representa uma ameaça grave para a internet", denunciam em uma carta consultada nesta quinta-feira pela AFP um grupo de "startups" e de outras empresas de peso do setor.
Entre elas assinam as distribuidoras na internet Amazon e eBay, os grupos de redes sociais Facebook, LinkedIn e Twitter, os gigantes Google e Yahoo!, a Microsoft, o serviço de vídeo on-line Netflix, o site de financiamento cooperativo Kickstarter, o editor de videogames Zynga, a fundação Mozilla, o especialista em armazenamento na internet Dropbox e o sistema de compartilhamento de arquivos BitTorrent.
As propostas da FCC permitiriam às empresas que fornecem acesso à internet "exercer uma discriminação tanto técnica quanto financeira contra empresas na internet e, ao mesmo tempo, impor a elas impostos adicionais", advertem estas empresas no texto.
"A inovação que vimos até agora (na internet) ocorreu em um mundo sem discriminações. Uma internet aberta também é uma plataforma para a liberdade de expressão e uma oportunidade para bilhões de usuários", acrescentam.
Um porta-voz da FCC indicou à AFP que seu presidente, Tom Wheeler, era "a favor de um debate público sólido sobre a melhor maneira de proteger uma internet aberta".
A FCC prevê realizar uma votação interna sobre esta e outras propostas no dia 15 de maio, depois da qual será aberto um período de consulta pública.
"Avançar (no tema) permitirá aos americanos examinar e comentar as propostas sem demora e nos aproximará de regulamentações para proteger os consumidores e empresários on-line", disse o porta-voz.