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Taxa Selic cai para 4,5% ao ano. Veja quanto rendem R$ 5 mil

A redução anunciada hoje trata-se do décimo sexto corte na Selic desde quando a taxa atingiu o pico de 14,25% ao ano

Dinheiro: quando a taxa básica de juros estava em dois dígitos, era possível ter alta rentabilidade nos investimentos de renda fixa facilmente. (Vinicius Tupinamba/Thinkstock)

Dinheiro: quando a taxa básica de juros estava em dois dígitos, era possível ter alta rentabilidade nos investimentos de renda fixa facilmente. (Vinicius Tupinamba/Thinkstock)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 18h26.

São Paulo – O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, nesta quarta-feira (11), cortar a taxa básica de juros da economia de 5% para 4,50% ao ano — o menor patamar histórico. Foi o quarto corte seguido de 0,5 ponto.

A redução já era esperada pelo mercado, já que em outubro, o BC já tinha sinalizado ao mercado que faria uma nova redução na última reunião do ano. Segundo o BC, dados da atividade econômica a partir do segundo trimestre indicam que o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração, em relação ao observado até o primeiro trimestre de 2019. Dessa maneira, o Copom supõe que essa recuperação seguirá em ritmo gradual.

A redução anunciada hoje trata-se do décimo sexto corte na Selic desde quando a taxa atingiu o pico de 14,25% ao ano (entre julho de 2015 e outubro de 2016). Quando a taxa básica de juros estava em dois dígitos, era possível ter alta rentabilidade nos investimentos de renda fixa facilmente. Hoje, os investidores precisam se empenhar muito mais para encontrar bons retornos. A diversificação nunca foi tão importante. 

Com a Selic em 4,50% ao ano, investimentos de renda fixa como poupança, CDBs com taxas pós-fixadas, fundos DI e títulos do Tesouro Selic pagam menos, já que seu rendimento é atrelado à taxa Selic ou à taxa DI, muito próxima da taxa básica de juros.

A seguir, veja uma simulação de quanto 5 mil reais rendem na poupança, em um CDB, em um fundo DI ou no Tesouro Selic, em diferentes prazos. Os cálculos foram feitos por Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.

Na simulação, a taxa básica de juros se mantém em 4,50% ao ano por todo o período do investimento. Os valores da simulação já descontam o Imposto de Renda, cobrado em todas as aplicações, exceto na poupança, que é isenta.

PeríodoPoupança*CDB 90% do CDIFundo de DI com taxa de 1% ao ano **Tesouro Selic ***
6 mesesR$ 5.078,14R$ 5.075,97R$ 5.092,70R$ 5.079,77
12 mesesR$ 5.157,50R$ 5.158,04R$ 5.193,16R$ 5.166,00
18 mesesR$ 5.238,10R$ 5.246,45R$ 5.301,75R$ 5.258,97
24 mesesR$ 5.319,96R$ 5.431,47R$ 5.418,89R$ 5.358,97
30 mesesR$ 5.403,10R$ 5.430,43R$ 5.528,98R$ 5.452,67

* A TR considerada foi zero. Não há desconto de Imposto de Renda nesta aplicação.
** Taxa DI considerada foi de 4,39% ao ano. 
*** Houve desconto de uma taxa de 0,25% (CBLC + corretagem)

Poupança rende menos nos prazos mais longos

Apesar de a poupança ser livre de Imposto de Renda, as simulações feitas acima mostram que as rentabilidades do CDB, fundo DI e Tesouro Selic ainda são um pouco maiores do que a da poupança nos prazos mais longos. Vale destacar que com valores acima de 5 mil reais para investimento, a diferença fica ainda maior. 

Metodologia

As alíquotas do Imposto de Renda diminuem conforme o prazo do investimento: 22,5% para resgates em até 180; 20% para resgates de 181 dias a 360 dias, 17,5% para resgates de 361 dias a 720 dias; e 15% para resgates acima de 721 dias.

As simulações consideram taxas de administração e de remuneração normalmente praticadas no mercado. Com a mudança nas regras de classificação dos fundos promovida pela associação de entidades de mercado, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria. Com isso, eles foram incorporados à classe de fundos de renda fixa.

As próprias gestoras puderam determinar para qual subcategoria os fundos DI iriam — a maioria foi para “Fundos de Renda Fixa Duração Baixa Soberano” ou “Fundo de Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento.”

De todo modo, como os fundos que acompanham os juros continuam sendo chamados de fundos DI no mercado, o levantamento também manteve a nomenclatura. O investidor precisa consultar a estratégia de cada produto para checar se, de fato, o fundo acompanha a flutuação do CDI.

Quanto ao Tesouro Selic, é preciso considerar que, ao comprar qualquer título público, o investidor paga uma taxa de custódia de 0,3% ao ano para a B3, não importa a corretora escolhida.

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