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Como fica a sua poupança com a Selic a 7,5%

Poupança perde ainda mais sua rentabilidade; compare quando é melhor investir em outras aplicações


	Porquinho: CDBs e Tesouro Direto podem ser boas alternativas de investimento
 (Divulgação/Imovelweb/Divulgação)

Porquinho: CDBs e Tesouro Direto podem ser boas alternativas de investimento (Divulgação/Imovelweb/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 12h11.

São Paulo - Com o novo corte da taxa Selic, que caiu para 7,5% ao ano, o Banco Central completa um ano de reduções na taxa básica de juros da economia e a nova poupança perde ainda mais sua rentabilidade. Pelas novas regras, a poupança rende 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, um rendimento de 5,25% ao ano, com a Selic a 7,5%. Por outro lado, quem ainda tem a antiga poupança vê seu investimento cada vez mais vantajoso, com o rendimento anterior de 0,5% ao mês mais a TR, a rentabilidade é de 6,17% ao ano.

Com o novo patamar da Selic, o rendimento da velha poupança é superior também a investimentos como CDB, fundo DI e títulos públicos pós-fixados (Letras Financeiras do Tesouro - LFTs). Um investidor que aplicar 100 reais em um CDB, que remunere 90% do CDI, por exemplo, em um ano ganharia 5,38 reais, enquanto na antiga poupança obteria 6,17 reais.

Na tabela abaixo podem ser comparados os rendimentos das aplicações indexadas à Selic, com a taxa a 7,5%. 

Prazo de investimento Velha poupança* Nova Poupança* CDB 90% do CDI Fundo DI com taxa de 1,0% a.a. Tesouro Direto**
6 meses 3,04% 2,59% 2,56% 2,47% 2,66%
12 meses 6,17% 5,25% 5,38% 5,20% 5,66%
18 meses 9,39% 7,98% 8,46% 8,21% 8,96%
24 meses 12,72% 10,78% 11,47% 11,17% 12,19%
25 meses 13,28% 11,25% 12,35% 12,03% 13,12%

(*) A TR foi considerada zero, pois varia de acordo com a data de aniversário da aplicação e, atualmente, a taxa média mensal tem se aproximado de zero.
(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto

A tabela já considera a rentabilidade das aplicações descontados os impostos e taxas. A poupança é isenta de Imposto de Renda, enquanto os outros investimentos sofrem tributações sobre o rendimento que vão de 22,5% (para prazos de seis meses) a 15% (em prazos superiores a dois anos). É por isso que no prazo de seis meses, quando o imposto ainda é alto, a poupança nova ainda ganha de outras aplicações, mas conforme o prazo aumenta e o imposto diminui nas outras aplicações, elas ficam mais vantajosas em relação à caderneta.


Tesouro Direto

Excluindo a antiga poupança, o Tesouro Direto é a aplicação mais rentável em todos os prazos, se o investimento for feito por meio de uma corretora que não cobra taxa de administração. Atualmente existem seis corretoras que não cobram nenhuma taxa para o Tesouro Direto. São elas: Banif, Convenção, Rico (Octo Investimentos), Socopa, Easynvest (Título), InvestBolsa (Spinelli). E no site do Banco Central é possível consultar o ranking das taxas cobradas por cada corretora.

As taxas máximas cobradas pelas corretoras para o investimento nos títulos públicos são de 0,5% ao ano. Mesmo com essa taxa, de 0,5%, o Tesouro Direto ainda é mais rentável que todas as outras aplicações para prazos superiores a um ano.

CDB

No caso do CDB, o investimento só é mais rentável que a nova poupança em quase todos os cenários se tiver remuneração acima de 90% do CDI. Pagando exatamente 90% do CDI, como no caso da simulação acima, ele ainda perde por pouco da poupança no prazo de seis meses. Em bancos grandes, é possível encontrar a remuneração de 90% do CDI, mesmo com liquidez diária (quando o resgate do valor investido pode ser feito diariamente).

Alguns bancos médios pagam o CDB acima de 100% do CDI com liquidez diária. Como o banco Sofisa, e os CDBs do banco Paulista, oferecidos pela Socopa Corretora. Os CDBs que pagam 100% do CDI, com a taxa Selic a 7,5%, a partir de 18 meses têm o melhor rendimento de todas as aplicações, inclusive do que a poupança antiga. E em um prazo menor do que 18 meses, com 100% do CDI, só perdem para a antiga poupança (por causa do da incidência do IR).

Fundos DI

Os fundos DI com taxa de administração de 1,0% ao ano, a partir de 12 meses se equiparam à nova poupança. E depois deste prazo, eles já ficam mais rentáveis que a caderneta. Esta taxa de 1,0% é considerada por especialistas o limite que o investidor deve aceitar neste período em que a Selic baixa não permite grandes retornos. A partir de uma taxa de administração de 0,6%, ou menor, os fundos DI ganham da nova poupança em qualquer prazo.

Taxa Referencial a 0,02%

Se em vez da TR a 0%, fosse considerada uma TR de 0,02%, a nova poupança e o Tesouro Direto (sem taxa de administração) teriam o melhor rendimento até um ano. A poupança só é superada por todas as outras aplicações para prazos superiores a dois anos.

Os melhores rendimentos

Quem ainda possui recursos aplicados na velha poupança deve fazer o possível para manter o investimento. Como a poupança antiga tem rendimentos maiores do que todos as outras aplicações comparadas, o investidor só deve sacar o dinheiro se tiver intenção se pretende investir em produtos fora da renda fixa conservadora (indexados à Selic).

Desconsiderando a antiga poupança, entre os investimentos comparados, as opções mais rentáveis são o Tesouro Direto, sem taxa de administração, e os CDBs que remuneram acima de 100% do CDI.


Como dar os primeiros para investir em produtos diferentes da poupança

Os investidores que estão incomodados com a menor rentabilidade da poupança e buscam outros investimentos, podem apostar em outros produtos também conservadores. 

Se o seu banco não oferecer um fundo DI com taxa de administração inferior a 1,0% ao ano, buscar um CDB que pague acima de 90% do CDI pode ser uma boa alternativa. Ou ainda, verificar se a taxa para investir no Tesouro Direto por meio do seu banco é inferior a 0,2% ao ano, também pode ser uma boa opção. No entanto, se os investimentos nestas condições não forem oferecidos no seu banco, corretoras ou bancos médios podem oferecer condições mais vantajosas.

Para abrir uma conta em uma corretora ou em um banco médio para investir em CDBs, o poupador deve observar os custos de transferências de valores de seu banco para a outra instituição, caso as remessas sejam feitas via internet.  Se o pacote de tarifas não incluir as despesas com TED ou DOC, é importante que estes custos sejam planejados. Veja como levar em conta os custos de TED ou DOC no seu planejamento.

Diversificando o investimento

Dentro do Tesouro Nacional, o investidor pode comprar títulos atrelados à Selic, que são as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), os títulos prefixados, que têm uma taxa de juro predefinida ou os títulos atrelados à inflação, medida pelo IPCA.

Os títulos prefixados e indexados à inflação são mais vantajosos no longo prazo, quando a Selic está com uma tendência de queda. Estes títulos, no entanto, podem ter preços muito voláteis. Por isso, é importante que o investidor carregue os títulos até o vencimento para evitar perdas em uma venda antes do prazo final.

Com as quedas da Selic, os títulos prefixados – LTNs e NTN-Fs – têm apresentado uma boa performance no ano. As LTNs e NTN-F com vencimento mais próximo (01/01/2013) já renderam 7,54% e 7,48% no ano, respectivamente, enquanto os títulos mais longos, como as NTN-F com vencimento em 2021 renderam no ano 16,48%. As LFTs pós-fixadas rendem por volta de 6% no ano, em diferentes prazos.

Os títulos atrelados à inflação, NTN-Bs, também têm obtido bons resultados. O índice que considera o desempenho de uma cesta de NTN-Bs com diferentes vencimentos, IMA-B, rendeu no acumulados dos últimos 12 meses 27,22%. E o índice que considera uma cesta de LFTs, o IMA-S, rendeu apenas 10,46% no mesmo período. 

Também no caso dos CDBs, o investidor pode aplicar em CDBs de prazos mais longos, que pagam acima de 100% do CDI quando levados até o vencimento. Também existem CDBs prefixados e CDBs atrelados à inflação.

Por fim, o poupador deve sempre considerar que o cenário econômico pode mudar e a Selic ainda pode sofrer alterações. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, para o próximo ano, a expectativa dos analistas é que o Copom eleve a taxa básica de juros no fim de 2013 a 8,25% ao ano. 

Assim sendo, ao investir em títulos prefixados, o ideal é que eles sejam levados até o vencimento. Especular com títulos públicos não é recomendável para investidores iniciantes. E os especialistas também recomendam que o investidor não abra mão dos investimentos pós-fixados, nem para os prazos um pouco maiores.

Matéria atualizada em 15/07/2013 às 12h11

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