Fairmont Rio: hotelaria de alto padrão (Rômulo Fialdini/Fairmont/Divulgação)
Daniel Salles
Publicado em 11 de março de 2021 às 05h28.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 17h58.
Não deixa de ser uma espécie de rebranding, para usar um termo com o qual as equipes de marketing andam embriagadas. Envolve os chamados vinhos da casa, que na Europa são sinônimo de preços mais em conta e, muitas vezes, goles sofríveis. Por aqui, o conceito mudou. Pelo menos é o que esperam estabelecimentos sofisticados, como o Fairmont Rio, um dos que investiram em vinhos próprios que não depõem contra ele ou a rede francesa Accor, ao qual pertence.
Na Praia de Copacabana, o hotel carioca ganhou cinco rótulos para chamar de seus. O elegante espumante foi elaborado com uvas chardonnay, pinot noir e riesling, o branco só com chardonnay e o rosé com cabernet franc. Um dos tintos é um pinot noir e o outro mescla merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc. Todos foram encomendados à vinícola Dal Pizzol, de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e nenhum está à venda. Destinam-se apenas a eventos e fazem as vezes de mimos para parceiros e hóspedes ilustres.
Além de ajudar a promover o Fairmont Rio, atestam o apreço da rede pelos produtos brasileiros e servem de reconhecimento da indústria de vinhos do país — é de supor que um hotel de origem francesa não engoliria qualquer tinto só para ficar bem na foto. Só do tinto mais requintado, o que combina merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc, foram encomendadas mais de 2.600 garrafas.
Sinônimo de uma adega impecável, o restaurante Fasano, em São Paulo, dispõe de sete vinhos próprios, também encontrados nos bares e hotéis da rede. Três dos rótulos foram lançados no final de 2016, o afamado prosecco, o pinot grigio e um dos chianti. Antes vieram o barolo, o brunello di montalcino e os dois outros chianti. São produzidos na Itália, importados pela World Wine e vendidos para o consumidor final por valores entre 202 e 650 reais.
Para a pizzaria Bráz, nascida em São Paulo, a Salton elabora um cabernet sauvignon (78 reais) e um espumante de uvas prosecco (98 reais). Os outros dois vinhos da Bráz (109 reais cada um) saem da vinícola italiana Mazzei, da Toscana, na Itália. O tinto leva uvas sangiovese e alicante nero; e o branco, a vermentino. O Le Petit Ici (108 reais), do Ici Bistrô, é um ótimo blend de uvas syrah e grenache produzido pelo enólogo Xavier Vignon na região francesa do Vale do Rhône. O do Ferra Jockey, colado à pista do hipódromo paulistano, é um merlot (180 reais) da vinícola Ferreira, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais.
- (Publicidade/Exame)