Buraco negro (MARK GARLICK/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 6 de maio de 2022 às 11h27.
Última atualização em 6 de maio de 2022 às 11h40.
A Nasa divulgou dois vídeos que mostram os sons de buracos negros. Eles pertencem ao aglomerado de Perseu e a galáxia M87, que estão a uma distância de 240 milhões e 53 milhões de anos-luz da Terra, respectivamente.
Os clipes foram feitos através da sonificação, processo em que as ondas emitidas pelos buracos negros são transformadas em frequências sonoras.
A equipe utilizou as ondas detectadas pelo telescópio Chandra e "remixou" os elementos de som para ficarem compatíveis com a audição humana.
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O vídeo abaixo é do buraco negro do aglomerado de galáxias na constelação de Perseu, que não foi escolhido por acaso.
Em 2003, astrônomos descobriram que as ondas emitidas pelo buraco negro causavam ondulações no gás quente do aglomerado, podendo, então, traduzi-las para uma só nota musical.
O segundo vídeo divulgado pela Nasa é de um buraco negro localizado na galáxia Messier 87, ou M87. Ele ficou famoso em 2019 após se tornar a primeira foto oficial de um buraco negro, capturada pelo projeto Event Horizon Telescope (EHT).
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O buraco negro, apesar do nome, não é vazio, mas sim a junção de matérias em uma única área. Quando uma estrela massiva morre, ela deixa para trás um núcleo denso remanescente.
Se a massa do núcleo for cerca de três vezes maior que a do Sol, então a força da gravidade (que é mais forte do que qualquer outra) transforma a morte das estrelas em um fenômeno que hoje conhecemos como buraco negro.
Existem quatro tipos de buracos negros na galáxia conhecidos até o momento. São eles: estelares, colapsares, intermediários e supermassivos.
Enquanto os estelares possuem uma massa dez vezes maior que a do Sol e, assim como os colapsares, nascem de uma explosão de estrelas, os supermassivos são buracos negros com massa bilhões de vezes maior que o Sol.
A maioria dos buracos negros é formada com base nos resquícios de uma estrela grande que morreu durante uma explosão de supernova.
Para que isso aconteça, como já mencionado anteriormente, é preciso que a estrela em questão seja três vezes maior do que o Sol, que tem uma massa de 1.988.500.
Um buraco negro estelar pode se formar em segundos após uma estrela grande se colapsar. Já os buracos negros supermassivos podem demorar um pouco menos de bilhões de anos para alcançar seu maior tamanho.
Encontrar um buraco negro é uma tarefa difícil para os astrônomos. Isso porque ele engole qualquer tipo de luz que seja colocada próximo a ele.
Mas os buracos negros deixam vestígios de sua "alimentação". Conforme eles adquirem novas estrelas, a massa gravitacional e as forças magnéticas deles aumentam, superaquecendo, e emitem radiação. Os astrônomos, portanto, vão atrás disso para encontrar buracos negros.