Dirigido por Juliana Vicente, o documentário irá contar a origem do grupo formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e Kl Jay (Mumu Silva/Wikimedia Commons)
A Netflix divulgou nesta quarta-feira, 19, a data de estreia do documentário "Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo" que contará a história de um dos maiores grupos do rap nacional. A produção chegará ao catálogo da plataforma em 16 de novembro.
Dirigido por Juliana Vicente, o documentário irá contar a origem do grupo formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e Kl Jay, com entrevistas e cenas gravadas dos mais de 34 anos de história. O filme buscará mostrar a relevância do conjunto para ascensão do rap brasileiro.
Os Racionais MC’s, mesmo 34 anos depois de sua criação, seguem sendo a principal referência do rap nacional. Ainda que desarticulados, e com a atualização de frases em algumas de suas músicas que traziam possíveis leituras misóginas e machistas, são eles o primeiro e ainda único fenômeno no que se chama rap nacional, a vertente que, segundo Gilberto Gil, herdou da MPB dos anos de 1970 o poder da contestação social urbana.
Eles surgiram no setor que a imprensa chamava gueto, o mercado de música independente que não fazia parte das programações de rádio nem das gravadoras naqueles anos 90. E seguiu assim até que a bolha explodiu com o lançamento de Sobrevivendo no Inferno, em 1997.
Foi quando as classes média e alta tiveram de rever os conceitos do que chamavam de "música de ladrão" já que, agora, eram seus filhos que as ouviam.
Assim, os Racionais se tornaram livros, estudos sociológicos e tema de redação de prova da Universidade de São Paulo. Se existem caminhos que os novos rappers podem escolher para deitar seus pensamentos, é graças aos anos de surra e mata densa que os Racionais desbravaram.
FEITOS
Origens
Nome do grupo foi inspirado na fase em que Tim Maia era adepto da seita Universo em Desencanto e lançou dois álbuns com o nome Racional 1 e 2.
Voo em 1991
Ficou como feito histórico a abertura que o grupo fez para o Public Enemy, em 1991, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
Vida Loka
Em 2002, depois de uma longa pausa, o grupo voltou para lançar o álbum Nada Como um Dia Após o Outro Dia, duplo, que trazia Vida Loka I, Vida Loka II, Negro Drama, Jesus Chorou e Estilo Cachorro.
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