Família do presidente ucraniano, Zelensky (Instagram/Reprodução)
Da redação, com agências
Publicado em 2 de março de 2022 às 15h33.
Última atualização em 2 de março de 2022 às 16h01.
Com a guerra na Ucrânia chegando oficialmente a uma semana, o presidente Volodymyr Zelensky disse nos últimos dias que ele e sua família eram o "alvo número 2" dos ataques russos, após ele próprio - mas que continuariam no país apesar dos riscos.
Desde então, o presidente tem gravado vídeos com cenários em Kiev para afirmar que segue na Ucrânia, inclusive com imagens carregando armas. Enquanto isso, sua esposa, Olena Zelenska, publicou nesta quarta-feira, 2, um chamado a "outras primeiras-damas" do mundo para que ajudem a Ucrânia.
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"As Primeiras Damas estão me perguntando esses dias como podem ajudar a Ucrânia. Minha resposta é - conte a verdade ao mundo!", escreveu em uma postagem com vídeos das primeiras-damas da Letônia e da Lituânia, ambas ex-repúblicas de influência soviética.
É a última de uma série de mensagens que Zelenska, uma roteirista e casado com o presidente ucraniano desde 2003, tem transmitido usando suas redes sociais.
Durante a guerra, que já dura sete dias desde os primeiros ataques a Kiev, Zelenska vem usando seus perfis para falar da presença de mulheres no exército ucraniano, além da situação de refugiados e crianças em esconderijos.
Um dia após a invasão russa oficialmente, na semana passada, ela também confirmou o que o marido havia dito em pronunciamento e escreveu, em seu Instagram, que ficaria na Ucrânia.
"Hoje não terei pânico e lágrimas. Estarei tranquila e confiante. Meus filhos estão olhando para mim. Estarei ao lado deles. E ao lado do meu marido. E com você", disse aos seguidores.
Aos 44 anos, Zelenska já atuava no meio artístico antes de o marido chegar à presidência, sendo roteirista em conteúdos de comédia e da mesma cidade natal do presidente, Kryvyi Rih, no sudeste do país. Os dois também trabalharam juntos em projetos do estúdio que Zelensky fundou e se casaram em 2003.
Em entrevista à revista Vogue, logo após a eleição do marido, Zelenska disse que foi contrária à ideia do então ator de se candidatar. "Não fiquei muito feliz quando percebi que esses eram os planos. Percebi como tudo mudaria e quais dificuldades teríamos que enfrentar", disse na ocasião.
O presidente Zelensky era celebridade na Ucrânia antes de se eleger presidente em 2019. Antes de entrar na política, Zelensky chegou a participar de um concurso de "dança de famosos" ucraniano, teve um estúdio de projetos audiovisuais e ficou nacionalmente conhecido por protagonizar uma série satírica interpretando, na ficção, um presidente.
Assim, Zelensky saiu vitorioso nas eleições de 2019 apesar de não ter histórico partidário, em meio a um movimento antipolítica no país sobretudo a partir de 2013.
Antes de se casarem, o presidente Volodymyr Zelensky e Olena Zelenska namoraram por quase oito anos. Os dois frequentaram a mesma escola, mas só se conheceram na faculdade.
O casal tem hoje dois filhos, Oleksandra, nascida em 2004 e com 17 anos, e o mais novo, Kyrylo, nascido em 2013, com 9 anos, que não aparecem nas imagens recentes nas redes. O governo ucraniano afirma que os jovens também seguem na Ucrânia.
Quando Zelensky foi eleito, Olena Zelenska também se tornou a primeira-dama mais jovem da história da Ucrânia. Ex-república da União Soviética (URSS), o país se tornou independente em 1991, com o enfraquecimento da URSS, e tem uma história democrática ainda breve. Zelensky, que tem a mesma idade da esposa, também se tornou o presidente mais jovem do país na ocasião.
Embora hoje use as plataformas para citar as ações militares da Ucrânia contra a Rússia e os desafios do país, a primeira-dama já era figura constante nos esforços de comunicação do governo Zelensky.
Olena era sempre vista em público acompanhando o presidente em participações oficiais e viagens internacionais (uma das últimas rumo à França, Estados Unidos e um encontro com o príncipe William no Reino Unido), além de organizar seus próprios eventos, como uma série de seminários de mulheres na Ucrânia - um deles com a presença por videoconferência de Hillary Clinton, ex-secretária de Estado americana (e, também, ex-primeira-dama).
Um de seus principais projetos como primeira-dama foi uma iniciativa para um cardápio saudável nas escolas ucranianas, além de um projeto de guias em museus estrangeiros com a língua ucraniana para difusão do idioma.